"As 3 primeiras
revoluções industriais trouxeram a produção em massa, as linhas de montagem, a
eletricidade e a tecnologia da informação, elevando a renda dos trabalhadores e
fazendo da competição tecnológica o cerne do desenvolvimento econômico. A quarta
revolução industrial, que terá um impacto mais profundo e exponencial, se
caracteriza, por um conjunto de tecnologias que permitem a fusão do mundo
físico, digital e biológico."
É o que diz o site elaborado
pela FGV Projetos, sob uma iniciativa da Agência Brasileira de Desenvolvimento
Industrial (ABDI), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
e do Governo Federal.
Segundo um artigo publicado no site da empresa de automação Citisystems, a indústria 4.0 surgiu a partir de um projeto do governo alemão voltado à tecnologia. O termo foi utilizado pela primeira vez em uma Feira de Hannover em 2011, mas foi em 2013, na mesma feira, que um trabalho final sobre o desenvolvimento da indústria 4.0 foi apresentado.
A base da indústria 4.0 está no fato de
que, conectando máquinas, sistemas e ativos, as empresas poderão criar redes
inteligentes ao longo de toda a cadeia de valor as quais podem controlar
os módulos de produção de forma autônoma.
As principais tecnologias que permitem esta
integração são a Manufatura Aditiva, a Inteligência Artificial (IA), a Internet
as Coisas (IoT), a Biologia Sintética e os Sistemas Ciber Físicos (CPS).
Além de tudo isso, uma ferramenta importante
que anda em evidência nos últimos tempos, devido as polêmicas envolvendo as
redes sociais ligadas ao Facebook e a acusação da Microsoft pelo Ministério
Público de São Paulo, relacionadas às políticas de privacidade, ou seja, os dados
aos quais as empresas teriam acesso, o chamado Big Data, e como elas os usam.
O termo Big Data assume, no entanto, no contexto da indústria 4.0, um
sentido muito mais amplo. É uma estrutura de dados muito extensa e complexa que
utiliza novas abordagens para a captura, análise e gerenciamento de
informações. Além dos dados gerados por usuários e clientes, os quais estão
cada vez mais abundantes e acessíveis, eles também são gerados através de todo
o processo de produção, sendo possível analisar deficiências e mapear problemas
mais rapidamente e com a utilização de menos recursos.
De acordo com a Cristiano, autor do artigo da Citisystems, esta tecnologia consiste em 6Cs para lidar com informações importantes. São eles:
- Conexão: à rede industrial, sensores e CLPs
De acordo com a Cristiano, autor do artigo da Citisystems, esta tecnologia consiste em 6Cs para lidar com informações importantes. São eles:
- Conexão: à rede industrial, sensores e CLPs
- Cloud: nuvem/dados por demanda
- Cyber: modelo e memória
- Conteúdo e Comunidade:
compartilhamento de informações
- Customização: personalização e
valores
Neste contexto, um dos grandes desafios
das empresas é implementar estes conceitos de forma eficiente e segura. Com o armazenamento
de dados sensíveis na nuvem a segurança e a robustez dos sistemas terão que ser
prioridade. Como o sistema consiste em uma rede integrada, a conexão deve ter
eficiência tal que evite interrupções que possam causar transtornos na
produção gerando prejuízos, e segurança tal que proteja o know-how da empresa.
Segundo o SEBRAE, para acelerar esse processo foi criado em 2014 no EUA
o Consórcio de Internet Industrial (IIC), com cerca de 250 associados, de 30
países, para fomentar a colaboração desta comunidade e criar projetos piloto (testbeds) que coloquem em prática as novas
ideias.
Neste sentido, no Brasil, a Pollux, empresa de automação brasileira, a Fiesc/Ciesc
e a Embraco fundaram, em agosto de 2016, a Associação Brasileira de Internet
Industrial (ABII). Esta associação visa divulgar e fortalecer a Internet Industrial
no Brasil e criar um fórum permanente de discussões sobre o tema, além de
intercâmbio tecnológico e de negócios com parceiros internacionais, promoção do
desenvolvimento econômico e geração de emprego.
De acordo com a Confederação Nacional
da Indústria um dos desafios do Brasil para se inserir dentro desta nova
realidade está no fato da participação da indústria no PIB estar caindo
consideravelmente nos últimos anos. Segundo o gráfico, em 2016 equivalia a
11,9% do PIB, hoje representa menos de 10%.
Outro grande desafio é o fato de o Brasil
estar caindo no ranking que mede o
índice global dos países mais inovadores. O Índice Global de Inovação busca
avaliar critérios de performance de diferentes países no quesito inovação,
medindo critérios como crescimento da produtividade, investimento em pesquisa e
desenvolvimento (P&D), educação, exportações de produtos de alta tecnologia,
dentre outros tópicos.
Segundo levantamento da ABDI, a estimativa anual de redução de
custos industriais no Brasil, a partir da migração da indústria para o conceito
4.0, será de, no mínimo, R$ 73 bilhões/ano. Essa economia envolve ganhos de
eficiência, redução nos custos de manutenção de máquinas e consumo de energia.
REFERÊNCIAS:
ABDI et al. Indústria 4.0. Disponível em: <http://www.industria40.gov.br>. Acesso em: 08 jun. 2018.
CRISTIANO BERTULUCCI SILVEIRA. Citisystems (Org.). O Que é Indústria 4.0 e Como Ela Vai Impactar o Mundo. Disponível em: <https://www.citisystems.com.br/industria-4-0/>. Acesso em: 08 jun. 2018.
ABDI et al. Indústria 4.0. Disponível em: <http://www.industria40.gov.br>. Acesso em: 08 jun. 2018.
CRISTIANO BERTULUCCI SILVEIRA. Citisystems (Org.). O Que é Indústria 4.0 e Como Ela Vai Impactar o Mundo. Disponível em: <https://www.citisystems.com.br/industria-4-0/>. Acesso em: 08 jun. 2018.
JOSÉ RIZZO. Sebrae (Org.). Saiba o que é a Indústria 4.0 e descubra as oportunidades que ela gera: Uma nova era industrial já molda o futuro de muitos empreendedores. Leia o artigo de J. Rizzo Hahn e saiba como aproveitar essa tendência.. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/saiba-o-que-e-a-industria-40-e-descubra-as-oportunidades-que-ela-gera,11e01bc9c86f8510VgnVCM1000004c00210aRCRD>. Acesso em: 09 jun. 2018.
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