Utilização das Redes Sociais por Clubes de Futebol – Diversas formas de
interação com a torcida
A utilização das redes sociais como forma de comunicação e informação atinge, hoje, quase todas as esferas da sociedade. Segundo dados do Sebrae, 73% dos brasileiros estão cadastrados em redes de relacionamento. Grande oportunidade para organizações. Nos dias de hoje, identificamos inúmeras empresas, as quais estão presentes nas plataformas e, dessa forma, se comunicam com seus clientes.
Além dos dados sobre redes sociais e a importância delas na comunicação
empresarial nos dias de hoje, deve-se citar os dados sobre o futebol. Conforme
Mokfianski e Alvetti (2017 p.1), o esporte em questão representa 81% das preferências dos
brasileiros. Visto o crescimento da utilização das redes e a paixão do Brasil
pelo futebol, hoje os principais clubes do país possuem páginas oficiais com
geração de conteúdo de marketing digital e relacionamento com seus torcedores.
As redes com mais impacto causado pelos clubes são o Facebook, Twitter e
Instagram. Dos 40 principais times cadastrados nas plataformas citadas em cima,
são movimentados, em curtidas na própria página, mais de 60 milhões de pessoas.
Segundo dados do Ibope, destacam-se, como líderes do ranking: Corinthians (19
milhões de curtidas), Flamengo (18,5 milhões de curtidas), São Paulo (11
milhões de curtidas) e Palmeiras (8 milhões de curtidas).
Geração de Receita
Direta ou indiretamente, os clubes presentes podem gerar receita com as
redes sociais. Exemplo disso, segundo reportagem de maio de 2017 do Blog
Chuteira F.C. da revista Carta Capital, são os clubes europeus, os quais
possuem valor de marca em suas mídias sociais. Esse é medido através do número
de seguidores, interação com o público e a geração de receita com as redes. O
líder do ranking mundial de valor das redes sociais é o Barcelona (U$ 25,3
milhões), em segundo encontra-se o Real Madrid (U$17,2 milhões), seguido por
Manchester United (U$ 12,1 milhões). Os três primeiros colocados no valor de
marca das redes, possuem, juntos, mais de 400 milhões de seguidores, possuindo
quase 3 bilhões de interações.
Os clubes brasileiros estão longe de ser destaque de geração de valor de
marca nas redes. Os principais clubes brasileiros começaram a explorar valores
monetários nas redes tarde. Em 2015, conforme dados da reportagem do blog
citado acima, Corinthians, Palmeiras e São Paulo possuíam como valor de
contrato para exposição em suas redes U$1,5 milhões, bem abaixo dos clubes
europeus.
Fonte: Youtube Oficial da SE Palmeira |
As redes sociais permitem aos clubes explorarem melhor a visibilidade
dos seus patrocinadores. Um exemplo disso é o Palmeiras. Desde 2015 possui
contrato firmado com a Faculdade das Américas (FAM) de U$2,6 milhões pelos
naming rights do seu canal no YouTube, antiga TV Palmeiras.
Talvez o ponto mais indireto na geração de receita, proveniente das
redes sociais, para os clubes, é a divulgação para captação de novos sócios.
Sendo os sócios adimplentes uma das principais fontes de receita dos times
brasileiros, as redes sociais viraram formas de divulgação dos benefícios dos
programas “sócio-torcedor”. Dessa
forma os times buscam o aumento do impacto e captação dos torcedores do time
aos seus programas.
Modelos de Uso e Relacionamento com o Torcedor
Observando as redes sociais dos maiores clubes do Brasil, identificam-se
modelos de uso parecidos para as plataformas.
Através das mídias os torcedores podem acompanhar os jogos do seu clube
no tempo real. Um exemplo de destaque, que já virou reportagem do site
globoesporte.com e, de vez em quando, viraliza
nas redes são as plataformas digitais do Paraná Clube. Terceiro clube do estado
do Paraná e participante da série A de 2018, o clube explora muito bem seu
Facebook e Twitter na interação com sua
apaixonada torcida.
No ano de 2017 o Paraná Clube atingiu, após 10 anos, o tão sonhado
acesso a série A e uma boa campanha na Copa do Brasil. Durante as boas
campanhas dentro do campo, o clube começou a investir na interação com seus
torcedores através de seu Face e de seu Twitter. Projetos como o Cale quem dúvida, o qual visava trazer o
torcedor para o jogo Paraná x Internacional no estádio de um de seus rivais,
trouxeram resultado. O jogo bateu recorde de público no estádio Arena da
Baixada. Conforme dados de reportagem de novembro de 2017 do site Gazeta do
Povo, a gestão das redes sociais do time obteve sucesso. Nos meses de setembro,
outubro e novembro, as páginas oficiais do Paraná foram as que mais cresceram
em seguidores, aumentando em quase 10% suas curtidas.
Fonte: Twitter Oficial Paraná Clube |
Nos anos de 2017 e 2018, outro clube paranaense chamou atenção por modo
de uso de suas redes sociais, dessa vez o Atlético Paranaense. Em litígio com a
principal emissora do país, a Rede Globo, no dia primeiro de março de 2017, o
time transmitiu o principal clássico do Paraná, o Atletiba, através de seu Facebook
e seu canal no Youtube, dessa forma não cedendo os direitos de imagem do jogo
para o canal de televisão. Segundo dados do seu próprio site, o clube informou
que o impacto da transmissão online ultrapassou 8 milhões de pessoas. Visto o
sucesso do projeto, na final do Campeonato Paranaense de 2018, entre os mesmos
times, o modelo de transmissão foi o mesmo, através do Facebook dos clubes
envolvidos. Essa forma de transmissão foi inovadora no país. Nunca antes no
território nacional um jogo havia sido transmitido por redes sociais.
Fonte: Facebook Oficial Atlético Paranaense |
Por fim, outro fim dado às redes sociais pelos clubes, é de mostrar o
dia-a-dia de treinamentos, viagens e divulgação dos jogos das equipes. Esse
modo de uso é corriqueiro utilizado pela maioria dos clubes brasileiros.
Referências
MOKFIANSKI,
Karoline; ALVETTI, Celina . O uso das
redes sociais pelos clubes de futebol : o Facebook do Coritiba Foot Ball
Club. 2017. 13 p. Artigo (Ciências da Comunicação)- Pontifícia Universidade
Católica do Paraná, PUC PR, Curitiba, 2017. Disponível em:
<http://portalintercom.org.br/anais/nacional2017/resumos/R12-1607-1.pdf>.
Acesso em: 21 maio 2018.
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