Por
Ana Paula da Rocha Lopes
Você
já parou para pensar quantas vezes compartilhou notícias falsas sem saber? Pois
é, todos os dias somos bombardeados por várias informações e na maioria das vezes achamos ser verdade e até compartilhamos, porém
não é assim que deveria ser.
Nas
principais redes sociais (Whatsapp,
Facebook, Instagram) essas notícias se espalham de maneira rápida e sempre
trazem uma problemática de algum tema em alta como política, situações ligadas
ao trânsito, acidentes, violência, famosos, entre outros. É através dessa
disseminação em massa que essas notícias se espalham e acabam passando por
verdadeiras, visto que são compartilhadas por muitas pessoas que não
concretizam a realidade da notícia.
Fonte: Canholato (2017)
Mas o que são fake news?
O
termo Fake news na tradução literal
pode ser entendido como “notícias falsas”, ou seja, toda notícia divulgada e
compartilhada de maneira não verídica e não comprovada pode ser considerada
falsa. De acordo com a Revista Galileu (2018) geralmente as pessoas que leem
essas notícias, são atraídas por novidades e por isso as levam a acreditar em
uma informação que muitas vezes analisando o contexto possa não ter sentido,
mas no momento pelo fato de ser tão chamativa faz.
As
fake news podem se propagar através de mensagens e links compartilhados nas
redes sociais sobre sorteios, gratuidade em passagens e produtos, acidentes,
violência, política, entre outros, todos falsos. Alguns exemplos de fake news:
-
Uma empresa brasileira passou no mês de abril de 2018, de acordo com a Revista
Veja (2018a) por um golpe instalado por alguém que divulgava um link da empresa
dizendo que você precisava responder três perguntas e que assim receberia um
kit de Dia das Mães. Após isso, a pessoa é repassada para outra página que
pedem dados pessoais ou então é apresentada a mesma que baixe um aplicativo
(que pode ser falso) que pegará as informações que nele contém. A empresa após
saber do ocorrido se prontificou a esclarecer dúvidas e afirmou que se trata de
uma notícia falsa, visto que não corresponde a realidade da organização.
- Cobrança de uso do Whatsapp.
Conforme Gauchazh (2017) uma mensagem assustou os usuários do aplicativo
Whatsapp em 2017. A mesma dizia que por conta dos servidores estarem sendo
muito congestionados, a pessoa deveria compartilhar a mensagem, pois se ela
quebrasse a corrente iria perder seus contatos, a sua conta e ainda seria
cobrada da utilização do aplicativo. Para ajudar com a possível veracidade da
notícia, uma instabilidade no serviço na mesma semana fez com que as pessoas
acreditassem ainda mais. O boato então foi desmentido pela assessoria de
imprensa do Whatsapp.
- Bolsa Família. De acordo também com
a Revista Veja (2018b) no mês de abril de 2018, foi espalhado nas redes sociais
um boato sobre o Bolsa Família. O mesmo alcançou 600 mil visualizações das
pessoas sobre o assunto e o objetivo era infectar os celulares e deixá-los mais
propícios a prática de outros crimes.
Esses foram alguns exemplos, porém são vários
os casos diários de fake news nas plataformas digitais.
Dados Fake News:
Fonte: Wagner (2018)
-
Segundo o site IG (2018), um estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia de
Massachussetts mostrou que as fake news tem 70% de chance a mais de serem
compartilhadas do que notícias verdadeiras. Enquanto informações verdadeiras
tem o alcance de 1.000 pessoas, as informações falsas chegam ao número de
alcance de 100.000 pessoas. Pode-se perceber então que a viralização de
notícias que problematizam são bem mais rápidas que notícias “comuns” e
verdadeiras.
-
Notícias verdadeiras de acordo com a Revista Galileu (2018) demoram seis vezes
mais para atingir um público de 1,5 mil pessoas do que notícias falsas.
-
Quando se trata de política, as fake news
se espalham ainda mais rápido do que outros assuntos falsos. Elas atingem
20.000 pessoas três vezes mais rápido.
-
O Jornal Notícias do Dia (2018) revelou que em uma pesquisa realizada com
leitores brasileiros, metade dos entrevistados alega já ter tomado alguma
decisão baseada em uma informação falsa.
-
Busca por atenção/audiência e ganhos financeiros é o principal motivo das fake news se espalharem. (NOTÍCIAS DO
DIA, 2018)
Como reconhecer notícias falsas?
Através
dos dados acima podemos perceber que realmente as notícias falsas se espalham
vezes mais rápido que as verdadeiras. É por isso que temos que tomar cuidado a
respeito dessas situações, mas aí você se pergunta: como eu consigo identificar
as fake news?
Abaixo
segue um quadro das principais dicas reunidas de diferentes fontes como Trendr
(2018) e Exame (2017) sobre esse assunto:
Fonte: Elaborado pela autora
Lado positivo das fake news
Aqui
você pode estar se perguntando, mas se as notícias são falsas e acabam
enganando muita gente como pode ter um lado positivo? Pois é, ao final disso
tudo um caso muito interessante em São Paulo chama atenção.
Um
professor de Ciências de Ourinhos (São Paulo) chamado Estêvão Zilioli notou uma
oportunidade dentro da sala de aula com as fake
news. De acordo com a BBC Brasil (2018), o educador desenvolveu um curso
voluntário com encontros semanais no turno contrário aos estudantes do Ensino
Médio (para que os mesmos pudessem participar) com a finalidade de buscarem notícias duvidosas e aparentemente falsas para que sejam tragas e
debatidas em sala de aula.
Após
o debate, é passada para a etapa de checagem dos dados, fazendo com o que os
alunos procurem informações de fontes confiáveis (IBGE, artigos, periódicos
científicos, sites de tribunais eleitorais, entre outros) para depois
concluírem se é ou não considerada uma notícia de fato falsa. Uma das notícias
já analisadas por eles foi: frutas consumidas em jejum curam o câncer (os
estudantes não acharam dados científicos que comprovassem isso) e além dessa, várias outras são estudadas e julgadas para serem confirmadas como falsas ou
não.
Fonte:
Arquivo pessoal BBC Brasil (2018) – Professor Estêvão e seus alunos
Recomendações
Com
todos esses pontos negativos e um positivo (apresentado agora por último),
recomenda-se que os usuários da internet e pessoas em geral tomem muito cuidado
tanto com o que postam quanto com o que compartilham nas redes sociais. Através
disto é importante salientar que primeiramente se abra a matéria por completo e
que de fato seja lida a mesma, pois muitas vezes o título pode não ter nada a
ver com a matéria e pode estar fora do contexto para chamar atenção. E
segundamente que se você não conhece a origem e a veracidade da matéria que nem
a passe para frente, que nem a compartilhe com amigos para não motivar essa
prática das fake news.
Dicas de site:
Referências
BBC
BRASIL. Professor usa fake news para
ensinar ciência na escola. Disponível em: < http://www.bbc.com/portuguese/brasil-43789480?ocid=socialflow_facebook>.
Acesso em: 02/05/2018.
CANHOLATO, Daniele. Jornalismo profissional
no combate às fake news. Disponível em: https://faesadigital.com/2017/09/25/jornalismo-profissional-no-combate-as-fake-news/.
Acesso em: 04/05/2018.
EXAME.
10 dicas para identificar notícias
falsas, segundo o Facebook. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/tecnologia/10-dicas-para-identificar-noticias-falsas-segundo-o-facebook/>.
Acesso em 02/05/2018.
GAUCHAZH.
WhatsApp vai cobrar pelo uso? É boato.
Disponível em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/tecnologia/noticia/2017/05/whatsapp-vai-cobrar-pelo-uso-e-boato-9786879.html>.
Acesso em 01/05/2018.
IG.
Fake news têm 70% mais chances de serem
compartilhadas que verdadeiras, diz MIT. Disponível em: < http://tecnologia.ig.com.br/2018-03-10/fake-news-circulam-mais-verdadeiras.html>.
Acesso em: 01/05/2018.
NOTÍCIAS
DO DIA. O fantasma das fakes news:
objetivo, motivação e prejuízos das notícias falsas. Disponível em: <https://ndonline.com.br/florianopolis/noticias/o-fantasma-das-fake-news-objetivo-motivacao-e-prejuizos-das-noticias-falsas>.
Acesso em: 01/05/2018.
REVISTA
GALILEU. Notícias falsas são 70% mais
compartilhadas do que as verdadeiras. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2018/03/noticias-falsas-sao-70-mais-compartilhadas-do-que-verdadeiras.html>.
Acesso em: 01/05/2018.
REVISTA
VEJA (2018a). O Boticário não está dando
kit do Dia das Mães – é golpe.
Disponível
em: <https://veja.abril.com.br/economia/o-boticario-nao-esta-dando-kit-do-dia-das-maes-e-golpe/>.
Acesso em: 01/05/2018.
REVISTA
VEJA (2018b). Golpe que promete
benefício do Bolsa Família tenta enganar 600 mil. Disponível em: https://veja.abril.com.br/economia/golpe-que-promete-beneficio-do-bolsa-familia-tenta-enganar-600-mil/.
Acesso em: 02/05/2018.
TRENDR.
Fake News #03: Como reconhecer uma
informação falsa disfarçada de notícia sem grandes ferramentas? Disponível
em: <https://trendr.com.br/fake-news-03-como-reconhecer-uma-informacao-falsa-disfarcada-de-noticia-sem-grandes-ferramentas-260d6fb188ba>.
Acesso em: 02/05/2018.
WAGNER, Carlos. Os caçadores de fake news são
tão perigosos para o bom jornalismo como os criadores das notícias falsas. Disponível em: http://www.seguinte.inf.br/noticias/3--neuronio/4100_Os-cacadores-de-fake-news-sao-tao-perigosos-para-o-bom-jornalismo-como-os-criadores-das-noticias-falsas>.
Acesso em: 07/05/2018.
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