O mundo dos esportes está o
tempo todo se transformando, com adaptações às regras e mudanças que tornem o
jogo mais justo e menos propenso a falhas. A origem dos esportes são das mais
variadas, porém uma coisa todos possuem em comum, que são regras que garantam a
justiça no jogo e que de fato o melhor vença. Mas para isso os
times/jogadores/atletas não poderiam, em campeonatos, apenar ir jogar e fazerem
seu próprio torneio. Algum indivíduo deveria estar lá o tempo inteiro no jogo
para garantir que as normas estabelecidas seriam seguidas, assim surgiu o juiz.
A ideia de se ter um juiz em
uma partida de futebol por exemplo, tem o mesmo sentido de um juiz em um
tribunal, ele surge como um “cidadão investido de
autoridade pública com o poder-dever para exercer a atividade
jurisdicional, julgando, em regra, os conflitos de interesse que são submetidas
à sua apreciação.” Tal necessidade é advinda da percepção que o ser humano por
si só, não segue as regras impostas pela sociedade tão facilmente.
Com isso,
os juízes foram introduzidos ao esporte, onde em praticamente todas as
modalidades esportivas existe um juiz ou arbitro que cuida de manter a ordem e
seguindo as regras e normas de cada modalidade. E durante muito tempo apenas o
juiz já era uma solução para o seguimento das normas do esporte, porém
começou-se a perceber que mesmo com a presença de um indivíduo que analisa o
jogo e está ali apenas para garantir essa regulamentação do esporte, já não garantia
o mesmo.
A presença
de um arbitro tornou-se algo costumeiro no esporte e os atletas começaram a
enxergar maneiras de tentar “burlar” o sistema, de mesmo modo que os times, com
seus presidentes gananciosos fizeram o mesmo. Com arbitragens facilmente movidas
pela ganância e pela soberba, os resultados de alguns jogos já estavam
determinados antes mesmo de o jogo começar. Subornar a arbitragem,
principalmente no futebol, já é algo rotineiro e tais pontos diminuem o
espetáculo de qualquer modalidade esportiva.
Com isso,
novas medidas começaram a ser tomadas. Mais árbitros foram adicionados,
chegando em alguns esportes a ter mais de 10 árbitros, como é o caso da
natação, onde existe um arbitro por raia, um arbitro geral e dois árbitros que
ficam nas laterais da piscina. Isso serve para tentar garantir ao máximo que as
normas serão seguidas e aqueles que não a seguirem sejam punidos, seja com
advertências em forma de cartões (amarelo e vermelho, no caso do futebol) ou
desqualificações e suspensões (como no caso da natação).
Porém,
notou-se que apenas acrescentar mais árbitros não era o suficiente e que seria
a hora de acionar a tecnologia, assim começou-se a utilizar a arbitragem e
vídeo. Muitos esportes são transmitidos pela televisão, e com o acesso a
filmagens em câmera lenta e podendo ver repetidas vezes o mesmo lance, as
falhas tornam-se muito menores. A decisão do juiz de dar uma falta ou de
paralisar o jogo no momento em que está acontecendo o jogo, é uma decisão que
deve ser tomada em questão de décimos de segundo. Por isso, por mais treinado
que o profissional seja, está sujeito a falhas, ainda mais quando os próprios
atletas tentarem “cavar faltas” e simulam muitas coisas.
Se
todos os atletas fossem honestos, o recurso seria desnecessário, porém não é a
realidade que presenciamos hoje. Então se utilizando o recurso de vídeo, o
trabalho do juiz se tornava mais fácil e menos propenso a erros, existe algum
motivo para não se utilizar o recurso? Durante muito tempo foi descartada tal
ideia, temendo que o esporte ficasse muito mecanizado, refém das máquinas,
porém notou-se que a tecnologia chegou para ajudar o homem e não para tomar o
seu lugar. E assim, aos poucos, o recurso de vídeo começou a ser introduzido ao
esporte.
No basquete esse recurso já
é usado a anos. O recurso de vídeo funciona em lances duvidosos em que os
árbitros não têm certeza em como apitar o lance, então param o jogo e analisam
o vídeo e tomam a decisão correta. Isso deixa o jogo mais lento e demorado,
porém o torna, de mesmo modo, mais justo e correto. Porém começaram a enxergar
nesse momento, não um atraso no jogo, mas sim uma grande oportunidade de
introduzir comerciais curtos no meio do jogo. E sim, esse recurso é utilizado
mais do que devia, sendo que está se tornando saturado, no momento em que
qualquer pausa no jogo já é motivo para passar um comercial extremamente
apelativo de 20 segundos.
Outro esporte que utiliza
muito o tipo de recurso de vídeo é o tênis, utilizando no mesmo sistema do vôlei.
Esses dois esportes usam o recurso no modo de “desafio”, ou seja, quando um
jogador ou treinador (no caso do vôlei), duvidam da decisão do juiz, o jogo
para e então o lance é revisado por vídeo e pela recriação do lance
digitalmente. Isso acontece, pois, a pessoa que está mais perto do lance é o
jogador e acontece de o jogador estar certo no lance e o arbitro decidir de
forma errônea. Porém existe um limite de desafios que o jogador/treinador pode
pedir, para não tornar o jogo ultra mecanizado.
Já na natação, a arbitragem
de vídeo é capaz de corrigir várias falhas que se tornam ainda mais
imperceptíveis ao olho humano. Devido ao esporte acontecer debaixo d’água, com
espuma e movimento da água, atrapalhando a visão do nado dos atletas, esse
recurso torna-se indispensável. E o ponto alto é que os atletas sabem dessa
condição e a utilizam ao máximo para tirar proveito, executando movimentos
irregulares na hora da saída e viradas, que são quando a água está com a
visibilidade muito prejudicada devido a espuma criada pelo atrito dos atletas
com a água.
Agora esse tipo de acessório
está sendo introduzido ao futebol, que durante muito tempo foi questionado,
porém sabemos que para o público brasileiro, dificilmente alguma decisão será
satisfatória. Ou seja, o seu time sempre será injustiçado.
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