segunda-feira, 19 de junho de 2017

O futuro do trabalho e os trabalhos do futuro.

Muita coisa está mudando. Sim. Todos já sabemos. Infelizmente, essa frase normalmente vem seguida de algum tipo de apelo comercial raso e, as vezes, mal intencionado. Mas, deixando de lado o devaneio, de fato o mundo está passando por uma grande mudança de era.

Retirado do livro "Vai Lá e Faz", do autor Tiago Mattos.
Começo meu artigo com essa imagem retirada do livro "Vai Lá e Faz", do autor Tiago Mattos, um dos fundadores da Perestroika (falaremos mais dela a frente) pois ela traz uma bela reflexão sobre o assunto que pretendo abordar. Muito se fala do momento temporal pelo qual estamos passando como humanidade, sociedade, na verdade como seres humanos, não é mesmo? A velocidade com que as coisas acontecem aumenta exponencialmente, as empresas tradicionais de diversos setores estão se reinventando (ou morrendo), e, principalmente, as pessoas estão mudando seus hábitos, quebrando paradigmas e costumes outrora incontestáveis, e com isso, o mundo está mudando. Mas na verdade, o que poucos percebem é não estamos vivendo em meio a uma era de mudanças, estamos, sim, vivendo uma mudança de era. Mais especificamente a terceira grande mudança de era da nossa breve história nesse grande mundão.

Retirado do livro "Vai Lá e Faz", do autor Tiago Mattos.
"O mundo mudou" antigamente, quando passamos a viver em sociedades baseadas na agricultura, também recentemente com a revolução industrial, e ontem, praticamente, mudou de novo com a era digital. Esse assunto pode ser abordado por uma vertente imensurável de óticas e pontos de vistas diferentes, mas pra não fugir muito do assunto e acabar "viajando" demais vamos falar um pouco sobre como isso afeta as empresas e, mais especificamente o trabalho. Gostaria de frisar, neste momento, que trata-se de um assunto bastante complexo, e não sou nem de longe um grande expert, muito menos o dono da verdade absoluta, mas confesso que sou bastante curioso quando se trata de futurismo, criatividade, inovação e quebra de regras, por isso, leia isso aqui mais como um conjunto de "trocas de ideias", devaneios e reflexões que já tive a respeito e menos como um artigo de credibilidade indiscutível, afinal, sempre há algo novo a aprender, e as opiniões e pontos de vista alheios são sempre passíveis de mutação, já dizia Raul.

Dois pontos são importantes para começarmos. Primeiramente, perceba que no gráfico acima a curvatura da curva que representa a evolução tecnológica da sociedade sempre aumenta ao longo do tempo. Em segundo lugar, na última mudança de era pela qual passamos passou a fazer com que essa curva aumentasse exponencialmente seu grau de curvatura, o que representa o rápido avanço tecnológico pelo qual estamos passando, e que vem cada vez mais se fazendo presente em diversas áreas de atuação, como medicina, logística, varejo, música e até mesmo no seu dia a dia como você pode perceber no vídeo abaixo.


Fato 1: não há como fugir da revolução digital e tecnológica que vivemos. Nem mesmo grandes empresas podem fugir disso. E apesar da maioria aplicar e se sair muito bem no campo da inovação técnica, com produtos e serviços bastante "fora da caixa", a grande maioria não consegue entender como aplicar a reinvenção no que diz respeito ao trabalho em si.

Fato 2: o trabalho como conhecemos hoje vai mudar. Está mudando, não tem como fugir. Os paradigmas aos quais estamos acostumados vão cair e novas formas de trabalho acabarão por criar novos trabalhos.

Não acredita?

Vamos começar pelo mais importante: as pessoas. A WGSN, uma das maiores empresas voltadas para pesquisas e antecipação de tendências mundiais, já liberou diversos reports sobre o perfil dessa nova geração que atende por Millenials, onde constatamos uma geração imensa que começa a dominar o mercado de trabalho e compartilha de valores e anseios como combinar a vida pessoal com a profissional, sem perder em nenhuma das duas, explorar o mundo e o que ele tem a oferecer, não ficar parado em um só lugar, diferente dos seus pais que, normalmente, fizeram carreira em uma empresa só durante toda a sua vida, além da busca forte e constante sobre um propósito maior, um lugar, emprego, vida em que possam fazer a diferença no mundo de alguma forma.

Se você ainda está duvidando, dá uma olhada nesse link aqui.

Dessa forma, vamos ao segundo ponto: essa galera nova e "diferentona" quer trabalhar de um jeito diferente. E também quer trabalhos diferentes.

Não é a toa que negócios disruptivos como o NuBank vem crescendo em número e tamanho.

No que diz respeito a forma como as coisas vão acontecer durante o trabalho no futuro podemos destacar alguns pontos.

Ponto 1: você não precisa mais estar presencialmente em uma empresa para trabalhar nela.

O "cargo" de freelancer não é novidade no mercado de trabalho, entretanto ele está bastante ligado a áreas de atuação como design e programação. Mas é incontestável que, cada vez mais, o relacionamento empregado-empregador tem se tornado menos burocrático e controlador e mais dinâmico e empoderador. Modelos de gestão por projetos, onde os indivíduos se tornam donos do trabalho que estão executando, muitas vezes participando como donos "reais" através de sistemas de sociedade e participação nos lucros, empoderam essa nova leva de trabalhadores, que torna-se, de verdade, o "CEO" do seu trabalho. Podemos citar diversas empresas que trabalham como market place para freelancers, como a Crew, SpeedLancer e a 99desing que estão mais ligadas a design e programação, mas diversas áreas antes limitadas a grandes empresas de consultoria em negócios já estão sendo dominadas por plataformas como UpWork, TopTal e Catalant.

Além disso, grandes plataformas de gestão de equipes ganham muita força uma vez que mesmo empresas que resistem a mudanças mais bruscas entendem que o trabalho realizado é mais importante do que as horas marcadas no cartão de ponto. Com isso, surgem e crescem empresas como o Wrike, SocialBase, dentre outros.

Ponto 2: muitas profissões que conhecemos hoje vão morrer, e com isso, novas, que nem imaginamos, vão nascer.

Nos Estados Unidos já temos Inteligencias Artificiais que prometem acabar com o trabalho feito por grandes firmas de advocacia, como podemos ver nesse link aqui. Isso sem falar na Gigafactory da Tesla que tem a grande pretensão de operar completamente sozinha sem a ajuda de meros seres humanos, onde o trabalho será todo feito por robôs.

Com isso, o design surge como uma carreira muito forte, mas não apenas o design gráfico ou industrial como conhecemos, mas sim o design de negócios, de experiências, de serviços, etc. Por ser um trabalho muito mais "estratégico" do que "operacional", muitas profissões exigirão o pensamento de designer para sobreviverem ou se reinventarem. Aqui nesse link você pode ver os mais importantes trabalho de design do futuro. Mas o futuro não se limita apenas ao design. Sustentabilidade, medicina, gestão de pessoas, todas essas áreas aparecem como grandes apostas para novas carreiras no futuro como você pode ver aqui nessa reportagem.

Sim, o mundo está (e vai continuar por um bom tempo) mudando. Cada vez mais rápido. E cabe a nós acompanharmos o ritmo.

Autor: Guilherme Dutra Guedes

http://assets.perestroika.com.br.s3.amazonaws.com/vlef/vlef.pdf
http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/como-a-mobilidade-e-internet-das-coisas-afetam-a-logistica/113213/
http://ofuturodascoisas.com/10-inovacoes-e-tecnologias-que-avancaram-medicina-em-2015/
https://www.tecmundo.com.br/musica/45704-como-a-tecnologia-transformou-a-industria-da-musica.htm
http://www.bridgeconsulting.com.br/wp-content/uploads/2016/07/iot.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=2KpLHdAURGo
http://www.proxxima.com.br/home/proxxima/noticias/2016/03/16/sete-coisas-que-voc-precisa-saber-sobre-os-millennials.html
http://exame.abril.com.br/carreira/20-profissoes-do-e-com-futuro-segundo-especialistas/
https://www.fastcodesign.com/3054433/the-most-important-design-jobs-of-the-future

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