O Tinder é um aplicativo de relacionamento entre
pessoas, ele funciona através da sincronização do perfil do Facebook do usuário.
Ele utiliza-se de dados básicos como nome, idade e fotos, estas porém são
opcionais . A utilização se dá de uma forma muito simples e através de um
método que podemos chamar de “julgar o livro pela capa”, caso você se interesse
pela foto ou descrição do perfil da pessoa, você seleciona a opção de um coração,
que significa que você curtiu a pessoa. Caso você não tenha gostado do perfil,
você seleciona a opção de um “x” que significa analogamente “não curti”. Quando dois usuários marcarem o coração entre si, “Congratulations, you have a new match”. É importante citar
que até o momento do match não é possível saber quem te curtiu ou não.
Segundo o criador do aplicativo, um universitário chamado
Justin Mateen, o aplicativo tem o objetivo de fazer a apresentação entre duas
pessoas, e não procura definir qual a relação que vai se criar, se é amizade,
amor ou até mesmo negócio, isso vai depender de cada usuário do aplicativo e de
suas respectivas ânsias. O aplicativo que em menos de um ano de funcionamento
já tinha contabilizado 500 milhões de perfis, vem crescendo a cada mês, no
período da Copa do Mundo no Brasil o número de downloads do Tinder aumentou
50%. Ainda segundo pesquisas os brasileiros passam em média 77 minutos por dia
no aplicativo.
O
aplicativo veio como uma forma de resolver um problema presente em muitas
pessoas, à timidez em conhecer novas pessoas, o app funciona como um
facilitador de boas vindas. Em um mundo tão conectado e apressado, não seria
nada mais atrativo do que a existência de um aplicativo para encontros. Chega a
ser engraçado, mas podemos dizer a facilidade de se proporcionar encontros
evoluiu de acordo com o avanço da tecnologia, pois nos tempos primórdios da
internet, foi criado o chat da uol, ele funcionava de forma e plataformas totalmente
diferentes, mas podemos dizer o que resultado final nos dois meios de
comunicação são os mesmos.
O Tinder além de esconder elementos não verbais,
como gestos e expressões, que em um primeiro momento pode trazer impressões
ruins sobre a pessoa, ele traz o conforto de ser possível conhecer um alguém
bacana no conforto de sua casa, ou seja, ele quebrou a barreira de espaço
físico para poder se relacionar com as pessoas. Assim como um aplicativo
qualquer o Tinder está em constante desenvolvimento, atualmente é possível se
utilizar de uma ferramenta apelidada de “super like” onde o usuário que você
curtiu recebe uma notificação de que você se interessou pelo perfil dela, mesmo
que ela ainda não tenha lhe dado um coração. Fora está evolução, é possível
contar também com a possibilidade de “tinderzar” em outras cidades, neste
método você programa seu Tinder para a cidade de sua escolha e pode ir em busca
de novos matchs, excelente funcionamento para quem vai viajar para um destino
novo, onde não se conhece ninguém. Tanto a ferramenta do super like, quanto a
possibilidade de novos locais estão disponíveis somente na versão plus do
aplicativo, que é cobrada.
A eficácia
do aplicativo é comprovada através de inúmeros relatos de usuários, onde estes
afirmam terem começado um novo relacionamento através do Tinder ou construíram novas
amizades. No entanto, é possível se questionar o fato de que: as questões
conjugais já estão resolvidas? Será que o namoro através de aplicativos podem
ser tão estimulantes como na vida real?
Bem, vivemos em um mundo tecnológico, onde novos laços
são formados por meio da internet e redes sociais. Segundo advogados americanos
80% dos divórcios são recorrentes de diferentes tipos de mensagens online. Então podemos imaginar que as “cantadas” e o
romantismo via internet não captam a real emoção que sentimos, talvez sejam
enganações de uma realidade ou a utopia de relacionamentos perfeitos. Segundo
uma pesquisa realizada pela GlobalWebIndex (2015) 42% dos usuários do Tinder
não são solteiros, este número se subdivide em 12% para pessoas em
relacionamentos sérios e 30% para os casados. Na figura a baixo é possível observar
uma análise do padrão de usuários do aplicativo, obviamente os dados não foram
coletados pelo aplicativo e sim através de uma pesquisada online realizada
globalmente com pessoas que disseram utilizar o aplicativo.
Fonte:GlobalWebIndex (2015)
Outra
questão que é levantada quando falamos de tecnologias e em especial aos aplicativos
de relacionamento é se estamos ou não perdendo a capacidade de interação com as
pessoas a nossa volta. Ao olhar um aplicativo como Tinder, as pessoas escolhem
aquelas que eles julgam poder se interessar, deixando de lado outras que talvez
fosse realmente se interessar. Superficialmente podemos pensar que com esse
aplicativos aumentamos nossa possibilidade de interação, pois escolhemos com
quem nos interessar, mas na verdade estamos perdendo o controle de
oportunidades.
Concluo que Tinder realmente surgiu como uma
possibilidade nova de interação entre as pessoas que estão a sua volta, ou até
mesmo distante (versão plus do aplicativo), possibilitando o surgimento de
novos relacionamentos, mas tudo isso vai depender da maneira com que cada um
usa o aplicativo, sozinho ele não vai levar você a nada. Isso porque os
relacionamentos, por mais que comecem em um meio virtual, precisam muito mais
de calor humano do que troca de mensagens.
Referências bibliográficas:
BLOG do Dr. Cristiano
Nabuco. Disponível em: <http://cristianonabuco.blogosfera.uol.com.br/2014/09/24/o-efeito-tinder-nos-relacionamentos/>. Acessado em 01/12/2015.
PROXXIMA. Disponível em: <http://www.proxxima.com.br/home/mobile/2014/06/25/Tinder--uso-dispara-na-Copa-do-Mundo.html>.
Acessado em 01/12/2015.
TECMUNDO. Disponível em: <http://www.tecmundo.com.br/apps/79638-42-usuarios-tinder-nao-solteiros-diz-pesquisa.htm>.
Acessado em 01/12/2015.
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Acessado em 01/12/2015.
UOL. Disponível em: <http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2014/04/23/brasil-tem-10-milhoes-de-usuarios-do-tinder-criador-explica-sucesso-do-app.htm>. Acessado em 01/12/2015.
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