quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Educação em Rede e os Desafios da Inteligência Artificial Generativa na Escrita Acadêmica

Educação em Rede e os Desafios da Inteligência Artificial Generativa na Escrita Acadêmica

 

Felipe Eduardo Gallina

Universidade Federal de Santa Catarina

Disciplina: Ambientes Virtuais de Aprendizagem

 

1. INTRODUÇÃO

A educação contemporânea está profundamente marcada por processos de digitalização e pela expansão das redes de informação. A circulação acelerada de dados, aliada à ampliação do acesso à internet e às mídias colaborativas, produziu novas dinâmicas de aprendizagem. No centro desse cenário, surge a Inteligência Artificial Generativa, capaz de criar textos, imagens, códigos e outras formas de conteúdo.

O texto-base deste trabalho discute como essas ferramentas reconfiguram a escrita acadêmica, modificando práticas tradicionais, questionando noções de autoria e exigindo novas competências digitais. A presença da IA nas atividades educacionais também levanta preocupações éticas relacionadas à originalidade e à responsabilidade no uso das tecnologias.

Assim, este artigo tem como objetivo apresentar uma síntese crítica das reflexões do texto original, destacando os principais desafios e possibilidades da IAG no campo educacional e, especialmente, na produção de trabalhos acadêmicos.

 

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Educação em rede e circulação ampliada do conhecimento

A educação em rede enfatiza a aprendizagem como um processo colaborativo, dinâmico e interconectado. As mídias digitais ampliam a capacidade de compartilhamento e criação de informação, permitindo que estudantes atuem não apenas como consumidores, mas como produtores de conhecimento. Esse movimento está de acordo com a noção de mídia do conhecimento, que envolve tanto a gestão quanto a curadoria da informação.

No entanto, o aumento do volume de dados exige novas habilidades, como filtragem crítica, validação e interpretação dos conteúdos. Nesse contexto, compreender o papel das tecnologias emergentes torna-se essencial.

2.2 Inteligência Artificial Generativa e escrita acadêmica

A IAG surge como um recurso capaz de auxiliar estudantes em tarefas como revisão textual, aprimoramento de clareza e organização de ideias. Entretanto, o texto analisado destaca que sua utilização afeta diretamente a noção de autoria e a forma como o conhecimento é produzido.

Entre os desafios apontados estão:

  • Dependência excessiva da ferramenta, reduzindo o desenvolvimento da escrita autoral;
  • Risco de plágio involuntário, quando os usuários desconhecem os limites éticos do uso da IA;
  • Produção de textos fluentemente estruturados, mas eventualmente pobres em rigor científico;
  • Desinformação, quando a IA gera conteúdos fabricados ou imprecisos.

Assim, o papel das instituições de ensino é orientar os estudantes sobre práticas responsáveis no uso da IAG, incluindo checagem de fontes, referenciação adequada e transparência no processo de escrita.

2.3 Formação crítica e responsabilidade acadêmica

O texto-base argumenta a favor de uma formação crítica que permita aos estudantes compreender não apenas o funcionamento da IA, mas também suas implicações sociais, políticas e epistemológicas.

Não se trata de proibir o uso das ferramentas, mas de incentivar sua utilização como apoio reflexivo e não como substituto do pensamento crítico.

A responsabilidade acadêmica, portanto, envolve:

  • explicitar quando a IA foi utilizada;
  • revisar e editar o conteúdo gerado;
  • assumir integralmente a autoria e a responsabilidade científica do texto final;
  • desenvolver consciência ética sobre o impacto dessas tecnologias na produção do conhecimento.


3. CONCLUSÃO

A Inteligência Artificial Generativa representa um marco importante na evolução das tecnologias educacionais, oferecendo oportunidades valiosas para apoiar a escrita acadêmica. No entanto, seu uso exige uma postura crítica, ética e responsável, de modo que a tecnologia funcione como ferramenta e não como substituta da capacidade intelectual do estudante. 

Compreender o papel da IAG dentro da educação em rede é essencial para promover práticas formativas que valorizem a autoria, o pensamento crítico e a integridade acadêmica. O texto estudado demonstra que, embora os desafios sejam grandes, eles também abrem caminhos para repensar a gestão do conhecimento e fortalecer a aprendizagem no contexto digital contemporâneo.

 

4. REFERÊNCIAS

Silva, S. C.; Beche, R. C. E.; Souza, M. V. Gestão e Mídia do Conhecimento: Educação em rede e os desafios da Inteligência Artificial Generativa na escrita acadêmica. 

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

A ACESSIBILIDADE NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: REFLEXÕES SOBRE A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

 

A ACESSIBILIDADE NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: REFLEXÕES SOBRE A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

 

Felipe Eduardo Gallina

Disciplina: Ambientes Virtuais de Aprendizagem

 

1. Introdução

A acessibilidade na Educação a Distância (EaD) constitui um dos pilares fundamentais para a democratização do ensino superior no Brasil, especialmente no que diz respeito à inclusão de pessoas com deficiência visual. O artigo “A Acessibilidade na Educação a Distância” discute de forma aprofundada os desafios, avanços e responsabilidades institucionais diante desse processo inclusivo.

O tema mostra-se relevante diante do crescente número de cursos oferecidos na modalidade EaD e do compromisso legal e social das instituições de ensino com práticas inclusivas. Assim, este trabalho apresenta uma síntese crítica do artigo, articulando seus principais pontos e relacionando-os ao contexto educacional contemporâneo.


 2. Desenvolvimento

2.1 Inclusão e mudanças conceituais

Os autores destacam que a inclusão de pessoas com deficiência visual não se resume à garantia de acesso, mas exige o reconhecimento das diferenças como parte da diversidade humana. O artigo aponta a evolução histórica da terminologia, enfatizando o uso mais adequado de “pessoas com deficiência”, alinhado às transformações sociais e às críticas feitas por autores como Sassaki (2003) e Skliar (1999).

Além disso, evidencia-se que a inclusão demanda romper com barreiras arquitetônicas, informacionais e atitudinais, incluindo o enfrentamento do preconceito ainda presente no ambiente universitário.

2.2 A Educação a Distância como oportunidade de inclusão

A EaD é apresentada como modalidade capaz de ampliar o acesso ao ensino superior, especialmente por oferecer flexibilidade temporal e romper barreiras geográficas. Conforme o artigo, sua estrutura metodológica favorece a autonomia, o uso de recursos tecnológicos acessíveis e a construção de ambientes mais inclusivos.

Entretanto, os autores ressaltam que a EaD, por si só, não garante a inclusão: ela precisa ser planejada de forma intencional, com estratégias e recursos adequados às necessidades dos estudantes com deficiência visual.

2.3 Acessibilidade no ensino superior

Com base em pesquisas realizadas na UDESC, o artigo revela que a principal queixa dos estudantes com deficiência visual refere-se à falta de acessibilidade institucional. Isso envolve desafios como:

·       ausência de materiais adaptados,

·       plataformas digitais pouco acessíveis,

·       falta de formação docente,

·       carência de políticas estruturadas.

O texto reforça que a universidade deve assumir responsabilidade social e institucional, garantindo condições de permanência e aprendizagem para esses estudantes.

2.4 Políticas e dispositivos legais

O artigo recupera importantes dispositivos legais que fundamentam os direitos das pessoas com deficiência, tais como:

·       Lei nº 7.853/89,

·       Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90),

·       Portaria MEC nº 1.679/99,

·       Lei nº 10.098/00.

Esses marcos normativos reforçam a necessidade de adequação dos espaços educativos, incluindo ambientes virtuais, garantindo assim acessibilidade plena e permanente.

 3. Considerações Finais

O artigo analisado demonstra que a inclusão de pessoas com deficiência visual na EaD vai além da oferta de cursos: exige uma mudança estrutural, pedagógica e atitudinal dentro das instituições de ensino superior. A acessibilidade deve ser compreendida como direito, e não como favor ou adaptação pontual.

A Educação a Distância apresenta grande potencial para promover a democratização do ensino, mas sua efetividade depende de políticas institucionais consistentes, formação docente, tecnologias acessíveis e práticas pedagógicas que respeitem a diversidade.

Assim, conclui-se que a reflexão proposta pelos autores contribui significativamente para o fortalecimento de iniciativas inclusivas, destacando a responsabilidade ética e social das universidades na construção de um ambiente educacional verdadeiramente acessível.

4. Referências

SILVA, S. C.; BECHE, R. C. E.; SOUZA, M. V. A acessibilidade na educação a distância. ESUD 2011 – Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância, Ouro Preto, 2011.

domingo, 30 de novembro de 2025

 

Como o WhatsApp viabiliza o ensino remoto em comunidades ribeirinhas no Amazonas

Por Thais Migueis (24150645) - Disciplina: Redes Sociais e Virtuais

Fonte: adaptado de O POVO, reportagem “Rios amazônicos atingem recordes históricos de baixa com a seca”, 15 set. 2024.

        Nas comunidades ribeirinhas do Amazonas, o ensino remoto virou realidade por causa da pandemia e da necessidade de continuar as aulas mesmo com as escolas fechadas. Além disso, os eventos climáticos da região somado geografia peculiar do estado, são fatores que também causam a interrupção das aulas presenciais frequentemente.

O WhatsApp, aplicativo muito popular, ajudou professores e alunos a manterem contato, organizar atividades e tirar dúvidas, mesmo em lugares onde a internet é limitada e outros recursos são raros. No Amazonas, 91,2% do total de moradores tem acesso à internet, em 2016 esse número era de 64%, segundo dados do IBGE. O WhatsApp foi escolhido porque quase todos tem um celular simples e consegue acessar o aplicativo, mesmo em áreas afastadas. Os professores criam grupos de turma, enviam áudios explicando as atividades, mandam fotos dos materiais e organizam horários para os estudantes participarem, sem precisar de conexão boa o tempo todo.

Em muitos casos, o envio de tarefas e explicações acontece por mensagens curtas e áudios, tornando a comunicação mais fácil para todos, inclusive para quem não tem muita experiência com tecnologia. Famílias também entram nos grupos para acompanhar os estudos dos filhos e ajudar quando possível.

Apesar dos avanços, várias dificuldades existem. O sinal de internet é fraco ou instável em muitas comunidades, então as atividades precisam ser pensadas para funcionar offline, usando imagens e áudios que não gastam muitos dados. Muitos alunos dividem o celular com irmãos ou pais, e nem sempre participam de todas as interações. A formação dos professores e a falta de materiais didáticos são obstáculos que também devem ser superados, mas o aplicativo veio como uma solução acessível e prática nesse contexto.

Mesmo com as dificuldades, relatos mostram que o WhatsApp aproximou professores e alunos. Houve melhorias na comunicação e adaptação dos conteúdos, permitindo que as crianças continuassem aprendendo, sem precisar se deslocar por grandes distâncias, enfrentando riscos dos rios e das viagens de barco e principalmente, sem ficarem defasados no comprimento do currículo escolar.  mostraram resultados positivos, valorizando o uso do celular como

O WhatsApp não resolveu todos os problemas do ensino remoto ribeirinho, mas foi o principal aliado de alunos e professores para garantir que o aprendizado não parasse durante a pandemia e durante as frequentes intempéries da região. O aplicativo representa inclusão digital, facilidade de acesso às informações e novas formas de ensinar dentro das limitações desse contexto.

 

 

Referências

 



Durante a preparação deste trabalho, a autora utilizou ferramenta de IAG  (Perplexity), no processo de planejamento, para aperfeiçoamento do texto e melhoria da legibilidade. Após o uso dessa ferramenta, os textos foram revisados, editados e o conteúdo está em conformidade com o método científico. A autora assume total responsabilidade pelo conteúdo da publicação.

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL COMO ELEMENTO CENTRAL NA ANÁLISE DAS DESIGUALDADES EDUCACIONAIS PÓS-PANDEMIA NO BRASIL

A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL COMO ELEMENTO CENTRAL NA ANÁLISE DAS DESIGUALDADES EDUCACIONAIS PÓS-PANDEMIA NO BRASIL



Resumo

A pandemia de Covid-19 intensificou desigualdades históricas presentes no sistema educacional brasileiro, especialmente relacionadas ao acesso à tecnologia e à ausência de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) capazes de mitigar perdas de aprendizagem. Este artigo releitura os resultados da Prova Saeb de 2019 e 2021 sob a perspectiva da desigualdade digital e da falta de infraestrutura tecnológica na rede pública. A partir da interpretação dos modelos econométricos originais, que apontam o Nível Socioeconômico (NSE) e a Taxa de Abandono (TAB) como principais fatores explicativos do desempenho escolar, analisa-se como o acesso desigual a dispositivos, conectividade e plataformas educacionais automatizadas influenciou diretamente a aprendizagem durante e após a pandemia. Conclui-se que políticas públicas baseadas em IA são essenciais para reduzir desigualdades educacionais, recuperar perdas e estruturar o sistema educacional brasileiro para crises futuras.

Palavras-chave: Inteligência Artificial; Educação; Desigualdade Digital; Pandemia; Saeb.

1. Introdução

A Inteligência Artificial tem se consolidado como uma das tecnologias mais transformadoras da contemporaneidade, influenciando áreas como saúde, comunicação, economia e gestão pública. Na educação, a IA oferece potencial para personalização da aprendizagem, diagnóstico automático de dificuldades, análise preditiva de risco de evasão, tutoria inteligente e apoio direto ao trabalho docente. No entanto, apesar dessas potencialidades, o Brasil ainda apresenta baixa incorporação de sistemas inteligentes em seu sistema educacional, sobretudo na rede pública.

A pandemia de Covid-19 evidenciou dramaticamente essa lacuna. Entre 2020 e 2021, a suspensão das aulas presenciais colocou os estudantes em posição de dependência absoluta das tecnologias digitais para manter vínculos escolares. A desigualdade digital, entendida como o conjunto de limitações relacionadas ao acesso, uso e autonomia tecnológica, tornou-se o fator mais determinante da aprendizagem durante o ensino remoto emergencial.

Enquanto alunos de maior renda utilizaram plataformas educacionais, ambientes virtuais estáveis e até ferramentas privadas de IA (como sistemas adaptativos, assistentes digitais de estudo e tutores virtuais), milhões de estudantes de baixa renda enfrentaram barreiras severas: ausência de dispositivos, falta de internet, uso de celulares compartilhados e inexistência de suporte pedagógico digital. Dessa forma, desigualdades pré-existentes foram ampliadas, repercutindo diretamente nos resultados educacionais avaliados pelo Saeb.

Este artigo analisa os dados da Prova Saeb 2019 e 2021 à luz da Inteligência Artificial, buscando compreender como a desigualdade digital e a falta de tecnologias inteligentes contribuíram para as perdas de aprendizagem no período pós-pandemia.

2. Metodologia

Este estudo utiliza os resultados do levantamento econométrico original aplicado aos dados estaduais da Prova Saeb de 2019 e 2021. O método utilizado foi a regressão linear múltipla com seleção de variáveis pelo procedimento Stepwise, tendo como objetivo identificar os principais fatores explicativos do desempenho escolar.

Embora o estudo inicial tenha sido quantitativo e tradicional, a presente análise propõe uma releitura teórica, posicionando a Inteligência Artificial como lente interpretativa. Assim, as variáveis sobreviventes no modelo final, Nível Socioeconômico (NSE) e Taxa de Abandono (TAB), são compreendidas como indicadores indiretos do acesso à tecnologia, conectividade, suporte pedagógico automatizado e possibilidades de personalização da aprendizagem.

Desse modo:

  • NSE → representa não apenas renda, mas o nível de acesso a dispositivos, internet, plataformas educacionais e ferramentas com elementos de IA;

  • TAB → reflete as dificuldades de permanência escolar associadas à ausência de tecnologias de monitoramento de engajamento e detecção de risco de evasão.

Essa abordagem permite compreender o papel estrutural da desigualdade digital na formação dos resultados do Saeb.

3. Resultados

Os resultados do modelo econométrico revelam que o NSE apresentou forte impacto no desempenho escolar em 2019 e impacto ainda maior em 2021. O coeficiente, que era de aproximadamente 10,03 em 2019, cresce para cerca de 17,67 em 2021, indicando ampliação significativa da influência das condições socioeconômicas sobre a aprendizagem.

Esse aumento está diretamente relacionado à desigualdade digital intensificada durante a pandemia. Estudantes de maior NSE tiveram acesso a ferramentas educacionais digitais que, ainda que nem sempre explicitamente identificadas como sistemas de IA, incorporam algoritmos de:

  • personalização de exercícios,

  • recomendação de conteúdos,

  • diagnóstico rápido de dificuldades,

  • retroalimentação automática,

  • trilhas adaptativas.

Por outro lado, estudantes de baixa renda enfrentaram desafios tecnológicos que os impossibilitaram de acompanhar as atividades remotas, resultando em perdas de aprendizagem muito superiores.

Quanto à TAB, observa-se uma redução aparente de seu peso estatístico. Contudo, essa queda não indica melhora na permanência escolar. Ela se explica pelo fenômeno da evasão invisível, no qual alunos deixam de participar, mas permanecem formalmente matriculados. Em sistemas educacionais que utilizam IA, algoritmos detectam rapidamente quedas de engajamento; no Brasil, a ausência desse monitoramento levou a subnotificações.

O intercepto do modelo também apresentou queda acentuada entre 2019 e 2021, confirmando perdas generalizadas. A falta de sistemas de IA que oferecessem diagnósticos contínuos, feedback imediato e planos de estudo personalizados agravou o impacto da pandemia sobre todos os estudantes.

4. Discussão

4.1. Desigualdade digital como fator estruturante

A ampliação da influência do NSE demonstra que a desigualdade digital foi um dos principais determinantes do desempenho escolar durante a pandemia. Três dimensões explicam esse fenômeno:

  1. Desigualdade de acesso: dispositivos, internet e plataformas.

  2. Desigualdade de uso: limitações de qualidade e estabilidade das ferramentas.

  3. Desigualdade de aprendizagem assistida por IA: alunos de maior renda tiveram acesso a tecnologias mais avançadas.

4.2. O potencial da IA para mitigar perdas

Sistemas inteligentes poderiam ter reduzido significativamente os prejuízos educacionais. Entre seus benefícios:

  • personalização automática da aprendizagem;

  • detecção precoce de dificuldades;

  • alertas de risco de evasão;

  • organização de trilhas adaptativas;

  • correção automática com feedback pedagógico;

  • tutoria virtual.

A ausência dessa estrutura agravou defasagens e ampliou desigualdades.

4.3. TAB e a evasão invisível

Sem ferramentas de IA capazes de monitorar engajamento, os sistemas escolares não conseguiram identificar evasão real. Essa falha comprometeu indicadores oficiais e impediu intervenções precoces.

4.4. A queda geral do desempenho

A queda nos resultados evidencia que a ausência de IA não atuou apenas como agravante da desigualdade, mas como catalisador das perdas educacionais. Falta de diagnóstico, de suporte digital e de personalização impactou todos os estudantes

4.5. Lacunas nas políticas públicas

A pandemia revelou que o Brasil carece de:

  • plataformas adaptativas públicas;

  • sistemas de monitoramento por IA;

  • formação docente em tecnologias educacionais;

  • conectividade universal;

  • dispositivos para todos os estudantes.

5. Conclusão

A Inteligência Artificial, apesar de ausente na rede pública durante a pandemia, é elemento essencial para a compreensão das desigualdades educacionais no período pós-pandêmico. Os resultados do Saeb demonstram que o impacto do NSE aumentou substancialmente e que a TAB foi mascarada pela ausência de monitoramento inteligente. A desigualdade digital, portanto, tornou-se o elo entre condições socioeconômicas e aprendizagem.

Recomenda-se a implementação urgente de políticas públicas que incluam IA como eixo central para:

  • reduzir desigualdades;

  • diagnosticar lacunas de aprendizagem;

  • personalizar conteúdos;

  • monitorar risco de evasão;

  • apoiar docentes;

  • estruturar redes de ensino resilientes a futuras crises.

Referências

HOLMES, W. et al. Artificial Intelligence in Education: Promise and Implications. OECD, 2019.
UNICEF. Impactos da pandemia na educação brasileira. Brasília, 2021.
LEITE, W.; RIBEIRO, V. Inteligência Artificial na Educação: possibilidades e desafios. Revista Brasileira de Tecnologias Educacionais, 2021.
OECD. Education and Digitalization Report. Paris, 2021.

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Lesões que não acontecem: como a inteligência artificial está transformando a saúde esportiva e protegendo atletas em tempo real


Autor: Leonardo Nobre dos Santos 
Disciplina: EGC5020 - Redes Sociais e Virtuais
Matrícula - 23102499

Introdução


Há alguns anos, falar em prevenção de lesões parecia algo restrito a fisioterapeutas, médicos ou treinadores bastante experientes. Hoje, porém, esse cenário mudou radicalmente. A inteligência artificial entrou em campo, literalmente, e passou a identificar sinais invisíveis ao olho humano, prever riscos antes que eles se tornem problemas reais e oferecer aos atletas — profissionais ou amadores — um acompanhamento que antes só existia na ficção científica.

Em um mundo em que as redes sociais ditam tendências de saúde, performance e bem-estar, a fusão entre esporte e IA tem influenciado desde a rotina de treino de jogadores de elite até o cotidiano de quem decidiu começar a correr depois de assistir a um vídeo motivacional no Instagram.

E o mais surpreendente?
A IA não está apenas ajudando atletas a performarem melhor.
Ela está ajudando atletas e pessoas comuns a não se machucarem.

Vamos por partes.

A nova era da preservação: quando a IA enxerga o que o corpo ainda não sentiu



Lesões esportivas sempre foram tratadas como algo inevitável, parte do jogo. Mas hoje, graças ao avanço da análise biomecânica combinada à inteligência artificial, elas se tornaram previsíveis e, muitas vezes, evitáveis.

Sistemas baseados em IA conseguem ler padrões de movimento, identificar assimetrias perigosas, detectar microtensões musculares, analisar sobrecarga de treino e calcular o nível de fadiga. Tudo isso antes que qualquer dor apareça.

Se antes um atleta precisava sentir que algo estava errado, hoje a IA sente por ele.

E ela faz isso com um nível de precisão que está reescrevendo a forma como treinadores e profissionais de saúde abordam a performance.

Essa visão é reforçada por especialistas brasileiros. O professor de IA Anderson Rocha, da Unicamp, afirma que “existe um mundo de possibilidades” quando a inteligência artificial é usada de maneira consciente e humana. Para ele, a tecnologia deve funcionar como inteligência aumentada, e não substituta do trabalho profissional.
(Fonte: GE Globo, 2025)

Preditores de risco: quando o algoritmo entende o corpo melhor que o espelho

Modelos de machine learning são alimentados com milhares de dados como velocidade de corrida, impacto do pé no solo, ângulos articulares, variações de ritmo, frequência cardíaca, qualidade do sono e recuperação muscular.

Com esses dados, a IA aprende a estimar quando um atleta está entrando em uma “zona vermelha”, tendência que aumenta drasticamente o risco de lesão.

E isso não fica só no esporte profissional. Apps como Strava, Nike Run Club e Whoop estão trazendo essa tecnologia para o dia a dia de corredores amadores. Ou seja, aquilo que antes era acessível apenas aos gigantes do esporte agora cabe no bolso.

De forma simples, a IA compara tudo o que você faz com o que milhões de outras pessoas já fizeram — e te alerta quando você está prestes a repetir um padrão que levou muitos à lesão.

Para o médico do COB Rodrigo Sasson, a IA já consegue combinar dados de histórico, morfologia muscular, velocidade e GPS para “prever lesões e adaptar cargas”. Isso aproxima ciência e prática numa velocidade inédita.
(Fonte: GE Globo, 2025)

Visão computacional: quando até a postura é lida por uma máquina



Imagine uma câmera gravando um treino de futebol. Para o olho humano, parece tudo perfeito. Mas, para um sistema de visão computacional, pequenos desvios aparecem como sinais de alerta: um joelho entrando demais, um tornozelo perdendo estabilidade, um quadril que não acompanha o movimento, um braço que compensa excesso de carga.

Essas microfalhas de biomecânica são os vilões mais silenciosos das lesões.

Tecnologias como as usadas pelo Hawk-Eye, pela Catapult Sports e pela Hudl capturam os movimentos quadro a quadro e os traduzem em dados. Isso permite ajuste de técnica, mudanças no treino, correção de postura, prevenção de sobrecarga e melhora na eficiência dos movimentos.

A IA vê antes para que o atleta não precise parar depois.

E, como lembra Sarah Vickers, diretora do programa olímpico da Intel, as oportunidades desse tipo de tecnologia são “incalculáveis”, especialmente quando unidas à análise em tempo real.
(Fonte: GE Globo, 2025)

Da elite ao cotidiano: IA como aliada da saúde pública ativa



Um ponto importante — e que dialoga diretamente com as redes sociais — é o impacto da IA na saúde de quem não é atleta.

Hoje, a maior parte dos conteúdos que motivam alguém a praticar algum esporte circula pelas redes. YouTube, Instagram e TikTok inspiram hábitos saudáveis. E muitos aplicativos que surgiram impulsionados por essa cultura já utilizam IA para tornar a rotina de exercícios mais segura.

Câmeras do celular analisam sua corrida, relógios inteligentes detectam níveis de estresse, apps corrigem postura e plataformas ajustam treino conforme a recuperação diária.

O professor Marco Uchida, da Unicamp, lembra que ainda existe um grande desafio: “Será que o relógio inteligente está nos fornecendo um dado preciso?”
Para ele, confiança e validação científica são fundamentais. Ainda assim, quando IA e profissionais trabalham juntos, ele diz: “o resultado é um final feliz”.
(Fonte: GE Globo, 2025)

Ao misturar tecnologia com vida real, a IA ajuda a reduzir o sedentarismo com segurança — um avanço essencial num mundo em que o excesso de telas convive com a falta de movimento.

E os dados? O desafio ético que corre ao lado da inovação

Se por um lado a IA pode salvar temporadas e proteger a saúde de milhares de atletas, por outro ela traz uma questão que não podemos ignorar: privacidade.

Informações como biomecânica, padrões de esforço, dados cardíacos, níveis de estresse e recuperação muscular são extremamente sensíveis.

Especialistas reforçam que proteger esses dados é tão importante quanto proteger o próprio corpo do atleta.

Tecnologias avançam — e precisam avançar — mas ética e transparência devem caminhar lado a lado.

O futuro da relação entre IA, esporte e saúde

Se o presente já parece futurista, o que está por vir é ainda mais transformador.

Especialistas acreditam que veremos treinos totalmente adaptativos que mudam automaticamente conforme o corpo reage, análises biomecânicas via realidade aumentada, modelos que avaliam riscos apenas pela respiração e sistemas integrados às redes sociais que mostram métricas personalizadas.

O pesquisador Irineu Loturco acredita que a IA vai acelerar a ciência do esporte: “vamos tomar decisões mais assertivas e encurtar o caminho da pesquisa científica”.
Ainda assim, ele reforça que a interface humana permanece indispensável.
(Fonte: GE Globo, 2025)

A fronteira entre corpo e tecnologia nunca foi tão integrada — e tão promissora.

Conclusão: uma reflexão necessária

A inteligência artificial não veio para substituir treinadores, fisioterapeutas ou médicos.
Veio para antecipar, proteger e ampliar nossa compreensão do corpo.

As falas de especialistas como Anderson Rocha, Marco Uchida, Rodrigo Sasson, Sarah Vickers e Irineu Loturco reforçam um ponto essencial: o futuro do esporte será construído entre pessoas e algoritmos, juntos.

Mais do que prevenir lesões, a IA nos lembra de algo simples e profundo: cuidar do corpo é cuidar do futuro.

A tecnologia apenas ilumina o caminho. Caminhar por ele é decisão nossa.

Referências 

(todas já ajustadas, incluindo o portal GE)

GLOBO. IA em Campo: Especialistas opinam sobre uso da inteligência artificial no esporte. GE, 03 jan. 2025. Disponível em:
https://ge.globo.com/olimpiadas/noticia/2025/01/03/ia-em-campo-especialistas-opinam-sobre-uso-da-inteligencia-artificial-no-esporte-oportunidades.ghtml.
Acesso em: 18 nov. 2025.

CATAPULT SPORTS. Athlete Monitoring Technology. Disponível em: https://catapultsports.com/. Acesso em: 18 nov. 2025.

HAWK-EYE INNOVATIONS. Sports Tracking Systems. Disponível em: https://www.hawkeyeinnovations.com/. Acesso em: 18 nov. 2025.

STRAVA. Strava Apps and Features. Disponível em: https://www.strava.com/. Acesso em: 18 nov. 2025.

NIKE. Nike Run Club. Disponível em: https://www.nike.com/nrc-app. Acesso em: 18 nov. 2025.

WHOOP. Wearable Health Tracker. Disponível em: https://www.whoop.com/. Acesso em: 18 nov. 2025.

Declaração de uso de IA

Durante a preparação deste trabalho, o autor utilizou ferramentas de Inteligência Artificial Generativa para apoiar o planejamento, aperfeiçoamento textual e melhoria da legibilidade. Após o uso dessas ferramentas, o conteúdo foi revisado, editado e está em conformidade com os critérios científicos e acadêmicos da disciplina. O autor assume total responsabilidade pelo conteúdo final publicado.



terça-feira, 18 de novembro de 2025

Bolhas Algorítmicas: como as redes virtuais moldam o que vemos (e pensamos)

Por Daiany Luisa Cunha Maia (22215917) - Disciplina: Redes Sociais e Virtuais

Imagem: Ilustração cyberpunk com cores de néon e tecnologia futurista - freepik

Introdução

Os algoritmos, que nada mais são do que sequências de instruções usadas para resolver problemas, estão presentes em quase tudo o que fazemos no ambiente digital. Nas redes sociais, eles deixaram de ser apenas mecanismos técnicos e passaram a atuar como filtros poderosos, capazes de decidir quais conteúdos cada pessoa vê. Plataformas como Facebook, TikTok e Instagram analisam curtidas, visualizações, buscas e comportamentos para entregar uma experiência personalizada.

Esse processo, embora eficiente, cria um efeito colateral preocupante: as chamadas bolhas algorítmicas. Dentro delas, o usuário passa a ser exposto quase exclusivamente a ideias, opiniões e conteúdos que reforçam suas preferências prévias, reduzindo contato com visões divergentes. É nesse ponto que a personalização deixa de ser apenas uma comodidade e se torna um fenômeno que influencia diretamente a percepção de mundo e o debate público.


O que são algoritmos

Imagem: Programming background with html - freepik 

Um algoritmo é uma sequência organizada de passos que serve para resolver um problema. Funciona como um plano de ação: primeiro recebemos dados (entrada), depois fazemos algum tipo de transformação (processamento) e, por fim, obtemos um resultado (saída).

Mesmo tarefas simples seguem essa lógica. A entrada pode ser qualquer tipo de dado, usuário, arquivo, sensores. O processamento inclui cálculos, regras e tomadas de decisão. A saída é o resultado final, como a exibição de uma informação na tela.


Como funcionam nas redes sociais

Imagem: Medium shot woman holding smartphone - freepik

Nas redes sociais, os algoritmos são responsáveis por decidir o que cada pessoa vê. Plataformas como Facebook, Instagram, TikTok e Twitter analisam curtidas, histórico de busca, tempo de visualização, interações e preferências para montar um perfil de interesses.

O processo é sempre contínuo: coleta de dados, análise e exibição. A partir disso, o algoritmo seleciona quais conteúdos aparecem primeiro, priorizando o que tem maior chance de prender a atenção do usuário. Essa personalização move o engajamento e molda o que se torna “tendência”.


As bolhas digitais

View of people addicted to their smartphone looking and scrolling through the screens - freepik

A personalização tem um lado delicado. Quanto mais a pessoa consome um tipo de conteúdo, mais desse conteúdo passa a aparecer. Com o tempo, forma-se a chamada bolha informacional: um ambiente em que o usuário só recebe ideias parecidas com as suas, deixando de ter contato com visões diferentes.

Isso cria a impressão de que determinados assuntos estão “em alta”, quando na verdade só aparecem mais porque reforçam o padrão de consumo daquele usuário. O contraditório some da tela. A pluralidade diminui. E a percepção de mundo fica limitada.

Essa dinâmica não depende apenas das plataformas. É uma responsabilidade compartilhada. Cabe às empresas mais transparência; aos governos, regulamentação; às pessoas, pensamento crítico e busca ativa por pontos de vista diferentes.

Pesquisas mostram que os algoritmos identificam padrões principalmente pelas interações diretas (curtidas, comentários, reações) e indiretas (tempo de visualização). Eles são eficientes em recomendar conteúdos, mas geram sobrecarga de informação e restringem o acesso a informações novas, favorecendo vícios, empobrecimento intelectual e até impactos emocionais.


Questões éticas e preocupações

Imagem: Concept of person suffering from cybersickness and technology addiction - freepik

As bolhas se intensificam conforme as redes crescem. Junto delas, aumentam problemas como desinformação, vício em tela e consumo exagerado. O usuário é guiado para dentro de círculos cada vez mais fechados, formados a partir dos seus próprios rastros digitais.

Os algoritmos que constroem essas bolhas usam técnicas avançadas, como aprendizado profundo, capazes de analisar grandes volumes de dados e prever comportamentos. Essas tecnologias também são usadas para marketing, direcionamento de anúncios e estratégias de venda, nem sempre de forma ética.

Quando tudo é transformado em produto, o usuário se torna alvo. Seus dados passam a guiar publicidade, moldar preferências e reforçar hábitos. A consequência é um isolamento gradual, em que debates, opiniões e até questões políticas ficam presos dentro de pequenas câmaras de eco.


Opinião pessoal

Os algoritmos têm valor empresarial inegável. Permitem decisões baseadas em dados e aumentam a eficiência de diversos setores. O problema não está na tecnologia em si, mas no modo como é aplicada. Quando não monitorada, a personalização isola, radicaliza e estreita o campo de visão do usuário.

É necessário discutir o uso ético dos dados, a transparência dos processos e os impactos sociais desse modelo. O excesso de publicidade, o incentivo ao consumo, a exposição constante a conteúdos semelhantes e a polarização crescente são sinais de que precisamos repensar essa estrutura.

Como sociedade, é essencial desenvolver a chamada alfabetização algorítmica: entender como esses sistemas funcionam, questionar seus resultados e buscar, voluntariamente, a diversidade de ideias. O Estado também tem um papel importante na criação de políticas que protejam o bem-estar coletivo, promovam educação digital e enfrentem os efeitos das bolhas.

As redes cresceram rápido demais, e ninguém estava totalmente preparado. Agora lidamos com consequências profundas, sociais, emocionais e cognitivas, que precisam ser tratadas com mais seriedade.


Conclusão

Standard quality control collage concept - freepik

Com a popularização da internet, as redes sociais se tornaram um dos principais espaços de comunicação. Seus algoritmos são eficientes em recomendar conteúdos, mas também criam bolhas que isolam usuários, favorecem fake news e afetam a forma como enxergam o mundo.

Essas bolhas não apenas prejudicam a comunicação entre grupos, mas reduzem o senso crítico individual. Embora os algoritmos sejam precisos, limitam o acesso à diversidade de informações. O desafio atual é encontrar caminhos para garantir uma navegação segura, que preserve a pluralidade e reduza os efeitos do isolamento digital.



Referências

LOPES, Renata. Algoritmo: o que é e como funciona em programação e rede social. Asimov Academy. 2023. Disponível em: https://hub.asimov.academy/blog/o-que-sao-algoritmos/. Acesso em: data 20 de ago. 2025.

Algoritmo atento: tecnologia direciona informações na web. UFSM. 2019. Disponível em: https://www.ufsm.br/midias/arco/algoritmo-atento-como-a-tecnologia-organiza-e-direciona-informacoes-dos-usuarios-da-web-em-perfis-comerciais#:~:text=%E2%80%9COs%20algoritmos%20s%C3%A3o%20c%C3%B3digos%20escritos,determinados%20an%C3%BAncios%20para%20usu%C3%A1rios%20espec%C3%ADficos. Acesso em: data 21 de ago. 2025.

Como funcionam os algoritmos das redes sociais. SEBRAE. 2023. Disponível em: https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-funcionam-os-algoritmos-das-redes-sociais,d747b240aba76810VgnVCM1000001b00320aRCRD. Acesso em: data 21 de ago. 2025.

BARRETT, Nicholas. Como algoritmos mudaram a maneira como interagimos. BBC. 2024. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cm2yjzpykg7o. Acesso em: data 21 de ago. 2025.

A ditadura do algoritmo e o perigo das bolhas sociais: um chamado à responsabilidade digital. STARTUPS. 2025. Disponível em: https://startups.com.br/artigo/a-ditadura-do-algoritmo-e-o-perigo-das-bolhas-sociais-um-chamado-a-responsabilidade-digital/. Acesso em: data 09 de set. 2025.

Silva, L. S. da, Rocha, F. das C., & Baluz, R. A. R. S. (2025). A formação das bolhas informacionais na comunicação digital: Uma revisão bibliográfica sobre as métricas algorítmicas dentro das redes sociais Facebook, Twitter e TikTok. Revista Eletrônica De Iniciação Científica Em Computação, 23(1), 16–23. Disponível em: https://doi.org/10.5753/reic.2025.5402. Acesso em: data 17 de nov. 2025.

Declaração de uso de Inteligência ArtificialDurante a preparação deste trabalho foi utilizada uma ferramenta de inteligência artificial generativa como apoio na organização das ideias e na revisão de clareza. O conteúdo foi revisado e finalizado pela autora, que assume total responsabilidade pela versão publicada.



segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Recriando o Passado: O Boom dos Remakes e o Papel Emergente da IA

Disciplina: EGC5019 - Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Autora: Alice Oliveira da Silva     Matrícula: 19102410

(Montagem contendo imagens dos remakes de jogos da franquia Resident Evil)

Nos últimos anos, a indústria de jogos tem testemunhado uma onda crescente de remakes: títulos clássicos que ressurgem em versões reimaginadas, com gráficos modernos, mecânicas de jogo atualizadas e, por vezes, até novas linhas narrativas. Mas por que grandes empresas, como a Capcom, estão investindo tanto nesse nicho, e qual é o papel da tecnologia, em especial da Inteligência Artificial (IA), nesse fenômeno?

O poder da nostalgia e a voz da comunidade

Boa parte dessa alta demanda por remakes é impulsionada pelas comunidades online. Fãs nostálgicos recorrem a fóruns, redes sociais e sites especializados para pedir a ressurreição de seus jogos favoritos. Para as desenvolvedoras, isso representa uma vantagem comercial significativa.

Existe uma base de fãs já engajada e um "guia" claro sobre o que os jogadores esperam ver no remake (visuais aprimorados, controles modernos, expansão de conteúdo). Essa demanda prévia diminui o risco comercial de criar algo totalmente novo. Além disso, os remakes permitem que as desenvolvedoras revisitem clássicos consagrados com a tecnologia atual, tornando-os mais acessíveis para novas gerações de jogadores. É crucial notar a diferença: um remake reconstrói o jogo fundamentalmente — muitas vezes usando novas engines e recursos mais potentes — enquanto um remaster apenas melhora gráficos ou som.

A tecnologia por trás da reconstrução

A Capcom, por exemplo, utiliza sua própria engine gráfica, a RE Engine, em muitos de seus remakes recentes. Essa engine é otimizada para trabalhar com ativos modernos, o que facilita as reconstruções visuais sem comprometer a performance do jogo.

Paralelamente às engines de desenvolvimento, empresas como a NVIDIA exploram tecnologias que tornam essas atualizações ainda mais impressionantes. A plataforma RTX Remix, por exemplo, permite que modders e desenvolvedores remasterizem (e não refaçam do zero) jogos clássicos com iluminação moderna, texturas melhoradas e até path tracing, utilizando tecnologia de ponta.

IA e remakes: além da melhoria visual

O uso da IA no desenvolvimento de remakes vai muito além de simples melhorias visuais. A IA generativa tem sido utilizada para ajudar a recriar elementos antigos de forma automática.

Segundo reportagens, estúdios já empregam esse tipo de IA para redesenhar sprites (personagens e cenários) antigos, interpolando quadros para reduzir drasticamente o trabalho manual. Em outro exemplo notável, há projetos onde uma IA "assiste" a humanos jogando clássicos como Super Mario Bros. e, a partir dessa observação, recria o código ou a estrutura das fases desses jogos.

Essa capacidade sugere um futuro em que a IA pode, literalmente, reconstruir ou reimaginar os mundos dos jogos com base no que "aprende" ao observar os jogadores. O famoso designer de jogos Hideo Kojima chegou a afirmar que, no futuro, remakes e até sequências podem ser totalmente gerados por IA, liberando os desenvolvedores humanos para se concentrarem na criação de conceitos e experiências originais.


(postagens feitas por membros da comunidade da franquia Resident Evil no Reddit)

A comunidade: o fiel da balança

Apesar de todo o avanço tecnológico, a voz dos jogadores continua sendo essencial. Remakes bem-sucedidos geralmente respeitam o "espírito" do jogo original, atendendo aos pedidos mais comuns da comunidade em termos de estética, jogabilidade e conteúdo. O remake de Resident Evil 2 da Capcom é frequentemente citado como um exemplo de sucesso nesse aspecto.

No entanto, quando essas expectativas são ignoradas, os remakes podem ser alvo de críticas. O remake de Resident Evil 3, por exemplo, sofreu críticas por ter cortado elementos originais da história do jogo, frustrando parte do apelo nostálgico dos fãs.

Há também uma tensão interessante no mercado: enquanto muitos aplaudem remakes de alta qualidade, outros criticam que as empresas priorizem essas "fórmulas seguras" em vez de investir em ideias totalmente novas. Alguns jogadores veem os remakes como um caminho para o retorno financeiro garantido, especialmente quando o investimento humano é reduzido graças às ferramentas de IA que auxiliam no desenvolvimento.

Conclusão: um futuro nostálgico e tecnológico

O boom dos remakes de jogos é o resultado de uma combinação poderosa: a demanda da comunidade, os avanços tecnológicos e o poder da IA. As empresas enxergam nas "velhas joias" um caminho seguro para o retorno financeiro, ao mesmo tempo em que reinventam esses jogos para as capacidades das plataformas atuais. A IA, por sua vez, acelera esse processo, ajudando a recriar texturas, ambientes e até lógicas de jogo com menos esforço humano.

Contudo, é fundamental destacar que isso não significa o fim da criatividade humana. Pelo contrário, a IA pode liberar os desenvolvedores para sonharem mais alto, enquanto os fãs veem seus jogos favoritos ganhando nova vida em mundos virtuais ainda mais vibrantes. Se continuar crescendo nesse ritmo, esse movimento pode definir não apenas uma moda nostálgica, mas uma nova era no desenvolvimento de jogos, onde o passado e o futuro dialogam por meio da tecnologia.

Referências bibliográficas

ADRENALINE. Nvidia Editors Day 2025: Nvidia reforça sua liderança e vanguarda em IA. Disponível em: NVIDIA Editor's Day 2025: NVIDIA reforça sua liderança em IAAcesso em: 17 nov. 2025.

EPIC GAMES. Video game remakes vs. remasters: What are they, why do they happen? Disponível em: Remakes vs. remasterizações de jogos: o que são e por que são feitos? - Epic Games Store. Acesso em: 17 nov. 2025.

GAMEVICIO. Hideo Kojima diz que remakes e sequências podem ser criados por IA no futuro. Disponível em: https://www.gamevicio.com/noticias/2025/10/hideo-kojima-ia-remakes-e-sequencias/ Acesso em: 17 nov. 2025.

OLHAR DIGITAL. IA já é ferramenta de 90% dos desenvolvedores de jogos. Disponível em: https://olhardigital.com.br/2025/08/19/games-e-consoles/ia-ja-e-ferramenta-de-90-dos-desenvolvedores-de-jogos/. Acesso em: 17 nov. 2025.

OLHAR DIGITAL. Inteligência artificial consegue recriar fases de Super Mario. Disponível em: https://olhardigital.com.br/2017/09/11/games-e-consoles/inteligencia-artificial-consegue-recriar-fases-de-super-mario/. Acesso em: 17 nov. 2025.

REDDIT. Discussão sobre remakes na indústria de games (tópico “r/truegaming”). Disponível em: https://www.reddit.com/r/truegaming/comments/ycpqlq/spending_35_years_on_a_remakeremaster_instead_of/?utm_source=share&utm_medium=web3x&utm_name=web3xcss&utm_term=1&utm_content=share_button. Acesso em: 17 nov. 2025.

SAPO TEK. Como a inteligência artificial generativa está a ajudar os estúdios e developers a criar videojogos. Disponível em: https://tek.sapo.pt/noticias/computadores/artigos/como-a-inteligencia-artificial-generativa-esta-a-ajudar-os-estudios-e-developers-a-criar-videojogos Acesso em: 17 nov. 2025.

WIKIPÉDIA. RE Engine. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/RE_Engine Acesso em: 17 nov. 2025.

A autora declara que foram utilizadas as ferramentas de inteligência artificial Notebook LM, Gemini, Manus, e Grammarly durante a elaboração deste trabalho. Estas ferramentas foram empregadas especificamente para o refinamento e ajuste textual, visando aprimorar a clareza e a coesão. A autora revisou e assume total responsabilidade pelo conteúdo final apresentado.