Sem dúvida as redes sociais são uma ferramenta muito importante na democratização da comunicação, acesso a informações e compartilhamento de opiniões. No entanto, com a facilitação do acesso a está ferramenta, os algoritmos mais complexos e focados em entregar conteúdos cada vez mais nichados a fim reter os usuários por mais tempo, é perceptível que a sociedade tem se dividido em tribos de forma mais rápida e radical do que nunca antes.
Essa radicalização é causada e potencializada pelas seguintes questões:
* Criação de bolhas de conteúdo:
O fenômeno de grupos com crenças diferentes é muito mais antigo do que as redes sociais, mas com a existência delas esses grupos conseguem se conectar com mais facilidade, então as "bolhas de eco", um ambiente onde todos pensam igual e repercutem o mesmo discurso reforçando as crenças pré-estabelecidas se tornam muitos maiores, criando a sensação de que uma visão nichada e específica de mundo é compartilhada por todos.
* Popularização de aplicativos com vídeos curtos:
Para entender qual a influencia desses aplicativos, como Tiktok, Instagram Reels, é preciso entender como as redes sociais sugerem conteúdo para seus usuários. Como a sugestão é entregue conforme os conteúdos já consumidos, o fato de agora os conteúdos serem mais rápidos tornam o processo de aprendizado do algoritmo acelerado. Dessa forma, segundo um estudo da Universidade Dublin em 2024, um jovem que acessa o Tiktok e engaja com conteúdos de bolhas radicais por 2 horas, tem 77% das recomendações seguintes ligadas a essa bolha.
* Aumento do Isolamento social:
O aumento do isolamento social, advindo da sociedade pós pandemia e a digitalização social contribui muito para a radicalização por meio das redes, pois com o este, a única forma pela qual o indivíduo percebe a sociedade é por meio das opiniões que vê nas redes, e uma vez dentro de uma "bolha de eco" o comportamento se tornará cada vez mais radical.
Com isso em vista, os grupos que costumam mais se radicalizar dentro das redes são, jovens que não tem um convívio fora das redes sociais e idosos que já não tem mais tanta proximidade com a família e encontram nesses grupos online, seja no Whatsapp ou Discord um local onde podem socializar e sentir que suas opiniões são aceitas.
O processo de oposição entre tribos diferentes sempre foi natural, porém com o advento das redes sociais foi potencializado, principalmente pelo ponto de vista de tornar todas as opiniões cada vez mais nichadas e extremas. Olhando para situação na prática, um jovem que acessa as redes sociais hoje, e passa a se aprofundar em uma bolha, tem acesso a um número tão grande de pessoas que tem um opinião similar, que até mesmo visões de mundo extremamente radicais considerando a população como um todo se tornam um consenso dentro da bolha.
Referências
https://www.unicep.edu.br/post/a-influ%C3%AAncia-das-redes-sociais-na-pol%C3%ADtica-qual-o-real-impacto
https://operobal.uel.br/ultimas/2025/08/18/efeitos-do-consumo-de-videos-de-curta-duracao-no-cerebro/
https://www.terra.com.br/noticias/mundo/no-marrocos-na-asia-ou-no-peru-movimento-geracao-z-ganha-impulso-com-efeito-espelho-na-internet,75accd593dc91ff5f424231426ec1d96ynszxgd5.html
https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2024/07/08/algoritmos-radicalizacao-meninos-geracao-z.htm
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-64425263
https://www.publico.pt/2024/01/31/p3/noticia/geracao-z-homens-mulheres-discordam-politica-2078692#
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