Autor: Leonardo Nobre dos Santos
Disciplina: EGC5020 - Redes Sociais e Virtuais
Matrícula - 23102499
Introdução
Há alguns anos, falar em prevenção de lesões parecia algo restrito a fisioterapeutas, médicos ou treinadores bastante experientes. Hoje, porém, esse cenário mudou radicalmente. A inteligência artificial entrou em campo, literalmente, e passou a identificar sinais invisíveis ao olho humano, prever riscos antes que eles se tornem problemas reais e oferecer aos atletas — profissionais ou amadores — um acompanhamento que antes só existia na ficção científica.
Em um mundo em que as redes sociais ditam tendências de saúde, performance e bem-estar, a fusão entre esporte e IA tem influenciado desde a rotina de treino de jogadores de elite até o cotidiano de quem decidiu começar a correr depois de assistir a um vídeo motivacional no Instagram.
E o mais surpreendente?
A IA não está apenas ajudando atletas a performarem melhor.
Ela está ajudando atletas e pessoas comuns a não se machucarem.
Vamos por partes.
A nova era da prevenção: quando a IA enxerga o que o corpo ainda não sentiu
Lesões esportivas sempre foram tratadas como algo inevitável, parte do jogo. Mas hoje, graças ao avanço da análise biomecânica combinada à inteligência artificial, elas se tornaram previsíveis e, muitas vezes, evitáveis.
Sistemas baseados em IA conseguem ler padrões de movimento, identificar assimetrias perigosas, detectar microtensões musculares, analisar sobrecarga de treino e calcular o nível de fadiga. Tudo isso antes que qualquer dor apareça.
Se antes um atleta precisava sentir que algo estava errado, hoje a IA sente por ele.
E ela faz isso com um nível de precisão que está reescrevendo a forma como treinadores e profissionais de saúde abordam a performance.
Essa visão é reforçada por especialistas brasileiros. O professor de IA Anderson Rocha, da Unicamp, afirma que “existe um mundo de possibilidades” quando a inteligência artificial é usada de maneira consciente e humana. Para ele, a tecnologia deve funcionar como inteligência aumentada, e não substituta do trabalho profissional.
(Fonte: GE Globo, 2025)
Modelos de machine learning são alimentados com milhares de dados como velocidade de corrida, impacto do pé no solo, ângulos articulares, variações de ritmo, frequência cardíaca, qualidade do sono e recuperação muscular.
Com esses dados, a IA aprende a estimar quando um atleta está entrando em uma “zona vermelha”, tendência que aumenta drasticamente o risco de lesão.
E isso não fica só no esporte profissional. Apps como Strava, Nike Run Club e Whoop estão trazendo essa tecnologia para o dia a dia de corredores amadores. Ou seja, aquilo que antes era acessível apenas aos gigantes do esporte agora cabe no bolso.
De forma simples, a IA compara tudo o que você faz com o que milhões de outras pessoas já fizeram — e te alerta quando você está prestes a repetir um padrão que levou muitos à lesão.
Para o médico do COB Rodrigo Sasson, a IA já consegue combinar dados de histórico, morfologia muscular, velocidade e GPS para “prever lesões e adaptar cargas”. Isso aproxima ciência e prática numa velocidade inédita.
(Fonte: GE Globo, 2025)
Visão computacional: quando até a postura é lida por uma máquina
Imagine uma câmera gravando um treino de futebol. Para o olho humano, parece tudo perfeito. Mas, para um sistema de visão computacional, pequenos desvios aparecem como sinais de alerta: um joelho entrando demais, um tornozelo perdendo estabilidade, um quadril que não acompanha o movimento, um braço que compensa excesso de carga.
Essas microfalhas de biomecânica são os vilões mais silenciosos das lesões.
Tecnologias como as usadas pelo Hawk-Eye, pela Catapult Sports e pela Hudl capturam os movimentos quadro a quadro e os traduzem em dados. Isso permite ajuste de técnica, mudanças no treino, correção de postura, prevenção de sobrecarga e melhora na eficiência dos movimentos.
A IA vê antes para que o atleta não precise parar depois.
E, como lembra Sarah Vickers, diretora do programa olímpico da Intel, as oportunidades desse tipo de tecnologia são “incalculáveis”, especialmente quando unidas à análise em tempo real.
(Fonte: GE Globo, 2025)
Um ponto importante — e que dialoga diretamente com as redes sociais — é o impacto da IA na saúde de quem não é atleta.
Hoje, a maior parte dos conteúdos que motivam alguém a praticar algum esporte circula pelas redes. YouTube, Instagram e TikTok inspiram hábitos saudáveis. E muitos aplicativos que surgiram impulsionados por essa cultura já utilizam IA para tornar a rotina de exercícios mais segura.
Câmeras do celular analisam sua corrida, relógios inteligentes detectam níveis de estresse, apps corrigem postura e plataformas ajustam treino conforme a recuperação diária.
O professor Marco Uchida, da Unicamp, lembra que ainda existe um grande desafio: “Será que o relógio inteligente está nos fornecendo um dado preciso?”
Para ele, confiança e validação científica são fundamentais. Ainda assim, quando IA e profissionais trabalham juntos, ele diz: “o resultado é um final feliz”.
(Fonte: GE Globo, 2025)
Ao misturar tecnologia com vida real, a IA ajuda a reduzir o sedentarismo com segurança — um avanço essencial num mundo em que o excesso de telas convive com a falta de movimento.
Se por um lado a IA pode salvar temporadas e proteger a saúde de milhares de atletas, por outro ela traz uma questão que não podemos ignorar: privacidade.
Informações como biomecânica, padrões de esforço, dados cardíacos, níveis de estresse e recuperação muscular são extremamente sensíveis.
Especialistas reforçam que proteger esses dados é tão importante quanto proteger o próprio corpo do atleta.
Tecnologias avançam — e precisam avançar — mas ética e transparência devem caminhar lado a lado.
Se o presente já parece futurista, o que está por vir é ainda mais transformador.
Especialistas acreditam que veremos treinos totalmente adaptativos que mudam automaticamente conforme o corpo reage, análises biomecânicas via realidade aumentada, modelos que avaliam riscos apenas pela respiração e sistemas integrados às redes sociais que mostram métricas personalizadas.
O pesquisador Irineu Loturco acredita que a IA vai acelerar a ciência do esporte: “vamos tomar decisões mais assertivas e encurtar o caminho da pesquisa científica”.
Ainda assim, ele reforça que a interface humana permanece indispensável.
(Fonte: GE Globo, 2025)
A fronteira entre corpo e tecnologia nunca foi tão integrada — e tão promissora.
Conclusão: uma reflexão necessária
A inteligência artificial não veio para substituir treinadores, fisioterapeutas ou médicos.
Veio para antecipar, proteger e ampliar nossa compreensão do corpo.
As falas de especialistas como Anderson Rocha, Marco Uchida, Rodrigo Sasson, Sarah Vickers e Irineu Loturco reforçam um ponto essencial: o futuro do esporte será construído entre pessoas e algoritmos, juntos.
Mais do que prevenir lesões, a IA nos lembra de algo simples e profundo: cuidar do corpo é cuidar do futuro.
A tecnologia apenas ilumina o caminho. Caminhar por ele é decisão nossa.
Referências
(todas já ajustadas, incluindo o portal GE)
GLOBO. IA em Campo: Especialistas opinam sobre uso da inteligência artificial no esporte. GE, 03 jan. 2025. Disponível em:
https://ge.globo.com/olimpiadas/noticia/2025/01/03/ia-em-campo-especialistas-opinam-sobre-uso-da-inteligencia-artificial-no-esporte-oportunidades.ghtml.
Acesso em: 18 nov. 2025.
CATAPULT SPORTS. Athlete Monitoring Technology. Disponível em: https://catapultsports.com/. Acesso em: 18 nov. 2025.
HAWK-EYE INNOVATIONS. Sports Tracking Systems. Disponível em: https://www.hawkeyeinnovations.com/. Acesso em: 18 nov. 2025.
STRAVA. Strava Apps and Features. Disponível em: https://www.strava.com/. Acesso em: 18 nov. 2025.
NIKE. Nike Run Club. Disponível em: https://www.nike.com/nrc-app. Acesso em: 18 nov. 2025.
WHOOP. Wearable Health Tracker. Disponível em: https://www.whoop.com/. Acesso em: 18 nov. 2025.
Declaração de uso de IA
Durante a preparação deste trabalho, o autor utilizou ferramentas de Inteligência Artificial Generativa para apoiar o planejamento, aperfeiçoamento textual e melhoria da legibilidade. Após o uso dessas ferramentas, o conteúdo foi revisado, editado e está em conformidade com os critérios científicos e acadêmicos da disciplina. O autor assume total responsabilidade pelo conteúdo final publicado.
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