A Influência das Redes Sociais Digitais na Identidade e Saúde Mental da Juventude
Disciplina: Redes Sociais e Virtuais / Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Autor: Gustavo Veiga Muller Nascimento
Matrícula: 22215434
Introdução
O uso de redes sociais digitais tornou-se parte central da vida dos jovens, influenciando não apenas sua forma de comunicação, mas também a construção de identidade, autoestima e saúde mental. A adolescência, entendida como um período de intensas transformações psicológicas, biológicas e sociais, corresponde ao estágio do desenvolvimento em que o indivíduo enfrenta o conflito “Identidade versus Confusão de Papéis”, de acordo com Erik Erikson. Nesse cenário, plataformas como Instagram, TikTok e Facebook tornam-se ambientes de socialização, validação e autoexpressão — mas também de comparação social, insegurança e sofrimento emocional.
Ao mesmo tempo em que oferecem pertencimento, as redes sociais potencializam vulnerabilidades, moldando comportamentos e afetando a percepção de si. Este artigo explora os impactos positivos e negativos desse fenômeno, destacando dados recentes sobre saúde mental, mecanismos de influência e os desafios contemporâneos enfrentados pelos jovens no ambiente digital.
Impactos Negativos na Saúde Mental e na Autoestima
Estudos recentes apontam que o uso excessivo das redes sociais está associado ao aumento significativo de ansiedade, depressão e sentimentos de inadequação entre jovens. O Panorama da Saúde Mental 2024 mostra que 45% dos casos de ansiedade em pessoas de 15 a 29 anos estão diretamente associados ao uso intensivo de redes digitais.
Jovens que passam mais de três horas por dia nessas plataformas possuem 30% mais risco de desenvolver quadros depressivos. Uma pesquisa baseada em autorrelato revelou que 93,4% dos participantes acreditam que o uso exagerado afeta negativamente sua saúde mental.
Além dos diagnósticos, há implicações comportamentais importantes:
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Uso Problemático:
Cerca de 65,3% dos jovens reconhecem que passam tempo excessivo nas redes, prejudicando estudos, lazer e relações presenciais. Isso sugere um padrão de comportamento cada vez mais próximo da dependência tecnológica. -
Comparação Social:
Aproximadamente 42% dos jovens admitem comparar suas vidas com as imagens idealizadas que veem nas redes. A comparação constante com padrões estéticos irreais enfraquece a autoestima e cria sensação de inadequação. -
Busca de Validação Externa:
Curtidas, comentários e compartilhamentos tornam-se métricas emocionais. Cerca de 40% dos entrevistados afirmam que sua autoestima depende da interação gerada por suas postagens. Essa “moeda social” digital compromete a autonomia emocional e reforça a busca contínua por aprovação. -
FOMO – Fear of Missing Out:
O medo de “ficar por fora” intensifica a ansiedade, levando jovens a permanecerem constantemente online, mesmo em momentos de exaustão e sobrecarga.
A Influência das Redes na Construção da Identidade
As redes sociais funcionam como uma “vitrine” na qual os jovens constroem e expõem versões idealizadas de si mesmos. A identidade online é cuidadosamente curada: filtros, poses, legendas e escolhas de imagens revelam uma performance que busca reconhecimento e pertencimento.
Pesquisas apontam que 58,7% dos jovens reconhecem que as redes sociais influenciam sua autoimagem. Em muitos casos, o “eu online” não difere drasticamente do “eu offline”, mas se apresenta em sua versão mais estilizada, reforçando preferências culturais, grupos sociais e valores.
No Facebook e plataformas semelhantes, estudos indicam que fotos são a principal forma de autoapresentação, frequentemente utilizadas para reforçar laços de amizade e identidade coletiva. Assim, as redes tornam-se uma extensão do convívio presencial, onde se constroem narrativas públicas sobre si.
Desafios Sociais e Riscos da Era Digital
A socialização virtual trouxe também novos desafios sociais, que exigem atenção e mediação:
Cyberbullying e Exclusão Digital
O Brasil registra que 27% dos jovens já sofreram cyberbullying, cujos efeitos podem ser ainda mais devastadores que agressões presenciais, levando ao isolamento, medo e prejuízo no desempenho escolar.
Polarização e Extremismo Digital
Os algoritmos das plataformas tendem a reforçar crenças preexistentes, formando as chamadas bolhas digitais. Esse ambiente favorece radicalização, discursos de ódio e a aproximação de grupos extremistas.
Fenômenos como comunidades incel e ideologias red pill captam jovens vulneráveis, muitas vezes com baixa autoestima ou dificuldades sociais, oferecendo pertencimento a partir de narrativas tóxicas e misóginas.
Vulnerabilidades de Jovens LGBT+
Apesar dos riscos, redes sociais também funcionam como espaço de acolhimento. Jovens LGBT+, muitas vezes privados de diálogo seguro na escola ou na família, encontram nesses espaços apoio emocional, informações e uma comunidade que legitima suas identidades.
O Papel da Família e da Escola
Grande parte dos impactos negativos está relacionada à ausência de mediação adequada. A falta de supervisão familiar e de diálogo aberto sobre sexualidade, autoestima, saúde mental e tecnologia faz com que jovens busquem respostas em comunidades digitais — nem sempre seguras.
A escola também ocupa papel estratégico: especialistas defendem a inclusão de programas de alfabetização midiática e digital, preparando os jovens para compreenderem algoritmos, reconhecerem manipulações discursivas e fazerem uso saudável das plataformas.
Entre as recomendações mais urgentes estão:
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Orientação familiar contínua e diálogo sobre experiências digitais.
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Educação emocional e discussão sobre saúde mental no currículo escolar.
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Políticas de controle de idade e limite de tempo em plataformas.
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Promoção consciente do uso crítico das mídias.
Alguns pesquisadores sugerem, inclusive, a proibição de redes sociais para menores de 16 anos, dado que a faixa entre 9 e 15 é considerada extremamente vulnerável ao impacto das tecnologias na formação cerebral.
Analogia: A Praça e o Escultor
A construção da identidade na era digital pode ser comparada a um jovem escultor trabalhando em uma praça movimentada.
A praça — as redes sociais — fornece as ferramentas e o palco. Mas, em vez de focar em sua visão interna, o escultor se perde tentando agradar o público, observando suas reações, curtidas e críticas.
Assim, sua obra final pode refletir mais o gosto da multidão do que seu verdadeiro eu, gerando frustração e desgaste. A orientação familiar e a alfabetização midiática funcionam como um mestre experiente, que o ensina a valorizar sua autenticidade e utilizar as ferramentas com sabedoria, sem se perder na aprovação dos outros.
Considerações Finais
As redes sociais transformaram profundamente a maneira como jovens constroem suas identidades, desenvolvem autoestima e se relacionam com o mundo. Embora ofereçam oportunidades de expressão e pertencimento, também intensificam vulnerabilidades emocionais e sociais.
Promover uma educação digital crítica, fortalecer a comunicação familiar e investir em políticas de proteção são passos fundamentais para que essas plataformas deixem de ser uma fonte de sofrimento e se tornem ferramentas de desenvolvimento saudável.
Referências
https://notebooklm.google.com/notebook/5a7758c9-8a9a-4816-bece-089c3a0bbb4c
ACADEMIA DO JORNALISTA. Como fazer uma notícia ou reportagem de sucesso. Disponível em:
https://academiadojornalista.com.br/cursos-para-jornalistas/como-fazer-uma-noticia-ou-reportagem-de-sucesso/. Acesso em: 17 nov. 2025.
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. Ambientes Virtuais de Aprendizagem / Redes Sociais e Virtuais. Disponível em:
https://moodle.ufsc.br/course/view.php?id=151505. Acesso em: 17 nov. 2025.
Demais dados estatísticos citados são derivados do Panorama da Saúde Mental 2024 e de pesquisas acadêmicas relativas ao uso de redes sociais e saúde mental.
Nota sobre a Metodologia de Produção do Conteúdo
Este artigo utilizou o NotebookLM como ferramenta de apoio para buscas de fontes, análise de textos e construção dos resumos. Também se utilizou o ChatGPT para aprimorar a descrição, clareza e qualidade narrativa do texto destinado ao blog, mantendo a coerência jornalística e a originalidade do conteúdo.
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