quarta-feira, 3 de maio de 2023

Primavera árabe



Alisson Volnei de Souza
Matrícula: 22101229



Influência das redes sociais na Primavera Árabe




    Em Dezembro de 2010, um jovem tunisiano, Mohamed Bouazizi, ateou fogo no próprio corpo como forma de manifestação contra as condições de vida no país em que morava. Ele era constantemente abordado por policiais por não ter autorização para trabalhar por supostos problemas com seus produtos, além de ser intimidado por pedidos de propina. Após a confiscação de seus produtos e a proibição de diálogo por parte do governo local, em forma de protesto individual, ateou fogo em seu próprio corpo e morreu dias após a ação. Com isso, houve a comoção pública e repercussão nacional e internacional pelo ocorrido,propagado, principalmente, pelas redes sociais, tendo, como consequência, a organização de grupos contrários ao Governo de diferentes países, tais como Tunísia, Egito, Síria, Arábia Saudita, em prol de melhores condições de trabalho, educação, saúde e o fim da corrupção que ocorre nestes governos.









1. Tunísia

    A Primavera árabe começou em 18/12/2010, na Tunísia, país onde foi deposto o Governo de Ben Ali, em 14/01/2011, e ocorreram grandes protestos, muitos deles organizados pelas redes sociais. Com a derrubada do Governo, Ben Ali e sua família pediram exílio político na Arábia Saudita. Além do governo de Ben Ali, houve a renúncia do Primeiro Ministro Ghannouchi, a dissolução da RCD, o antigo partido dirigente da Tunísia com a expulsão de seus membros do governo e liquidação de seus ativos, além de haver, também, a libertação de presos políticos




2. Iêmen

    No Iêmen, ocorreu a derrubada do Governo de Ali Abdullah Saleh, porém, Saleh recebe imunidade judicial, o que intensificou as disputas internas no governo. Houve distúrbios sectários fomentados sob Abd Rabbuh Mansur Hadi, que desestabilizaram o país e levam ao golpe de Estado. Com isso, disputas internas contra o presidente, além de protestos nas ruas e confrontos entre opositores e partidários do governo levaram o país à beira de uma Guerra Civil.

    Com a intensificação dos protestos no país, houve a renúncia do Primeiro Ministro Mujawar, além de deputados do partido governante. Com a desestabilização política e econômica do país, houve a ocupação em várias áreas do território iemita pela Al-Qaeda e pelos rebeldes Houthis. Com a presença de grupos terroristas em território iemita, Hadi, até então presidente eleito, foi deposto pelos rebeldes de Houthis, em 22/01/2015 e o conflito se intensifica no país.




3. Egito

    Com a crescente corrupção, centralização de poder no Egito, milhares de pessoas foram para as ruas protestar, o que resultou em uma violenta repressão por parte das forças de segurança egípcias, o que aumentou ainda mais a pressão popular contra ao presidente Mubarak, que chegou a renunciar em 11/02/2011.

    Após a queda de Mubarak, o poder foi transferido para um conselho militar, mas os protestos continuaram, com a população exigindo uma transição democrática genuína. No entanto, a situação política permaneceu instável e tumultuada.

    Posteriormente, ocorreram eleições no Egito, e Mohamed Morsi, do partido político islâmico Irmandade Muçulmana, foi eleito como o primeiro presidente democraticamente eleito do país. No entanto, seu mandato enfrentou desafios e controvérsias, e em julho de 2013, Morsi foi deposto pelo exército após protestos massivos contra seu governo.

    Desde então, o Egito passou por mudanças políticas significativas, com o atual presidente Abdel Fattah el-Sisi assumindo o poder em 2014 após vencer as eleições presidenciais. O governo de el-Sisi tem sido criticado por violações dos direitos humanos e restrições à liberdade de expressão.





4. Líbia

    Os manifestantes inicialmente exigiam reformas políticas e sociais, além do fim da corrupção e do nepotismo no país. No entanto, a resposta violenta do governo de Gaddafi levou a um conflito armado em grande escala.

    A oposição armada, composta por grupos rebeldes e desertores militares, formou o Conselho Nacional de Transição (CNT) como uma alternativa ao governo de Gaddafi. Apoiados por uma intervenção militar liderada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), os rebeldes conseguiram tomar o controle de várias cidades e avançar em direção à capital, Trípoli.

    Em agosto de 2011, as forças rebeldes conseguiram capturar Trípoli, e Gaddafi fugiu para o sul do país. Os confrontos continuaram por vários meses, enquanto as forças leais a Gaddafi resistiam e lutavam para recuperar o controle. Finalmente, em outubro de 2011, Muammar Gaddafi foi capturado e morto pelos rebeldes na cidade de Sirte. Com a queda de Gaddafi, o CNT assumiu o poder e iniciou um processo de transição política no país.







    No entanto, a Líbia enfrenta sérios desafios após a queda de Gaddafi. O país se fragmentou em várias facções armadas e grupos extremistas, disputando o poder e os recursos do país. A falta de uma liderança centralizada e instituições governamentais efetivas resultou em instabilidade, violência e um vácuo de poder.

5. Síria

    O movimento de protesto na Síria começou em março de 2011, inspirado pelos eventos ocorridos na Tunísia e no Egito. Os manifestantes inicialmente exigiam reformas políticas, o fim da repressão e a ampliação das liberdades civis no país.

    No entanto, o governo sírio liderado pelo presidente Bashar al-Assad respondeu aos protestos com repressão violenta, desencadeando uma escalada de violência que resultou em uma guerra civil prolongada. Grupos de oposição armados se formaram em resposta à brutalidade do governo, e o conflito rapidamente se transformou em uma guerra entre diferentes facções e atores internacionais.

    Ao longo dos anos, a guerra civil na Síria se tornou cada vez mais complexa, com múltiplos grupos rebeldes, organizações extremistas e forças governamentais lutando pelo controle do território. A intervenção de atores externos, como a Rússia e o Irã, em apoio ao governo de Assad, e o envolvimento de grupos terroristas, como o Estado Islâmico (EI), complicaram ainda mais a situação.








    A guerra na Síria resultou em um número devastador de mortes, deslocamentos em massa, destruição de infraestrutura e uma crise humanitária de grandes proporções. Milhões de sírios foram forçados a deixar suas casas, buscando refúgio em países vizinhos e além, contribuindo para uma crise global de refugiados.



6. Protestos menores

6.1 Sudão

    O presidente Bashi anunciou que não iria procurar um novo mandato em 2015, porém foi escolhido como candidato do partido governante para as eleições, em 2015. Houve protestos menores no país.

6.2 Bahrain

    Concessões econômicas pelo Rei Hamad diminuíram os protestos no país, além da libertação de presos políticos, negociação com representantes xiitas diminuiu o impacto dos protestos no país.

6.3 Kuwait

    Com a renúncia do Primeiro Ministro Nasser Mohammed Al- Ahmed Al-Sabah e a dissolução do Parlamento.

6.4 Marrocos

    Concessões políticas e referendo sobre reformas constitucionais diminuíram os protestos no país.

6.5 Omã


    Concessões econômicas, demissão de ministros e concessões de poderes legislativos diminuíram os protestos no país.

6.6 Outros países

    Países como Somália, Argélia, Mauritânia, Arábia Saudita e Líbano apresentaram poucos protestos e sem grandes consequências na política e economia do país.

7. Consequências da Primavera Árabe

    Países da África e Oriente Médio apresentaram diferentes tipos de consequências na política, economia e sociedade, já que os intensos conflitos resultaram em fluxo de refugiados, já que milhões de pessoas saíram de suas casas em busca de segurança e melhores condições de vida, resultado numa crise humanitária. Um dos maiores fluxos está associado à Guerra da Síria, onde inúmeras pessoas buscam refúgios na Turquia, Jordânia, Líbano e, em países da Europa.

    Os intensos protestos armados evoluíram para conflitos armados prolongados, resultando em guerras civis, como na Síria e, em instabilidade política e econômica, como no Iêmen, Bahrein e Líbia. Esses conflitos internos, deixam o país vulnerável para a ascensão de grupos terroristas, que objetivam o controle de diferentes regiões do país, como a Al-Qaeda, Estado Isâmico e grupos rebeldes.

    Em consequência dos protestos, houve a queda de regimes autoritários, tais como os presentes na Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen, porém, há desafios na transição para a democracia, pela falta de uma liderança unificada, com aliados políticos e apoio de diferentes nações a determinado indivíduo.




8. Referências

Primavera árabe in: A Wikipedia, a enciclopedia livre [https://pt.wikipedia.org/wiki/Primavera_%C3%81rabe]

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