sábado, 5 de fevereiro de 2022

 EGC5020-09318/10316 (20212) - Redes Sociais e Virtuais

Aluno: Victor Nunes de Melo

Matrícula: 17101186

 

A Pandemia de Covid-19 e Ascenção dos Estados Autoritários

          Um termo que tem sido usado de forma recorrente nas conversas no mundo é “o novo normal”, essa expressão serve para englobar características da realidade que todos tiveram de aceitar devido à pandemia de Covid-19 e que devem perdurar no período pós-pandêmico.

Seja o fato que home office finalmente se consolidou e que as empresas devem se acostumar, a importância da presença digital das empresas, o cerceamento de liberdades individuais em nome da segurança e o bem comum, todos esses fatos residem debaixo to termo guarda-chuva “o novo normal”.

Da mesma forma que empresas tiveram que se adaptar com a realidade do home office, ideia antiga, mas que raramente era discutida a sério em tempos pré-pandêmicos, afinal se tratava de uma possibilidade tão remota que não valia a pena o tempo gasto, outra realidade não se era debatida: os poderes emergenciais que a maioria dos Estados soberanos possuem listados em suas constituições.

Se tratam de situações tão graves onde o governo precisa tomar medidas que fogem da ordem normal do papel de um Estado democrático de direito, caso de guerras e pandemias globais, certamente algo impossível de acontecer em pleno século XXI.

O problema jaz não na existência de tais poderes, mas na maneira como eles são utilizados e a eficácia das medidas tomadas contra o impacto que esses afligem na população.

Um estudo conduzido por pesquisadores do hospital John Hopkins concluiu que os lockdowns nos Estados Unidos e Europa tiveram grande custo para as economias e sociedade, contudo tiveram pouco ou nenhum impacto em reduzir a taxa de mortalidade, contribuindo para uma redução de cerca de 0.02%.

Mesmo assim, cenas como a prisão de um senhor idoso enquanto realizava exercícios físicos na orla de uma praia sozinho que chocou pessoas que viram um senhor de idade sendo algemado como um criminoso comum, ainda é aplaudida por políticos, membros da mídia. O que se observa então é um Estado que exerce poder sobre os outros simplesmente pelo motivo que pode.

Isso vai de encontro com a definição do Estado de Polícia, que é caracterizado pela sua necessidade de exercer controle total sobre a sua população, utilizando seus poderes além do escopo para que os quais foram criados a fim de subjugar a população a submissão. Unindo-se aos ideais do autoritarismo, onde se é buscado a obediência sem cega sem questionamento algum da autoridade, superando assim quaisquer liberdades individuais.

Esses conceitos são reconhecidos no cenário atual, onde a sociedade se viu cercada pela vontade dos governos de expandirem seus poderes, e a mídia, que sobre o pretexto de serem porta-vozes da ciência, agora demanda obediência cega e completa a seus veículos de disseminação de medo e desinformação.

E assim, a retórica do medo continua a ser propagada diariamente, com o objetivo de criar uma crise sem fim e justificar a crescente expansão dos poderes dos Estados. Isso pode ser observado na Escócia, onde o governo planeja manter seus poderes emergenciais concedidos para o combate a pandemia de coronavírus de forma permanente. Assegurando de tal forma o direito de restringir reuniões e associações de pessoas acima de um determinado número, fechar escolas, conceder liberdade condicional a detentos, impor novos lockdowns e aplicar multas e punições a quem descumprir tais medidas.

          O objetivo da extensão de tais poderes pelos governos, é a possibilidade de  perpetuar o controle da população de acordo com seus próprios ideias, onde a única agenda é permanecer no poder, agradando uma mídia sempre sedenta por medidas restritivas cada vez mais draconianas.

          A prova cabal de que tais medidas não são proporcionais se observa pelo fato de que em 2020, o número de suicídios na Austrália foi 3,5 vezes maior do que o número de mortes de pessoas infectadas pelo vírus da Covid-19. Isso vindo de um país com as restrições mais drásticas nas liberdades individuais de seus ciadões, culminando na construção de campos de concentração para pessoas com suspeita do vírus.

          Todos esses fatos ocorrem não somente com, mas devido ao papel que as empresas de mídia decidiram tomar nesse momento, disseminando informações alarmantes que não possuem eficácia alguma no combate ao vírus, espalhando medo e desunião país a fora, silenciando qualquer indivíduo que possua uma opinião contrária a sua. Tudo isso, enquanto incontáveis abusos por parte dos governos estaduais e municipais passam desapercebidos pelos ditos defensores do público nas redações de jornais.

          A conclusão que se pode tomar desse experimento social chamado de socidade pandêmica, é que agora é possível afirmar com certeza que o interesse das pessoas é colocado em segundo lugar para governos e governantes, mídias e jornalistas quando a possibilidade de poder ilimitado lhes é oferecida.

“Se você quer uma imagem do futuro, imagine uma bota prensando um rosto humano para sempre.” George Orwell, livro 1984.

 

REFERÊNCIAS

 

Causes of Death, Australia, 2022 | Australian Bureau of Statistics. Disponível em: <https://www.abs.gov.au/statistics/health/causes-death/causes-death-australia/2020> Acesso em: 29 de Janeiro de 2022.

Covid in Scotland: SNP Government plans to keep emergency powers permanent. Disponível em: <https://www.dailyrecord.co.uk/news/politics/covid-scotland-snp-government-plans-24777647> Acesso em: 23 de Janeiro de 2022.

Deaths by suicide over time - Australian Institute of Health and Welfare. Disponível em: <https://www.aihw.gov.au/suicide-self-harm-monitoring/data/deaths-by-suicide-in-australia/suicide-deaths-over-time> Acesso em: 29 de Janeiro de 2022.

Idoso descumpre decreto de isolamento, se recusa a deixar calçadão de Boa Viagem, xinga policiais e é detido; veja vídeo. Disponível em: <https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2020/04/19/idoso-descumpre-decreto-de-isolamento-se-recusa-a-deixar-calcadao-de-boa-viagem-xinga-policiais-e-e-detido-veja-video.ghtml> Acesso em: 29 de Janeiro de 2022.           

Lockdowns Had ‘Little To No’ Benefit On Public Health, Analysis Finds | KHN Morning Briefing. Disponível em: <https://khn.org/morning-breakout/lockdowns-had-little-to-no-benefit-on-public-health-analysis-finds/> Acesso em: 02 de Fevereiro de 2022.

 

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