domingo, 16 de junho de 2019

Teoria da Inovação Disruptiva

A teoria da inovação disruptiva emergiu originalmente de um estudo sobre a indústria de discos para explicar por que as empresas líderes do setor não foram capazes de se manter na liderança de uma geração para a outra.  Essa teoria busca explicar como centenas organizações recém-chegadas substituíram as empresas ou instituições que dominavam o mercado. Estes exemplos vão de produtos a serviços, de organizações lucrativa a não-lucrativas, e de mercados de mudança lenta a veloz.
A teoria pode ser explicada pela imagem abaixo, onde o círculo mais interno representa a parcela de clientes que possuem um maior valor monetário e a medida que vai para os outros círculos, os clientes são caracterizados com uma menor receita. A  ideia da imagem é mostrar que inicialmente os serviços e produtos eram oferecidos para o círculo inferior, sendo esses possuindo um valor de mercado muito elevado e envolvendo uma complexidade para sua utilização.

Fonte: Ensino Híbrido: Uma inovação disruptiva?
O diagrama representado pelo desempenho x tempo possui dois modelos de análise: o primeiro para a linha vermelha pontilhada, no qual representa um mercado que possui uma trajetória de melhoria de desempenho. Essa é uma linha gradual, pois a maioria das pessoas não exige muita melhoria de desempenho de um dia para o outro e qualquer adição de funcionalidades oferece serviços além do necessário; o segundo é representado pela pela linha contínua cinza.



O ponto mais importante analisado nessa trajetória é o fato do ritmo do progresso tecnológico quase sempre superar a capacidade dos clientes de utilizarem esse progresso, no caso, a tecnologia que não era satisfatória para atender as necessidades dos clientes em dado momento do tempo, sofrerá um aperfeiçoamento e se tornará boa. Esse é o momento no qual a linha cinza contínua atinge e passa a linha pontilhada vermelha.

Inovação Sustentada

As inovações sustentadas podem ser tanto incrementais, melhorando a performance do produto existente, quanto evoluções dramáticas. A inovação sustentada tem como finalidade ajudar as empresas a continuarem crescendo no mercado ao longo do seu período de vida, trazendo produtos melhores que alcancem uma maior lucratividade e clientes. Elas servem ao mercado conforme uma definição original de desempenho, ou seja, conforme o que o mercado definiu o que é bom. As inovações sustentadas são vitais para um setor saudável e robusto, à medida em que as organizações se esforçam para fazer melhores produtos e oferecer melhores serviços para seus clientes.

Inovação Disruptiva

Por sua vez, as inovações disruptivas não procuram trazer produtos melhores para clientes existentes em mercados estabelecidos. Em vez disso, elas oferecem uma nova definição do que é bom, assumindo normalmente a forma de produtos mais simples, mais convenientes e mais baratos que atraem clientes novos ou menos exigentes. Com o tempo, elas se aperfeiçoam o suficiente para que possam atender às necessidades de clientes mais exigentes, transformando um setor.
Novos entrantes no mercado crescem dominantemente quando uma dessas inovações disruptivas surge, mais do que empresas inovadoras, até dominar a indústria. Isso acontece porque quando as empresas na trajetória sustentada precisam escolher entre fazer melhores produtos com maiores margens de lucro e produtos mais simples com menores margens, a impressão é que desenvolver e oferecer melhores produtos em maior quantidade é a opção mais atraente.

Exemplos de processo de disrupção

A indústria dos computadores oferece um exemplo claro da força da disrupção em funcionamento. Antes da invenção dos computadores, as pessoas tinham de se virar com apenas uma simples régua, como mostrado pelo círculo mais externo da Figura. Era simples, de baixo custo, e funcionava para as massas de pessoas no círculo externo. Veio, então, a invenção do computador mainframe.
De modo consistente com este padrão, os computadores mainframe eram acessíveis somente a corporações, universidades e outras entidades que podiam comprá-los. Empresas como a IBM fabricaram essas enormes máquinas dos anos 1950 aos 1970, e seus clientes pagavam milhões de dólares por elas. As fabricantes de mainframes focavam suas pesquisas e desenvolvimento na estratégia sustentada de fazer máquinas maiores e melhores.
A primeira inovação disruptiva a levar a indústria para fora do círculo central foi o microcomputador. Relativamente ao mainframe, no entanto, ele era muito menor e mais barato, o que o tornou acessível a uma população muito maior de pessoas, nas empresas e universidades, que antes não tinham acesso aos computadores.
O computador pessoal foi a próxima disrupção, ele se estabeleceu em áreas de não-consumo, servindo inicialmente a pessoas que o utilizavam por hobby e a crianças. A um certo ponto, ele se tornou capaz de realizar trabalhos que anteriormente exigiam mainframes ou microcomputadores. Isto tornou a computação mais abrangente e barata, o que beneficiou a quase todos, à exceção dos fabricantes de mainframes e microcomputadores, cujos mercados entraram em colapso conforme as pessoas migraram para o computador pessoal.
O processo de disrupção continua a afetar a indústria da computação, onde os laptops tomaram o lugar dos computadores pessoais, e os menores dispositivos móveis estão ganhando terreno.

Fonte: Ensino Híbrido: Uma inovação disruptiva?

Portanto, a distinção entre os dois tipos de inovação não é importante porque ela separa o bom do ruim, mas sim porque oferece várias outras percepções.  Ela nos dá um embasamento para prever a direção na qual o modelo de negócio se moverá no longo prazo, já que os modelos que seguirem uma estratégia de disrupção de modo bem-sucedido virão a substituir os modelos vigentes. Além disso, também oferece um direcionamento a recém-chegados que querem oferecer novas soluções no mercado

Deixo um vídeo rápido do Clayton Christensen falando sobre os tipos de inovação

Autor: Leonardo Amaral

Referências:
CHRISTENSEN, Clayton M.; HORN, Michael B.; STAKER, Heather. Ensino Híbrido: uma Inovação Disruptiva?: Uma introdução à teoria dos híbridos. 2013.









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