O
Strava, rede social voltada a prática de exercícios, principalmente
ciclismo e corrida, a qual o usuário tem a experiência de divulgar
suas atividades, como de outras redes sociais, num “feed” de
atividades, nos quais podem ser adicionados Kudos
(assim
como o like do Facebook) e também existe a possibilidade de
comentários. As funções básicas do aplicativo são gratuitas,
podendo serem realizados upgrades (Strava
Summit)
para que o aplicativo gere mais informações com relação aos
treinos. O aplicativo foi criado em 2009, é sediado na Califórnia e
pode ter seu nome traduzido para algo relacionado a esforço,
evolução, adjetivos fortemente ligados a atividades voltadas a alto
rendimento e desempenho esportivos.
Apesar
de todo esse viés de desempenho, a plataforma é aberta a qualquer
usuário, do atleta casual ao profissional, onde existem atividades
curiosas, como o usuário que utilizou o sistema de monitoramento do
treino por GPS para desenhar um carneiro até atletas profissionais
em longos treinos, como os exemplos nas imagens abaixo.
Imagens
retiradas do site do aplicativo.
No
Brasil o aplicativo atingiu a marca de aproximadamente 5 milhões de
usuários, em 2019. E os brasileiros são considerados os usuários
mais engajados do aplicativo em todo mundo, com alto nível de
ligações entre os usuários e interação através das formas de
interação entre atletas que a plataforma proporciona. O aplicativo
“entrou oficialmente” no país somente em 2017, porém até então
já havia gerado boa parcela desse número de usuários. Segundo
informações do próprio aplicativo, atualmente no país mantêm-se
a média de 150 mil novos usuários por mês.
Além
da possibilidade de monitoramento das atividades físicas para os
usuários, o aplicativo gera uma grande base dados com relação aos
locais nos quais os usuários frequentam mais, utilizando uma
ferramenta chamada Heatmap,
a qual todos podem acessar, é possível ver um “mapa de calor”
com todos os lugares do mundo frequentados pelos usuários do
aplicativo. Informações a quais atualmente já são utilizadas
inclusive para o desenvolvimento de estudos na área de mobilidade
urbana, além de claro, com relação a esportes ou mesmo para fins
de escolher locais mais frequentados e seguros para a prática dos
esportes.
Imagem
do site disponível ao público geral.
Na
configuração padrão do aplicativo todas as atividades dos usuários
são públicas e de acesso livre a todos os usuários, sendo que isso
pode ser alterado em configurações de privacidade de forma a
impedir o acesso a todas as informações das atividades a usuários
que não sejam seus amigos na rede, ou em criar perímetros de
segurança nos quais o aplicativo não exibirá a passagem do atleta
pelo local.
Porém,
no aplicativo existem as opções de Segmentos, que são trechos
marcados pelos atletas e existe uma classificação dos usuários
mais rápidos nesse trecho marcado, sendo que essa função fica
disponível apenas para os usuários que não tiverem as opções de
privacidade, citadas acima, ativadas. Em paralelo a isso, no Brasil,
o número de roubos de bicicletas tem aumentado, em uma reportagem da
Revista Exame de fevereiro de 2018 levantou-se a informação através
da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo de que lá, uma
bicicleta é roubada a cada meia hora. E ferramentas como o
aplicativo passam a se tornarem menos utilizadas em todas as suas
funções em nome de um pouco menos de exposição para estes riscos,
a ponto de circularem notícias não só no Brasil, mas como no
exterior de que supostamente
autoridades recomendariam
a alteração nas configurações de privacidade dos usuários da
rede.
Outro
fator, é que com os segmentos, a disputa pelo KOM (rei da montanha),
que é o nome dado para quem tiver o melhor tempo em cada segmento, é
um incentivo a competitividade e com isso acaba expondo os atletas a
certos riscos, como atletas que ao tentarem bater os recordes acabam
vindo a sofrer acidentes e chegando até mesmo a morte, como no caso
de William'Kim'
Flint ,
no qual ele faleceu ao tentar quebrar um recorde de segmento do
aplicativo, fator o qual levou sua família a entrar com um processo
contra o aplicativo, o culpando pelo ocorrido, o qual foi recusado
pela justiça.
Por
mais que existam interações entre os usuários dentro do
aplicativo, existe uma grande força do fator competitividade
envolvida ao aplicativo, onde se favorecem os treinos individuais e
não existe muito o incentivo da interação, a não ser que ela seja
por um motivo de favorecimento em desempenho ou no ganho de posições
nos rankings de competição por tempo, as atividades em grupo são
praticamente competições em pequena escala. Obviamente que fica a
critério de cada usuário o limite da exposição aos riscos ou a
interação social, porém o aplicativo tem margem para trabalhar e
incentivar o melhor relacionamento entre os usuários e a
conscientização destes para que façam o melhor uso possível da
ferramenta a qual se tem disponível, buscando da melhor forma
extrair o máximo de positividade do que estas ferramentas têm
a
nos oferecer.
Referências:
Escrito por: Natã Schürhaus de Souza (14101438) - Disciplina de Redes Sociais e Virtuais
Nenhum comentário:
Postar um comentário