domingo, 16 de junho de 2019

Strava – A segurança e as relações sociais dos atletas/usuários.


O Strava, rede social voltada a prática de exercícios, principalmente ciclismo e corrida, a qual o usuário tem a experiência de divulgar suas atividades, como de outras redes sociais, num “feed” de atividades, nos quais podem ser adicionados Kudos (assim como o like do Facebook) e também existe a possibilidade de comentários. As funções básicas do aplicativo são gratuitas, podendo serem realizados upgrades (Strava Summit) para que o aplicativo gere mais informações com relação aos treinos. O aplicativo foi criado em 2009, é sediado na Califórnia e pode ter seu nome traduzido para algo relacionado a esforço, evolução, adjetivos fortemente ligados a atividades voltadas a alto rendimento e desempenho esportivos.

Apesar de todo esse viés de desempenho, a plataforma é aberta a qualquer usuário, do atleta casual ao profissional, onde existem atividades curiosas, como o usuário que utilizou o sistema de monitoramento do treino por GPS para desenhar um carneiro até atletas profissionais em longos treinos, como os exemplos nas imagens abaixo.



Imagens retiradas do site do aplicativo.


No Brasil o aplicativo atingiu a marca de aproximadamente 5 milhões de usuários, em 2019. E os brasileiros são considerados os usuários mais engajados do aplicativo em todo mundo, com alto nível de ligações entre os usuários e interação através das formas de interação entre atletas que a plataforma proporciona. O aplicativo “entrou oficialmente” no país somente em 2017, porém até então já havia gerado boa parcela desse número de usuários. Segundo informações do próprio aplicativo, atualmente no país mantêm-se a média de 150 mil novos usuários por mês.

Além da possibilidade de monitoramento das atividades físicas para os usuários, o aplicativo gera uma grande base dados com relação aos locais nos quais os usuários frequentam mais, utilizando uma ferramenta chamada Heatmap, a qual todos podem acessar, é possível ver um “mapa de calor” com todos os lugares do mundo frequentados pelos usuários do aplicativo. Informações a quais atualmente já são utilizadas inclusive para o desenvolvimento de estudos na área de mobilidade urbana, além de claro, com relação a esportes ou mesmo para fins de escolher locais mais frequentados e seguros para a prática dos esportes.

Imagem do site disponível ao público geral.


Na configuração padrão do aplicativo todas as atividades dos usuários são públicas e de acesso livre a todos os usuários, sendo que isso pode ser alterado em configurações de privacidade de forma a impedir o acesso a todas as informações das atividades a usuários que não sejam seus amigos na rede, ou em criar perímetros de segurança nos quais o aplicativo não exibirá a passagem do atleta pelo local.
Porém, no aplicativo existem as opções de Segmentos, que são trechos marcados pelos atletas e existe uma classificação dos usuários mais rápidos nesse trecho marcado, sendo que essa função fica disponível apenas para os usuários que não tiverem as opções de privacidade, citadas acima, ativadas. Em paralelo a isso, no Brasil, o número de roubos de bicicletas tem aumentado, em uma reportagem da Revista Exame de fevereiro de 2018 levantou-se a informação através da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo de que lá, uma bicicleta é roubada a cada meia hora. E ferramentas como o aplicativo passam a se tornarem menos utilizadas em todas as suas funções em nome de um pouco menos de exposição para estes riscos, a ponto de circularem notícias não só no Brasil, mas como no exterior de que supostamente autoridades recomendariam a alteração nas configurações de privacidade dos usuários da rede.

Outro fator, é que com os segmentos, a disputa pelo KOM (rei da montanha), que é o nome dado para quem tiver o melhor tempo em cada segmento, é um incentivo a competitividade e com isso acaba expondo os atletas a certos riscos, como atletas que ao tentarem bater os recordes acabam vindo a sofrer acidentes e chegando até mesmo a morte, como no caso de William'Kim' Flint , no qual ele faleceu ao tentar quebrar um recorde de segmento do aplicativo, fator o qual levou sua família a entrar com um processo contra o aplicativo, o culpando pelo ocorrido, o qual foi recusado pela justiça.
Por mais que existam interações entre os usuários dentro do aplicativo, existe uma grande força do fator competitividade envolvida ao aplicativo, onde se favorecem os treinos individuais e não existe muito o incentivo da interação, a não ser que ela seja por um motivo de favorecimento em desempenho ou no ganho de posições nos rankings de competição por tempo, as atividades em grupo são praticamente competições em pequena escala. Obviamente que fica a critério de cada usuário o limite da exposição aos riscos ou a interação social, porém o aplicativo tem margem para trabalhar e incentivar o melhor relacionamento entre os usuários e a conscientização destes para que façam o melhor uso possível da ferramenta a qual se tem disponível, buscando da melhor forma extrair o máximo de positividade do que estas ferramentas têm a nos oferecer.

Referências:






Escrito por: Natã Schürhaus de Souza (14101438) - Disciplina de Redes Sociais e Virtuais




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