domingo, 16 de junho de 2019

A Contribuição das Redes Sociais para o Slow-Fashion

Por: Melyssa Elizabeth da Luz.
No momento em que vivemos, as redes sociais são a maior forma de comunicação utilizada em todo o mundo, e com isto tornou-se um meio de se obter informação e fazer negócios através da internet. No ramo da moda não é diferente e o crescimento tanto das redes sociais quanto dos negócios tem trazido muitos impactos na vida das pessoas, em especial daquelas que buscam formas diferenciadas de produzir e consumir. 

As Redes Sociais

Podemos entender que as Redes Sociais são estruturas sociais onde as pessoas se conectam e buscam estabelecer um tipo de relação com base em seus interesses em comum. As redes sociais online, são as que hoje fazem parte de nosso cotidiano, sendo responsáveis não só por essa relação, mas também por boa parte da comunicação entre as pessoas. Através dessas redes, os usuários fazem seus perfis e podem criar e compartilhar os mais diversos conteúdos, interagindo com diversas pessoas ao redor do mundo.
Dentro destas redes, sempre houve muito interesse pelo mundo da moda desde os blogs com conteúdos relacionados a estilo, os processos cada vez mais acelerados da indústria e das vendas e as compras constantes,  aos perfis de hoje que vão um pouco mais além, e exploram os movimentos da moda, e o crescimento destes através da internet. 

O Slow-Fashion e o Consumo Consciente

Um movimento que tem se destacado online é o slow-fashion (que em português é “moda lenta”), onde os processos de produção, os materiais utilizados, o design, a originalidade e a exclusividade de cada peça ganham muito mais importância e relevância do que a velocidade do consumo.


Essa necessidade de mudança veio em contrapartida a problemas ambientais com impactos cada vez maiores. De acordo com um estudo da revista Environmental Health publicado em dezembro de 2018, aproximadamente 85% do vestuário que norte-americanos consomem são enviados para aterros sanitários como resíduos sólidos. Apesar de ser um mercado que fatura 1,2 trilhão de dólares anualmente, cerca de R$ 4,8 trilhões, seu impacto ambiental preocupa: a indústria da moda é a segunda que mais polui o meio ambiente, ficando atrás apenas do petróleo. 

(Bruna Miranda, Review Slow Living)


A partir disto, profissionais da área e muitos empreendedores viram uma oportunidade de negócio dentro do ramo, porém de forma sustentável. O slow-fashion não visa acabar com o consumo, porém torná-lo mais consciente e isso tem sido feito com muito sucesso. Através das redes sociais, as pequenas marcas e até MEIs (Microempreendedores Individuais) conseguem montar seus perfis comerciais e iniciar seu contato com o público que irá consumir não só seus produtos, mas toda a ideia que envolve o movimento. 
É através desses perfis que as marcas conseguem criar sua persona, se conectar com seu público e participar do movimento. 

Uma Revolução em Crescimento

Com as redes sociais, pequenos produtores conseguem expor seu trabalho online e fazer com a produção local e autoral seja relevante, conhecida, curtida e compartilhada. 


Além disso, já existem movimentos sociais que buscam dar ainda mais visibilidade aos produtores e aos problemas que o consumo desenfreado vem causando. Um deles é a utilização das hashtags #QuemfezMinhasRoupas e #EuFizSuasRoupas que é uma iniciativa do movimento Fashion Revolution, onde os usuários das redes sociais podem postar fotos utilizando peças de marcas slow. Esse movimento iniciou após desabamento do complexo de fábricas Rana Plaza, em Dhaka, Bangladesh acontecido em 2013. Desde então, o Fashion Revolution organiza o Fashion Revolution Day em abril anualmente, e convida consumidores e produtores a utilizarem as hashtags.




Nesse sentido, as redes sociais acabam tendo um papel não só como nova forma de compra e venda, mas como uma maneira de difundir um novo jeito de pensar o consumo e a produção. 
Apesar de ainda ser um movimento tímido, com a ajuda das redes sociais, espera-se um crescimento tanto para que os produtores possam prosperar, tanto para que ocorra uma diminuição mais rápida e efetiva de impactos ambientais causados pela indústria da moda.



Referências:

FASHION REVOLUTION BRAZIL. 2019. Disponível em: <https://www.fashionrevolution.org/south-america/brazil/>. Acesso em: 15 jun. 2019

PEREIRA, Bárbara. Slow fashion: como se adaptar ao movimento que preza pela moda sustentável. 2019. Disponível em: <https://emais.estadao.com.br/noticias/moda-e-beleza,slow-fashion-como-se-adaptar-ao-movimento-que-preza-pela-moda-sustentavel,70002851663>. Acesso em: 15 jun. 2019.

EKENGA, Christine C.; HALSEY, Erika; BICK, Rachel. The global environmental injustice of fast fashion. 2018. Disponível em: <https://ehjournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12940-018-0433-7>. Acesso em: 15 jun. 2019.

MIRANDA, Bruna. Slow Fashion: o que é esse movimento, que veio para ficar, e transformar. 2014. Disponível em: <https://reviewslowliving.com.br/2014/09/24/slow-fashion-o-que-e-esse-movimento-que-veio-para-ficar-e-transformar/>. Acesso em: 15 jun. 2019.



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