domingo, 16 de junho de 2019

Racismo nas redes sociais

Racismo nas redes sociais 

Racismo

      Martins (2014) conceitua o racismo como um conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma hierarquia entre as raças e etnias. Sendo uma doutrina ou sistema político fundado sobre o direito de uma de dominar as outras. Ou seja, é um preconceito extremista onde uma raça acredita ser superior a outra.
      Atualmente acabamos presenciando noticias sobre racismo nas redes sócias, seja direcionado a celebridades negras que trazem maior repercussão quanto a cidadãos comuns. Berleze e Pereira (2017) explicam que o racismo constitui uma característica depreciativa da sociedade brasileira, originada da escravidão e fixada pela extrema diferença social existente dentro da população.  Movido por preconceitos e estereótipos de natureza biológica e cultural, surgindo de maneira velada, negando oportunidades de trabalho e estudo ou até mesmo de forma explícita, como acontece nas redes sociais, onde as pessoas têm a coragem e o atrevimento de expressar seu preconceito mesmo que a injúria racial seja crime no País.
Um exemplo que podemos relembrar é de casos de ataque racistas que algumas celebridades receberam nas redes sociais:



Crescimento de praticas racista

Uma pesquisa feita pela Universidade de Southampton de autoria do sociólogo Luiz Valério P. Trindade revelou que o Facebook vem se tornando um espaço de práticas racistas com diferentes formas de intolerância e atos preconceituosos. Os principais resultados dessa pesquisa foram:
  1.   81% das vítimas de racismo no Facebook no Brasil são mulheres negras de classe média, com idade de 20 a 35 anos e com ensino superior completo.
  2.   Os usuários brasileiros do Facebook que se engajam na prática de disseminar intolerância racial são predominantemente homens (65,6% dos casos), aproximadamente com 20 anos de idade.
          3.  Foram identificadas oito categorias de eventos que desencadeiam a publicação de                      posts racistas contra mulheres Negras no Facebook:

a. expressar discordância com algum post ou comentário anterior de cunho negativo contra Negros;
b. evidência de engajamento com profissões consideradas mais ‘nobres’ e de prestígio (por exemplo: medicina, jornalismo, direito, engenharia, etc.);
c. relacionamento interacial;
d. exercer posição de liderança ou bem-sucedida em programa de televisão ou até mesmo como convidada de honra;
e. desfrutar de viagens de férias no exterior (sobretudo em países localizados no Hemisfério Norte);
f. utilizar e/ou enaltecer a adoção de cabelo cacheado natural estilo Afro;
g. vencer concurso de beleza; e
h. rejeitar proposta de relacionamento afetivo.

4.  Os usuários que praticam esses insultos geralmente alteram o status de seu perfil para privado, apagam o post, cancelam sua conta ou alegam que o posta era só uma brincadeira.
5.   A pesquisa revela que em 76,2% dos casos analisados, os usuários não tinham nenhum relacionamento prévio com a vítima.


Como reagir 

Para denunciar esses atos o individuo deve se dirigir as delegacias comuns e especializadas em crimes raciais. É possível também denunciar através de sites como:  
http://denuncia.pf.gov.br/;
http://new.safernet.org.br/denuncie;
http://cidadao.mpf.mp.br/
Caso a denuncia seja através da internet deverá ser feito os seguintes passos:
1. Copie o link
2. Dê print no perfil, comentários e imagens
3. Envie para os órgãos responsáveis através destes links:

Combater essas práticas

Martins (2014) acredita que o caminho mais importante é a educação, para ele deveríamos ensinar desde cedo as crianças o mundo da diversidade, onde o convívio com diferentes forme  cidadãos sem preconceitos. Trindade (2017) faz algumas recomendações de políticas públicas. O autor leva em consideração a quantidade de jovens que utilizam as redes sociais, os mesmo são entorno de 11 milhões de usuários com idade entre 13 e 17 anos.Ele defende que esses jovens deveriam ser ensinados que o ambiente virtual e o mundo real têm os mesmos impactos negativos na vida das pessoas, também defende que esses jovens devem ser informados de como devem reagir e diminuir a situações como essas de intolerância e preconceituosa.
Outro ponto que Trindade (2017) também recomenda é que as autoridades governamentais promovam campanhas educativas que deixem claro pra esses jovens todas as consequências legais que podem ocorrer em crimes virtuais de intolerância racial e discurso de ódio. Além disso, o autor acredita que os legisladores poderiam pressionar as empresas que fornecem as plataformas de redes sociais a obter ferramentas que retirem esse tipo de conteúdo rapidamente do ar. O autor ainda destaca que a Política de Privacidade das empresas deveria deixar nítido aos usuários que os mesmo não são impunes a atos como estes.

Considerações Finais

Crimes como esses podem atingir muito a vida das vitimas, principalmente traumas psicológicos, gerando problemas de depressão, autoestima, ansiedade, etc. Acredito que deveriam ser realmente punidos todos que praticam esses crimes, independente se os atacados foram contra celebridades ou cidadãos comuns.
Concordo com os autores em relação a práticas educacionais para que desde cedo os jovens consigam entender a existência da diversidade e se livrar desses preconceitos criados e replicados pela sociedade. Esse preconceito vem piorando cada vez mais pela facilidade que as redes sócias trazem em propagar ideias de intolerância. Porém, com uma educação precoce em relação a esse tema podemos minimizar sim essas práticas inadmissíveis, afinal ninguém nasce preconceituoso. 







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