Racismo nas redes sociais
Racismo
Martins
(2014) conceitua o racismo como um conjunto de teorias e crenças que
estabelecem uma hierarquia entre as raças e etnias. Sendo uma doutrina ou
sistema político fundado sobre o direito de uma de dominar as outras. Ou seja,
é um preconceito extremista onde uma raça acredita ser superior a outra.
Atualmente
acabamos presenciando noticias sobre racismo nas redes sócias, seja direcionado
a celebridades negras que trazem maior repercussão quanto a cidadãos comuns. Berleze e Pereira (2017) explicam que
o racismo constitui uma característica depreciativa da sociedade brasileira, originada
da escravidão e fixada pela extrema diferença social existente dentro da
população. Movido por preconceitos e
estereótipos de natureza biológica e cultural, surgindo de maneira velada, negando
oportunidades de trabalho e estudo ou até mesmo de forma explícita, como
acontece nas redes sociais, onde as pessoas têm a coragem e o atrevimento de
expressar seu preconceito mesmo que a injúria racial seja crime no País.
Um exemplo que podemos relembrar é de casos
de ataque racistas que algumas celebridades receberam nas redes sociais:
Crescimento de praticas racista
Uma
pesquisa feita pela Universidade de Southampton de autoria do sociólogo Luiz
Valério P. Trindade revelou que o Facebook vem se tornando um espaço de
práticas racistas com diferentes formas de intolerância e atos preconceituosos.
Os principais resultados dessa pesquisa foram:
- 81% das vítimas de racismo no Facebook no Brasil são mulheres negras de classe média, com idade de 20 a 35 anos e com ensino superior completo.
- Os usuários brasileiros do Facebook que se engajam na prática de disseminar intolerância racial são predominantemente homens (65,6% dos casos), aproximadamente com 20 anos de idade.
3. Foram identificadas oito categorias de
eventos que desencadeiam a publicação de posts racistas contra mulheres Negras
no Facebook:
a.
expressar discordância com algum post ou comentário anterior de cunho negativo
contra Negros;
b.
evidência de engajamento com profissões consideradas mais ‘nobres’ e de
prestígio (por exemplo: medicina, jornalismo, direito, engenharia, etc.);
c.
relacionamento interacial;
d.
exercer posição de liderança ou bem-sucedida em programa de televisão ou até
mesmo como convidada de honra;
e.
desfrutar de viagens de férias no exterior (sobretudo em países localizados no
Hemisfério Norte);
f.
utilizar e/ou enaltecer a adoção de cabelo cacheado natural estilo Afro;
g.
vencer concurso de beleza; e
h.
rejeitar proposta de relacionamento afetivo.
4. Os usuários que praticam esses insultos
geralmente alteram o status de seu perfil para privado, apagam o post, cancelam
sua conta ou alegam que o posta era só uma brincadeira.
5. A pesquisa revela que em 76,2% dos casos
analisados, os usuários não tinham nenhum relacionamento prévio com a vítima.
Como reagir
Para
denunciar esses atos o individuo deve se dirigir as delegacias comuns e
especializadas em crimes raciais. É possível também denunciar através de sites
como:
http://denuncia.pf.gov.br/;
http://new.safernet.org.br/denuncie;
http://cidadao.mpf.mp.br/
Caso
a denuncia seja através da internet deverá ser feito os seguintes passos:
1.
Copie o link
2.
Dê print no perfil, comentários e imagens
3.
Envie para os órgãos responsáveis através destes links:
Combater essas práticas
Martins (2014) acredita que o caminho mais
importante é a educação, para ele deveríamos ensinar desde cedo as crianças o mundo
da diversidade, onde o convívio com diferentes forme cidadãos sem
preconceitos. Trindade (2017) faz algumas recomendações de políticas
públicas. O autor leva em consideração a quantidade de jovens que utilizam as redes
sociais, os mesmo são entorno de 11 milhões de usuários com idade entre 13 e 17
anos.Ele defende que esses jovens deveriam ser ensinados que o ambiente virtual e o mundo real têm os mesmos impactos negativos na vida das pessoas,
também defende que esses jovens devem ser informados de como devem reagir e
diminuir a situações como essas de intolerância e preconceituosa.
Outro ponto que Trindade (2017) também recomenda é que as autoridades governamentais
promovam campanhas educativas que deixem claro pra esses jovens todas as consequências
legais que podem ocorrer em crimes virtuais de intolerância racial e discurso
de ódio. Além disso, o autor acredita que os legisladores poderiam pressionar as
empresas que fornecem as plataformas de redes sociais a obter ferramentas que
retirem esse tipo de conteúdo rapidamente do ar. O autor ainda destaca que a
Política de Privacidade das empresas deveria deixar nítido aos usuários que os mesmo não são impunes a atos como estes.
Considerações Finais
Crimes
como esses podem atingir muito a vida das vitimas, principalmente traumas psicológicos,
gerando problemas de depressão, autoestima, ansiedade, etc. Acredito que
deveriam ser realmente punidos todos que praticam esses crimes, independente se
os atacados foram contra celebridades ou cidadãos comuns.
Concordo
com os autores em relação a práticas educacionais para que desde cedo os jovens
consigam entender a existência da diversidade e se livrar desses preconceitos criados e
replicados pela sociedade. Esse preconceito vem piorando cada vez mais pela facilidade que as
redes sócias trazem em propagar ideias de intolerância. Porém, com uma educação precoce em relação a esse tema podemos minimizar sim essas práticas inadmissíveis, afinal ninguém
nasce preconceituoso.
Referências
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