domingo, 10 de julho de 2016

Watson Analytics: a tecnologia pode pensar?

A tecnologia, por todos esses anos, nos permitiu ir além e ir mais rápido. Resolvemos problemas que as gerações anteriores sequer imaginaram, mas, a tecnologia pode pensar? O Watson pode. O IBM Watson Analytics é um sistema cognitivo que permite uma nova conexão entre as pessoas e os computadores e, de certa forma, aprimora e acelera o conhecimento humano.

Watson ficou famoso em 2011
O nascimento de Watson remonta ao ano de 2003, mas foi em 14 de fevereiro de 2011 que o supercomputador foi a público mostrar algumas das suas potencialidades. Nesta data, Watson participou de um famoso show de perguntas de conhecimento geral dos Estados Unidos chamado Jeopardy, do qual saiu vencedor. Desde então, Watson vem sendo usado em projetos na área de saúde, em experimentos com gastronomia e, recentemente, em soluções para empresas e governos.

Nas palavras da própria IBM, Watson é uma tecnologia cognitiva que processa informações mais como um humano do que como os computadores com os quais estamos acostumados a lidar no dia-a-dia. Formado por hardware e software, Watson compreende a linguagem natural, ou seja, dos humanos, e por isso não apenas fala como é capaz de gerar hipóteses baseado em evidências. À medida que interage, seja com usuários ou com informações, Watson aprende e fica ainda mais inteligente pois seu processamento funciona a partir de um modelo de programação recursiva. "É mais ou menos assim: cada vez que o programa roda, e ele roda várias vezes, ele próprio se modifica com o que aprendeu", resume Gandour.

Áreas de atuação
Hoje, o Watson Group se divide em três: Engagement Advisor, Explorer, Discovery Advisor. Cada uma dessas três soluções faz uso do conhecimento do supercomputador e da sua capacidade de aprendizado de uma forma própria.
O Engagement Advisor, por exemplo, ajuda a empresa a conhecer melhor as necessidades dos seus clientes automatizando algumas interações. Com esse serviço implantado em um call center, por exemplo, uma companhia poderia direcionar as perguntas mais frequentes de seus consumidores ao supercomputador. O Watson é capaz de aprender a dar as respostas mais adequadas às perguntas frequentes dos clientes usando a linguagem natural, ou seja, falando quase como um humano.

O Watson Explorer, por sua vez, é o serviço que coloca o supercomputador para fazer buscas para as empresas em sua própria base de dados. Sua enorme capacidade de processamento atrelada a sua habilidade de combinar busca por conteúdo, análise de dados e computação cognitiva faz do Watson um excelente pesquisador.

Por fim, o setor de Discovery Advisor ajuda as empresas a fazer do supercomputador um dos seus melhores pesquisadores cruzando o conhecimento do próprio Watson com aquele que foi gerado pela empresa, apresentando resultados de cunho estatísticos.

Watson e a saúde
Este último, por sua vez, se empregado corretamente, tem o potencial de ser o mais importante de todos os artifícios do supercomputador da IBM. Hoje, essa função do IBM Watson transformou a assistência médica no mundo inteiro.
O futuro da saúde é tudo sobre o individual. Com o aumento da prevalência de rastreadores pessoais de fitness, dispositivos médicos conectados, ''implantables'' e outros sensores que coletam informações em tempo real, a pessoa média é susceptível de gerar mais de um milhão de gigabytes de dados relacionados com a saúde em sua vida (o equivalente a mais de 300 milhões de livros).
No entanto, é difícil para conectar essas massas de dados dinâmicos e em constante crescimento com fontes mais tradicionais, como os registros criados pelo médico, pesquisa clínica e genomas individuais – conjuntos de dados que são fragmentados e que não são facilmente compartilhados. A plataforma Watson é altamente escalável, segura e essencial para retirar percepções individualizadas para ajudar as pessoas e os prestadores de serviço, em tempo útil, sobre as decisões baseadas em evidências sobre questões relacionadas com a saúde.
 Com a duplicação do volume de informações médicas a cada cinco anos, a WellPoint, Inc. vislumbrou uma oportunidade para aplicar os recursos inovadores do IBM Watson em Power Systems™ de forma a melhorar a qualidade e eficiência de decisões médicas.

Neste caso, regiões periféricas e países que não possuem tecnologias avançadas para pesquisas e diagnósticos na área da saúde podem usar o Watson como um “decisor” baseado em evidências relacionadas À saúde do mundo inteiro. Não só isso, tudo indica que ele pode dar informações sobre tratamentos, tipo de doenças e recomendações com uma taxa altíssima de certeza (tudo isso baseado em evidências passadas). Basta “dar” ao supercomputador, dados e informações a respeito do objeto de estudo e voilá ele lhe dá as respostas.

Watson e os call centers
Não só isso, hoje, o Watson Analytics está sendo usado para melhorar experiências de clientes de call centers. Os call centers devem buscar identificar e analisar o comportamento dos consumidores de uma forma rápida e eficiente para competir no mercado com sucesso. Esses centros precisam ter a capacidade de detectar problemas operacionais ou oportunidades de vendas em tempo real, além de responder de uma forma proativa, sem deixar de prezar pela experiência do cliente ao longo de todo o processo.

O Robô atendente
Desde 2014 em terras brasileiras, o Watson está aprendendo o português do zero, como qualquer criança. Por isso, ele está estudando os traços culturais do vocabulário brasileiro e também a gramática portuguesa. O Bradesco, por sua vez, aproveitou-se disso e está tentando implementar um “robô atendente” dentro de sua estrutura organizacional.
Dentro do Bradesco, o computador irá interagir com os clientes a partir do telebanco (serviço de atendimento pelo telefone). Ele vai auxiliar os atendentes a tratar melhor os clientes, relata Marcelo Camara, gerente do Departamento de Pesquisa e Inovação Tecnológica do Bradesco, em entrevista a EXAME.com.
De acordo com Camara, o objetivo final da empresa é que o Watson fale diretamente com o cliente. No entanto, isso não quer dizer que os atendentes serão demitidos. De acordo com os gerentes do Bradesco, O funcionário da empresa fará a curadoria do conteúdo para treinar o Watson. A combinação de um ser humano e o supercomputador faz com que o atendimento fique rápido, massivo e de qualidade.

O Watson pode realmente pensar?
Tudo indica que sim. Ele aprende de uma maneira muito similar à de um ser humano, estuda semântica, sintaxe e o mais importante, ele consegue se conectar a todo esse conhecimento em seu contexto específico. Ele interage com os seres humanos por meio da compreensão da linguagem natural, capacidade de aprendizagem e da identificação de padrões de comportamento.
Sistemas cognitivos, como o IBM Watson, transformam o modo como as organizações pensam, agem e operam no futuro com tecnolgogias que alavancam a linguagem natural e geração de hipótese e o aprendizado baseado em evidências. Porém, apesar de todas essas vantagens, o supercomputador está limitado a uma das capacidades mais brilhantes do ser humano: inovar.
A inovação, o conhecimento que ultrapassa barreiras, este sim, é característico do ser humano. Enquanto o computador consegue, a partir de evidências passadas, fazer análises e dar diagnósticos futuros mais precisos que o ser humano, ele é incapaz de “mudar” o mundo, de gerar novo conhecimento, de quebrar paradigmas.

Referências
IBM POWER SYSTEMDisponível em: <http://www-03.ibm.com/systems/br/power/solutions/watson/> Acesso em: 09 de julho de 2016.

NUNES, Emily Canto. Watson, o computador que aprende, vai falar português. Disponível em: <http://tecnologia.ig.com.br/especial/2014-10-17/watson-o-computador-que-aprende-vai-falar-portugues.html> Acesso em: 10 de julho de 2016.

WHAT IS WATSON. Disponível em: <http://www.ibm.com/smarterplanet/br/pt/ibmwatson/what-is-watson.html> Acesso em: 10 de julho de 2016.

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