Para
o fortalecimento do SUS e transformação das práticas de saúde, é
necessário a extensão do debate em torno da Educação Permanente
em Saúde como política pública implementada nas
esferas municipal, estadual e federal. O processo educativo de
caráter seletivo da educação atinge a metodologia da educação
que defende o processo educativo baseado no diálogo e na
participação. Assim, o diálogo e a participação são recursos
muito usados em Ambientes Virtuais de Aprendizado por proporcionar o
compartilhamento de ideias e saberes, permite o rompimento com as
distâncias, e gera maior envolvimento do aluno no processo de
aprendizagem(SILVA; NESPOLI, 2012).
Os
esforços nos diversos níveis da política de
Educação Permanente em Saúde devem ser articulados com a inserção das Unidades Básicas
de Saúde – UBS em nível local, objetivando a transformação das
práticas educativas de trabalhadores de forma objetiva. A concepção
acerca da educação a distância no processo de constituição do
conhecimento fundamenta as práticas de ensino e aprendizagem. As
relações entre docente/educando e educando/educando exercem papel
primordial na construção de saberes. Nessa perspectiva o
aprendizado é resultado da interação do docente com o educando e o
objeto do conhecimento. O crescimento do aprendizado através de
ambientes virtuais amplia a perspectiva de eficácia do
aprendizado(SILVA; NESPOLI, 2012).
A
EAD como modelo de prática mediatizada para profissionais de saúde,
deve dispor recursos tecnológicos para a construção de um processo
lógico de planejamento, onde haja suporte da instituição e uma
mediação pedagógica para que o ato educativo possa se consolidar,
para isto deve-se utilizar diversas modalidades de comunicação.
Neste contexto são usadas ferramentas tecnológicas interativas que
promovem a interação entre o aluno/conteúdo, professor/ aluno e
aluno/aluno que proporcionam flexibilidade, pois independem de tempo
e lugar. Estas tem como objetivo facilitar o
processo de aprendizagem, visando uma interatividade que aperfeiçoe
a construção do conhecimento por parte dos profissionais de
saúde(SILVA; NESPOLI, 2012).
Identifica-se
o imenso potencial da Educação a Distância (EAD) no contexto dos
processos formativos para profissionais da Atenção Básica de
Saúde, visando às necessidades loco regionais identificadas, no
intuito de ampliar e fortalecer a Rede de Atenção Básica. Para
isto é necessário a interação e a otimização dos processos de
comunicação e informação utilizando tecnologias para o
desenvolvimento e a interatividade entre os profissionais de saúde,
proporcionando a continuidade da comunicação
entre os profissionais de saúde, gestores, população e
organizações(SILVA; NESPOLI, 2012).
As
principais vantagens da educação a distância voltada aos
profissionais de saúde são a flexibilidade do tempo e espaço para
o aprendizado, possibilidade de usar diferentes formas de
apresentação do mesmo material; permite o armazenamento das
interações do profissional com o conteúdo; possibilitam a análise
contínua do curso e intervenções se necessárias etc. Outros
benefícios são a possibilidade de ascensão profissional, impacto
direto na qualidade e eficácia dos trabalhos realizados, maior
articulação no relacionamento com outros profissionais, desmistificação do
computador, visto por muitos como algo indomável e de complexo
manuseio(SILVA; NESPOLI, 2012).
Como
modelo de educação permanente a distância em saúde tem-se o
Programa Nacional de Telessaúde instituído no âmbito do Ministério
da Saúde através da Portaria nº 35/2007. Este ambiente virtual de
aprendizagem tem a finalidade de desenvolver ações de apoio à
assistência à saúde e principalmente a educação permanente aos
profissionais da Estratégia Saúde da Família, com o objetivo de
proporcionar a educação para o trabalho, possibilitar mudanças de
práticas de trabalho, na perspectiva de resultar na eficácia e
qualidade do atendimento da Atenção Básica do SUS(SILVA; NESPOLI,
2012).
O
Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA - é o instrumento de
ligação que permite a comunicação e interação entre os
profissionais de saúde e tutores. No ambiente virtual os
profissionais de saúde participam de forma ativa e o tutor como o
mediador do processo de aprendizagem. O AVA facilita também um
ensino individualizado de acordo com o perfil do profissional, torna
o ensino dinâmico, permite que o profissional seja sujeito ativo na
construção do conhecimento, acesso aos materiais didáticos, sugere
diversas ferramentas de apoio ao aprendizado, possibilita que as
informações sejam armazenadas e acessadas em tempos diferentes sem
perder a interatividade; entre outros(SILVA; NESPOLI, 2012).
A
Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, a utilização
de ambientes virtuais de ensino e seus recursos tecnológicos para a
atualização e capacitação profissional vem demonstrando sua
importância, posto que permite a flexibilidade e abertura no acesso
ao conhecimento e disseminação da informação, proporciona a
formação de comunidades virtuais em áreas relacionadas à saúde;
supera empecilhos de distância e de acesso a bibliografias,
potencializa a circulação de dados e o desenvolvimento de debates,
oferece uma adesão dos profissionais de saúde mais dinâmica, pode
ser mais oportuna e personalizada que as atividades de ensino
presencial(SILVA; NESPOLI, 2012). É
fato inegável que os fundamentos da Educação a Distância
viabilizam o entendimento do complexo processo de educação para
profissionais de saúde.
Faz-se
oportuno para isso que o Ambiente Virtual de Aprendizagem tenha
suporte técnico, infraestrutura, material de apoio e plataforma de
educação a distância que possibilitem uma atuação eficaz. A
crescente sofisticação das mídias, com o desenvolvimento da TI,
disponibilizou para a educação dispositivos comunicacionais que
tornam possíveis propostas com graus crescentes de interatividade,
criando melhores oportunidades para a construção coletiva de
conhecimento, enriquecendo o processo de ensino e de aprendizagem
(OLIVEIRA, 2016). Sendo que o projeto deve ser fundamentado na
orientação ao profissional de saúde, diferente das formas de
ensino tradicionais onde o ato de ensinar é a base centralizadora. A
utilização dos Ambientes Virtuais de Ensino é uma proposta viável,
que se apresenta como uma possível solução para os grandes
desafios do sistema de saúde brasileiro(SILVA; NESPOLI, 2012).
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA,
P. C. Teoria substantiva dos fatores que influenciam a utilização
do AVA na gestão da educação a distância em uma universidade
pública. UFSC, PEGC. Florianópolis, 2016. p. 57
SILVA,
V. L. ; NESPOLI, Z. B. Ambientes
Virtuais de Aprendizagem como Estratégia de Educação Permanente
para Profissionais do Sistema Único de Saúde, na Atenção
Primária.
Cadernos
ESP, Ceará , 2012. p.
60-76
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