sexta-feira, 15 de julho de 2016

Exclusão Digital no Brasil Desafios e Perspectivas


EXCLUSÃO DIGITAL NO BRASIL 
DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Universidade Federal de Santa Catarina
Alexandre Cavalcanti Frandolige



RESUMO

Este artigo tem como objetivo traçar um paralelo entre os cenários da exclusão digital nos anos 2000 com os dias atuais objetivando a apresentação de soluções.




INTRODUÇÃO

O custo elevado para a posse do computador e da conexão à Internet nos domicílios e a falta de habilidade com a tecnologia, a exemplo dos anos anteriores, continuam as principais barreiras para o uso da Internet.
O custo é um impeditivo muito relevante para a maioria dos entrevistados, seja no que se refere à posse e ao uso dos computadores (75%), bem como de conexão à Internet (54%) (BARBOSA, 2009).

Ausência de serviços para a população de baixa renda porque o fenômeno das lanhouses está essencialmente ligado à ausência de banda larga. Ou seja, quanto mais pobre for a região, menos acesso à banda larga ela tem, assim os usuários acabam recorrendo às lanhouses.

Existe uma luz no fim do túnel: a cada quatro meses, um milhão de brasileiros  passa a ter um computador em casa. Porém, o forte ritmo de expansão da tecnologia, da indústria cultural e da comunicação, não deve mascarar o grande fosso entre os que tem acesso e os que estão a margem da era digital (FGV,2004).



Dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apontam que, no mundo, apenas 5% da população (305 milhões de pessoas) têm acesso à Internet, assim distribuída:

- Estados Unidos e Canadá (44,9%),

- Europa (27,4%),

- Ásia (22,6%),

- América Latina (3,5%),

- África (0,6%).

Segundo o sociólogo Sérgio Amadeu da Silveira (1999).


Dados Atuais no Brasil : 




Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, o Brasil possuía no ano de :

- 1988 um milhão de computadores;

- já no ano 2000 possuía 10 milhões de PCs;

- 2007 possuía 37 milhões, ou seja, um computador para cada 5 habitantes;

- 2008 possuía 50 milhões, ou seja, um micro para cada 4 habitantes

- 2009 já possuía 60 milhões de computadores, um para cada 3 habitantes.

Segundo ainda a pesquisa da FGV, a tendência é que o país em 2012 atinja
100 milhões de computadores, ou seja, um para cada dois habitantes (FGV,2009). 

Evidentemente isso não significa um acesso igualitário a informática
para todos os brasileiros, mas mostra um crescimento exponencial da rede.

Dados Atuais : 




ACESSO LIVRE E A MÍDIA DIGITAL ACADÊMICA E CIENTÍFICA 


Além da Wikipédia, programas como o LINUX e Mozzilla Firefox já possuem seu espaço assegurado no  mercado brasileiro, assim como na área de educação a distância ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) como o Moodle e Teleduc são amplamente utilizados por universidades públicas e privadas e outras   organizações corporativas.

      O Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER), apoiado pelo  Ministério de Ciência e Tecnologia, é um software desenvolvido para a construção e gestão de uma publicação periódica eletrônica. Editoração de periódicos científicos.

Do computador para o smartphone 




Com cobertura muito maior que as redes fixas tanto em termos geográficos como sócio-econômicos  as redes móveis estão posicionadas como a infra estrutura natural para a inclusão social através dos smartphones.

O Surgimento das novas Tecnologias de Informação e da Comunicação as ( TIC´s ) tem ampliado o caráter assimétrico e excludente do atual processo de globalização econômica.

A adoção do smartphone iniciou um processo de substituição do PC, a partir da preferencia de uso do primeiro em relação ao segundo para acessar a internet. Então, gradualmente, o smartphone se torna o único dispositivo de acesso.

Isto acontece principalmente entre segmentos de perfil de usuários socioeconômicos mais baixos e jovens.


CONCLUSÃO

A onipresença da Internet nos obriga a repensar o conceito de exclusão digital, que está se transformando de um computador conectado a um smartphone com acesso a dados. Isso envolve a consideração de dois aspectos da mobilidade: a adoção de smartphones e o acesso a serviços e conteúdos.

Com capacidades que hoje são semelhantes ou superiores (através da mobilidade extra), o smartphone está posicionado como o dispositivo natural a ser considerado em políticas de inclusão social.

Portanto, devem ser consideradas medidas destinadas a reduzir seus preços tornando-os mais acessíveis.

Com a implantação efetiva de redes 4G na região, promovida pelo governo, a diminuição do preço de smartphones  e o desenvolvimento de modelos de pagamento reverso por dados, surge um cenário muito mais propício para vencer a exclusão digital e promover a inclusão social.

Embora até agora a maioria das experiências de pagamento reverso tenha sido iniciadas por empresas, nada impede o governo de também fazê-lo para melhorar o acesso da população aos serviços prestados por ele.

A iniciativa permite que um número muito maior de pessoas seja beneficiado por essas experiências e a um custo significativamente menor do que o de canais tradicionais.

Isso pode ser útil em áreas como educação, saúde, procedimentos de emergência, informações para produtores, etc. O único limite é a imaginação.




Modelos de pagamento reverso por dados

Neste caso, o operador, ou o provedor de serviços e conteúdo é quem paga pelo tráfego de dados gerado, favorecendo os usuários de planos pré-pagos e planos com limitação de dados. Algo semelhante ao modelo 0800 para comunicações de voz.

Existem três modelos de pagamento reverso por dados: Tarifa zero, dados patrocinados e Internet patrocinada:

- Tarifa-zero: Oferece ao usuário acesso gratuito a um serviço específico, cujo custo é pago pelo operador móvel.

- Dados patrocinados: Neste caso, o usuário tem acesso gratuito a um serviço específico, porém o patrocinador não é o operador, mas sim uma empresa ou governo.

- Internet patrocinada: O usuário tem livre acesso a qualquer site ou aplicativo, sendo patrocinado por uma empresa ou governo.

Declaração do Ministro das Comunicações, abril de 2016 sobre a restrição ao uso da banda larga :



REFERÊNCIAS 

- Mídias Digitais, Redes Sociais, e Educação em Rede. Márcio Vieira de Souza e Kamil Giglio.

- Albuquerque, H.H.F.S. A apropriação e o o uso das tecnologias de informação para a atuação cidadã.










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