segunda-feira, 17 de novembro de 2025

A Ostentação do Capital Cultural na Era Digital

  

Disciplina Redes Sociais e Virtuais

Autor(a) Rosedel Isabela Lopes 

Matrícula:23204639

No último ano, um fenômeno notável tem ocorrido nas redes sociais: o fomento da inteligência e da intelectualidade como uma nova forma de ostentação e poder simbólico.

Diante do crescente número de desinformação e de influenciadores que divulgam a desnecessidade do estudo formal ou como se tornar milionário sem diplomas, o chamado Capital Cultural ressurge como um divisor de águas. Ele se tornou a ferramenta para distinguir os "novos ricos" da verdadeira Elite, aqueles que nasceram em "berços de ouro", que cresceram frequentando museus, fazendo viagens e adquirindo a cultura erudita. Afinal, os novos milionários não conseguiam sustentar por muito tempo conversas aprofundadas sobre arte, filosofia ou física.

Com isso, as grandes marcas de luxo encontraram uma nova forma de entregar uma experiência exclusiva e elitista. A Chanel e a Dior, por exemplo, promoveram encontros literários. A Miu Miu iniciou um clube do livro e distribuiu pop-ups com obras gratuitas. A Saint Laurent lançou sua própria livraria, e a Bottega Veneta distribuiu livros de um poeta chinês. Essas e outras grandes marcas entenderam a ascensão desse movimento e estão investindo pesadamente nele.




O Capital Cultural Segundo Bourdieu

Esse fenômeno se apoia na ideia de Capital Cultural, que, de acordo com o Sociólogo francês Pierre Bourdieu, é um dos quatro tipos de "capitais" que influenciam a posição social de um indivíduo (os outros são: capital econômico, capital simbólico e capital social).

A definição geral de Capital Cultural é o conjunto de conhecimentos, valores e comportamentos que a pessoa adquire através da educação e socialização. Ele é classificado em três formas:

Incorporado: Habilidades e conhecimentos adquiridos.

Objetivado: Bens culturais, como livros e obras de arte.

Institucionalizado: Títulos e diplomas reconhecidos.

A Reprodução da Desigualdade

Segundo Gilda Olinto do Valle Silva, os melhores postos na sociedade estão reservados para aqueles que detêm capital cultural, social e econômico. Isso evidencia as profundas desigualdades, conforme dados recentes:

Riqueza Global: A riqueza dos cinco homens mais ricos do mundo aumentou 114% desde 2020, enquanto a de 5 bilhões de pessoas diminuiu no mesmo período (Oxfam Brasil).

Projeções: O mundo poderá ter seu primeiro trilionário nos próximos 10 anos, mas levará quase 230 anos para acabar com a pobreza.

Realidade Brasileira: No Brasil, em média, o rendimento de pessoas brancas é mais de 70% superior à renda de pessoas negras.

Gênero e Raça: Mulheres pretas e pardas são as que mais sofrem com as desigualdades, sendo as mais penalizadas por essa estrutura.

O Impacto nas Redes Sociais

É nesse contexto de extrema disparidade que o meio virtual é impactado. Primeiramente, ocorre um bombardeio de informações sobre padrões de vida e conhecimento inalcançáveis para a maioria. Esse conteúdo provoca o imediato sentimento de inferioridade e comparação nos usuários.

As redes sociais, portanto, acabam por reproduzir e ampliar a violência simbólica que já era imposta pelo sistema, mas agora de forma virtual, através de mídias e ferramentas de comunicação como o Instagram.


https://youtu.be/wT6GMXYMZ-I?si=IR0e2zLNRJzujMux

Referências:

SILVA, Gilda Olinto do Valle. Capital cultural, classe e gênero em Bourdieu. INFORMARE – Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Rio de Janeiro, p. 24-36, 2005. Disponível em: 53676.pdf https://share.google/VrHLZiP0czewOvbHT. Acesso em: 17 nov. 2025.

DESIGUALDADE S.A. [Notícia]. [S.l.: s.n.], 14 jan. 2024. Disponível em: https://share.google/bBn6FznMnZLhQ4Hq2. Acesso em: 17 nov. 2025.



Declaração de IA e tecnologias assistidas por IA no processo de escrita: durante a preparação deste trabalho, a autora utilizou ferramentas de IAG (Exemplos: gimini para correções ortografia E de coerência textual e para fazer as referências) no processo de planejamento, para aperfeiçoamento do texto e melhoria da legibilidade. 

Após o uso destas ferramentas, os textos foram revisados, editados e o conteúdo está em conformidade com o método científico. A autora assume total responsabilidade pelo conteúdo da publicação.





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