quinta-feira, 4 de maio de 2023

Como as redes sociais tem influenciado na polítca e nas eleições atuais

 

Autor: Enzo De Gaspari Ramos (19205659)

Disciplina: Redes Socias e Virtuais

Universidade Federal de Santa Catarina

Como as redes sociais tem influenciado na polítca e nas eleições atuais

- Introdução:

As redes sociais têm afetado significativamente a vida das pessoas, incluindo diversos setores da sociedade, e a política não é exceção. É notável como as redes sociais têm influenciado a política no Brasil e no mundo, seja pela criação de grupos políticos na internet, pela disseminação de Fake News ou pela coleta de dados por meio de algoritmos em redes sociais. Independentemente da forma, as redes sociais se tornaram um dos principais meios de compartilhamento político e exercem grande influência em eleições para cargos como deputados, senadores e até mesmo presidentes.

Além disso as mídias sociais estão se tornando uma fonte cada vez mais importante de informações sobre política e eleições para muitas pessoas. Por meio dessas plataformas, o eleitor pode acessar informações sobre candidatos e partidos políticos, interagir com outros eleitores e participar ativamente do processo político.

Os políticos também reconheceram o potencial das mídias sociais no contato direto com os eleitores e potenciais eleitores. Como resultado, muitos políticos e partidos criam perfis em redes sociais populares como Twitter, Facebook e Instagram para postar suas propostas e interagir com seus apoiadores.

O Twitter, em particular, tornou-se uma plataforma popular para os políticos compartilharem suas opiniões e discutirem questões políticas com eleitores e outros políticos. Muitos líderes políticos agora têm uma presença ativa no Twitter e usam a plataforma para compartilhar informações sobre suas atividades, discutir questões políticas e se conectar com seus seguidores.

Por isso, é essencial analisar esse fenômeno e compreender como as redes sociais têm transformado e impactado a política, decidindo os rumos das eleições em todo o mundo. Este artigo tem como objetivo aprofundar essa questão, mostrando como as redes sociais vêm moldando o cenário político atual e os possíveis desdobramentos desse processo.

fonte: senado.leg.br

- Desenvolvimento:

Segundo uma matéria divulgada pelo site SenadoNotícias, com base em pesquisa realizada pelo DataSenado, as mídias sociais têm comprovadamente aumentado sua influência nas eleições, sendo um dos principais fatores que influenciam a opinião dos eleitores. De acordo com a pesquisa realizada em 2018, 45% dos eleitores disseram que levaram em consideração informações obtidas por meio da internet para determinar seu voto. Dentre esses eleitores, 79% afirmaram que utilizaram o aplicativo de mensagens WhatsApp como principal fonte de informação durante o processo eleitoral.

A pesquisa também identificou que as mensagens compartilhadas pelas redes sociais têm grande impacto na opinião individual das pessoas. Cerca de 80% dos entrevistados alegaram que sua opinião foi grandemente impactada pelas redes sociais. Entretanto, esse percentual varia de acordo com o nível de escolaridade: 76% das pessoas com escolaridade baixa e 90% das pessoas com ensino superior afirmaram ter sua opinião influenciada pelas redes sociais. Essa constatação é no mínimo irônica, pois se acredita que pessoas com maior escolaridade teriam menos chance de serem manipuladas por ideologias ou opiniões compartilhadas em massa.

Além do WhatsApp, 50% dos entrevistados alegaram utilizar a televisão e os grandes canais de mídia como fonte de informação durante o processo eleitoral, enquanto outros 49% disseram procurar informações através de canais de política no YouTube. A pesquisa ainda indicou que as redes sociais com maior impacto direto dentro das eleições foram, em ordem: Facebook com 31%, WhatsApp com 29%, YouTube com 26%, Instagram com 19% e Twitter com 10%.

Dentre a parcela de eleitores que levam em conta o que viram nas redes sociais para decidir seu voto, destacam-se os jovens. Dos 16 aos 29 anos, 51% das pessoas afirmaram levar em conta o que presenciaram nas redes sociais para decidir seu representante. Esse resultado é preocupante, pois pode indicar que muitos jovens estão sendo influenciados por informações imprecisas ou manipuladas nas redes sociais. Dentro disso o impacto das redes é maior em eleitores que se consideram de direita, pessoas com escolaridade mais alta e pessoas com renda familiar mais elevada.



Ainda de acordo com a mesma pesquisa, apesar de muitos brasileiros se informarem por meio das redes sociais, a maioria afirmou estar ciente do perigo representado pelas fake news. 47% dos entrevistados disseram que é muito difícil identificar a veracidade das notícias recebidas na internet e cerca de 80% afirmaram já ter identificado notícias falsas em sua timeline dentro das redes sociais.

Para quase três em cada quatro entrevistados, a fonte é a principal maneira de se atribuir confiança a uma determinada notícia na internet, enquanto para os demais é a confiança na pessoa que está compartilhando a notícia. Muitos entrevistados afirmaram que a cada notícia falsa que recebem, sua confiança nas informações compartilhadas pela internet diminui bastante. Por outro lado, uma grande parcela dos entrevistados acredita que as notícias falsas têm mais visibilidade que as notícias verdadeiras no mundo online.

A maioria dos entrevistados considera a disseminação de notícias falsas um grande perigo para a sociedade moderna e defende que quem pratica tais atos deve ser punido de acordo. Nesse sentido, 90% dos entrevistados acreditam que o governo deve fazer campanhas de conscientização sobre notícias falsas e 91% deles afirmam que as redes sociais devem colocar avisos sobre notícias falsas para informar as pessoas sobre o possível perigo de serem enganadas ao lerem aquela notícia.

- Descentralização da mídia e a força dos grupos políticos dentro da internet:

Além da grande importância que a rede possui sobre a coleta de informações e influência nos eleitores, ainda vale ressaltar a importância que a internet possui como mídia alternativa dentro da política. Com isso, as redes sociais foram responsáveis por uma grande descentralização da mídia que existe no mundo atual, onde diversas mídias alternativas puderam começar a existir. Com elas, muitos grupos políticos novos surgiram. Um grande exemplo de grupo que nasceu desses novos movimentos da internet é o Movimento Brasil Livre, que ganhou muita força nas manifestações realizadas contra a ex-presidente Dilma Rousseff em 2015, logo após a sua reeleição e início da crise econômica enfrentada pelo país. Esses grupos nascidos na internet têm grande força dentro das redes e possuem sim grande impacto dentro da política e das eleições. Uma grande prova disso foi que assim que nasceu o MBL, foi um grande articulador e influenciador para o impeachment da ex-presidente Dilma, uma grande prova de força realizada pelo movimento assim que foi concebido.

Além do MBL, diversos outros grupos embarcaram na mesma onda, e a partir disso muitos grupos políticos não vinculados às mídias tradicionais nasceram na internet, muitos banhados pelo antipetismo que era muito grande na época. Isso fez com que as eleições seguintes, no caso as de 2018, tivessem uma marca muito diferente das demais, fazendo com que muitos nomes eleitos fossem diferentes daqueles que há muito tempo tinham espaço e eram reconhecidos na mídia tradicional. Um grande exemplo disso é o próprio ex-presidente Bolsonaro, que durante as eleições de 2022 e 2018 teve a internet como principal fonte de campanha, algo que lhe rendeu a vitória nas eleições de 2018 e a ida para o segundo turno nas eleições de 2022. A estratégia usada pelo ex-presidente era muito clara e consistia em criar grupos de apoiadores onde eram enviadas notícias, muitas vezes falsas, para criar uma espécie de realidade paralela de informações e acontecimentos que influenciavam o pensamento das pessoas.

(MBL em manifestações de 2015 contra a então presidente Dilma Roussef.)
fonte: CartaCapital
- Uso das mídias socias para se recolher informações para campanha:

Outro uso muito icônico das redes sociais na política é a coleta de informações que muitas vezes são privadas. Um grande exemplo disso foi o caso ocorrido nas eleições americanas de 2016, onde a campanha do ex-presidente Donald Trump, por meio da empresa Cambridge Analytica, utilizou informações privadas de usuários do Facebook para direcionar e montar a sua campanha presidencial. Eles identificaram pessoas com perfil mais compatível com as ideias do então candidato Trump e mandaram anúncios direcionados especificamente para essas pessoas, a fim de manipulá-las a votar em Trump. Esse caso foi um grande marco para a privacidade digital e nos mostrou que todas as informações presentes na internet dificilmente são privadas e constantemente são negociadas pelas grandes empresas.

(Donald Trump em camapanha presidencial no ano de 2016.)
fonte: Folha de São Paulo

- Conlusão:

Pode-se concluir que as redes sociais têm um enorme impacto na política atual, e é impossível desvincular os dois. Seja na forma de coletar dados para direcionar a campanha, seja na hora de realizar a própria campanha ou até mesmo reunir pessoas com o mesmo interesse, a internet se transformou em um poderoso veículo político e não pode ser ignorada nesse âmbito. No entanto, devemos ter muito cuidado com as informações que vemos na internet e sempre buscar fontes confiáveis, tomando cuidado com nossa privacidade e evitando ser manipulados e usados como massa de manobra pelo grupo político que for. Muitas vezes, as comunidades online eliminam o pensamento individual, o que pode ser um dos piores problemas da rede.

 Apesar disso, a internet trouxe muitas coisas positivas para a política, dando voz a muitas pessoas que não tinham e muitas vezes equilibrando o jogo, tornando possível fazer campanhas vitoriosas e de baixo custo. 

Referências bibliográficas:

BAPTISTA, Rodrigo. Redes sociais influenciam voto de 45% da população, indica pesquisa do DataSenado. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/12/12/redes-sociais-influenciam-voto-de-45-da-populacao-indica-pesquisa-do-datasenado. Acesso em: 04 maio 2023  Acesso em: 04 de maio 2023.

MAGENTA, Matheus. Eleições 2018: Como Bolsonaro superou a bolha radical na internet e terminou o 1º turno na liderança. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45768006  Acesso em: 04 maio 2023.

BBC internacional. Entenda o escândalo de uso político de dados que derrubou valor do Facebook e o colocou na mira de autoridades. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-43461751  Acesso em: 04 maio 2023.







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