quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Haters e Saúde Mental nas Redes Sociais

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Curso de Administração

Autora: Jenifer Karoline Siqueira

Artigo para disciplina de Redes Sociais e Virtuais 


Haters e Saúde Mental nas Redes Sociais

  A internet já foi conhecida como "terra sem lei" ou "terra de ninguém" pelo fato de acharem que ninguém se importava e ninguém cuidava, mas hoje a nossa vida gira em torno de aplicativos, redes sociais, softwares, etc. Haters é uma palavra de origem inglesa e que significa “os que odeiam” ou “odiadores” na tradução literal para a língua portuguesa. O termo hater é bastante utilizado na internet para classificar algumas pessoas que praticam uma espécie de “cyber bullying”.

  Os haters são internautas que miram um assunto ou uma pessoa específica e começam a atacar no mundo virtual. O ataque de um hater pode vir de várias maneiras, mas geralmente as provocações são feitas por comentários públicos ou mensagens privadas. Os haters raramente vêm sozinhos. Geralmente, a vítima recebe dezenas, ou até centenas, de mensagens de ódio em resposta a uma opinião dela, uma foto que ela publicou, ou mesmo uma atitude que ela teve no mundo virtual.

  Os haters existem desde o início da internet, mas ficaram mais popularmente conhecidos após a "Cultura do Cancelamento", ela surgiu com a premissa de permitir que usuários dessas plataformas questionem, debatam, reflitam e repudiem atitudes e pensamentos opressores propagados nesses espaços, mas a independência acabou passando dos limites. Discurso de ódio não é liberdade de expressão, ir no perfil da pessoa para xingar, oprimir, reclamar sobre a sua vida pessoal não é dar opinião, a palavra empatia foi esquecida e deixada de lado. 


  Pesquisas sobre a influência da mídia na saúde mental revelam que os efeitos do consumo de Internet podem ser prejudiciais à estabilidade emocional e, nos casos mais extremos, gerar práticas danosas à integridade da vida, as mídias sociais têm o mesmo potencial para viciar que as drogas, o álcool e o cigarro. Nos Estados Unidos, é empregado o termo “fear of missing out” que, em português, significa “medo de ficar de fora”. Por isso, as pessoas passam horas em “atualizações de status”, um hábito que, além de prejudicial à mente, nada lhes acrescenta.

  Do mesmo modo que o teclar repetitivo em um celular pode gerar problemas físicos (nos dedos, pescoço ou olhos), os médicos e psicólogos têm se preocupado com alguns sintomas que afetam a mente, com a evolução da internet tivemos também a alta de algumas doenças como: Nomophobia; Síndrome do toque fantasma; Náusea digital ou ciberdoença; Transtorno de dependência da internet; Efeito Google; Cibercondria ou hipercondria digital; além de Ansiedade e Depressão.

  Um estudo feito pela instituição de saúde pública do Reino Unido, Royal Society for Public Health (RSPH), em parceria com o Movimento de Saúde Jovem, apontou que as redes sociais mais usadas provocam efeitos positivos ou nocivos à saúde humana, dependendo de como é utilizada. O resultado indicou que o compartilhamento de fotos pelo Instagram impacta negativamente no sono, na autoimagem e aumenta o medo de jovens de ficar fora dos acontecimentos. Cerca de 70% dos jovens revelaram que o aplicativo fez com que eles se sentissem pior em relação à própria autoimagem e, quando a fatia analisada são as meninas, esse número sobe para 90%.


  Sancionada em 31 de março de 2021, a lei 14.132 (conhecida também como Lei de Stalking) estabelece como crime a ação da perseguição, além da ameaça à integridade física ou psicológica de uma pessoa, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou invadindo e perturbando a liberdade ou privacidade, de qualquer forma.

  A internet se tornou terra com a "MINHA" lei, cada um se sente no direito de dizer o que bem entende sem se preocupar com a pessoa que está do outro lado para ouvir (ler), sua fala é a certa, sua opinião é a correta e quem não concorda não precisa ser ouvido. Mas ainda não estando cara a cara, ainda com toda a coragem do mundo nós temos regras e uma ofensa pode ser tipificada de várias formas pelo Código Penal, entre elas: calúnia, difamação, injúria ou ameaça. 

REFERÊNCIAS:

CHRISTY, Sandro . Quem são os Haters e como lidar com eles. Mulheres da Pan. Disponível em: https://blog.jovempan.com.br/mulheresdapan/quem-sao-os-haters-e-como-lidar-com-eles/. Acesso em: 18 ago. 2021.

R7. Haters: saiba tudo sobre os inimigos da internet: Usuários que publicam mensagens de ódio são comuns em todas as redes sociais. R7. Disponível em: https://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/haters-saiba-tudo-sobre-os-inimigos-da-internet-16082014. Acesso em: 18 ago. 2021.

FANTASTICO. Lidando com haters: especialistas dão dicas para manter a saúde mental e tomar medidas legais. G1. Disponível em: https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2021/06/06/lidando-com-haters-especialistas-dao-dicas-para-manter-a-saude-mental-e-tomar-medidas-legais.ghtml. Acesso em: 18 ago. 2021.

BENTO, Barbara. Cultura do cancelamento: entre o debate e o ódio. CoLab. Disponível em: https://blogfca.pucminas.br/colab/cultura-do-cancelamento-entre-o-debate-e-o-odio/. Acesso em: 18 ago. 2021.

SILVEIRA, Naiara Beatriz. Internet não deve ser encarada como "terra de ninguém". GAZ. Disponível em: https://www.gaz.com.br/internet-nao-deve-ser-encarada-como-terra-de-ninguem/. Acesso em: 18 ago. 2021.

MEDLEY. AS REDES SOCIAIS ESTÃO TE FAZENDO BEM? VEJA O QUE A CIÊNCIA DIZ. Sanofi. Disponível em: https://www.medley.com.br/blog/saude-social/redes-sociais-fazem-bem-ou-mal. Acesso em: 18 ago. 2021.


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