Autoria: Amanda Ramos Silveira
Aluna do Curso de Administração
Disciplina de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
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A pandemia de coronavírus forçou um novo ritmo, ordem e forma para a humanidade, os impactos disso foram e estão sendo sentidos em diversas áreas do nosso cotidiano, sendo uma das grandes impactadas a educação.
O ensino tradicional utilizado em boa parte das instituições de ensino, aquele presencial, com um professor na frente da sala, alunos com seus cadernos e canetas em mãos foram substituídos abruptamente por um modelo conhecido como EAD, ensino a distância.
Essa mudança foi rápida e infelizmente (para muitos) sem tempo de planejamento e construção de uma didática apropriada, levando professores, alunos, tutores e pais numa busca incessante pela adaptação, além de melhoria nos processos de ensino-aprendizagem.
EMOÇÕES E SUA INFLUÊNCIA NA EDUCAÇÃO
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Fonte: autoria própria |
É notório que o estudo das emoções está crescendo nas diversas áreas do conhecimento científico, configurando-se como uma área de estudo importante para entender o processo de desenvolvimento humano.
Podemos definir emoção como "uma condição complexa que surge em resposta a determinadas experiências de caráter afetivo".
Daniel Goleman, psicólogo, jornalista, pesquisador e autor renomado, conhecido por seu best-seller Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser, afirma que "emoções são, em essência, impulsos para lidar com a vida que a evolução nos infundiu", elas são um sinalizador interno que algo importante está acontecendo, são mecanismos mentais utilizados para basear e dar respostas apropriadas aos acontecimentos que passamos.
Conforme apontado por Roselina Nunes de Almeida, em artigo para a Conferência Internacional Saberes para uma cidadania planetária realizada no Ceará em 2016, diversos teóricos da área da Psicologia, Pedagogia e Sociologia, já buscam estabelecer um diálogo entre emoções e o processo de ensino-aprendizagem, como:
"Casassus (2009) que faz referência à intrínseca relação entre a emoção e aprendizagem, Libaneo (1994) que trata do trabalho docente, Morin (2011) que reflete que a educação contemporânea precisa integrar a afetividade e a emoção no processo de aprendizagem; Santos (2000) faz referência à Educação Emocional nas Escolas; Goleman (1995) que torna relevante o papel das 3 emoções no processo de ensino e aprendizagem; Ausubel (1978) trata da Aprendizagem Significativa e Cosenza (2011) explica como o cérebro aprende."
Pensar a educação apenas com foco no desenvolvimento cognitivo do estudante tem se mostrado insatisfatório, a sociedade para funcionar bem requer competências que vão além do racional, como afetividade, solidariedade, iniciativa, inteligência emocional e outras.
Mas, para além da inclusão e desenvolvimento dessas competências socio-emocionais no currículo educacional, reforçamos que o próprio cuidado com as emoções, é fundamental para o desenvolvimento real da aprendizagem, aqui, ressalta-se, novamente que as emoções influenciam e muito os processos educacionais.
Em nosso cérebro a interação entre os processos cognitivos e os emocionais têm papel importante, o cérebro responde a estímulos, que podem ser positivos ou negativos, essa estimulação e interação entre racional e emocional tem o poder de favorecer a aprendizagem ou prejudica-la.
Assista esta vídeo de apenas 3 minutos para assimilar melhor a influência das emoções na aprendizagem, é rápido e pode facilitar seu entendimento para os próximos tópicos deste artigo.
Como você pôde compreender até aqui, as emoções têm relação direta com a educação, isso acontece porque a parte do cérebro responsável pelas emoções (amígdala) também atua de maneira ativa nas áreas da cognição, memória, atenção e raciocínio, todas envolvidas nos processos de ensino-aprendizagem.
Aqui vale uma ressalta, o bom gerenciamento das emoções com o objetivo de proporcionar um processo de ensino-aprendizagem benéfico e prazeroso, vale tanto para os professores, como para os alunos.
O QUE É MOTIVAÇÃO E QUAL SUA IMPORTÂNCIA?
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Fonte: autoria própria. |
A motivação é um elemento que incide no êxito acadêmico e bem-estar dos alunos. Através da definição compartilhada na imagem acima a motivação é o ato ou efeito de motivar, para a Psicologia, são as razões que fazem com que alguém aja, é o processo que dá origem a uma ação (motiva ação).
As motivações podem ser internas ou externas e existem vários razões que podem motivar alguém, mas, é fato que saber utilizar a motivação pode ser de grande valia no processo de ensino-aprendizagem.
Este aprendizado é válido tanto para o ensino-aprendizagem de crianças, mas, se torna ainda mais crucial quando estamos falando de jovens e adultos.
Existe uma área de estudo que foca no processo de aprendizagem de adultos, essa área é conhecida como Andragogia e defende um ensino baseado na motivação e no autoconhecimento como combustível. No infográfico abaixo você encontra algumas características fundamentais deste modelo e suas diferenças para com a pedagogia.
A motivação depende do aluno, é verdade, mas, o professor pode atuar como um incentivador do aprendizado, pesquisadores sugerem ações simples para aumentar a motivação, fazendo com o que aluno encontre razões para aprender (motivos para a ação de aprender), criando interesse pelo conteúdo, de maneira que o aluno interaja mais. Alguns exemplos de atitudes para motivar são:
- Mostrar a relevância e importância do conteúdo para sua vida, o que ativa a motivação intrínseca dos mesmos.
- Usar como exemplos problemas e situações vividas no cotidiano, trazendo o conteúdo para mais próximo do aluno.
- Utilização de mídias sociais que aguça a curiosidade dos alunos e aumenta participação nas aulas.
- Feedback com orientações claras para resolver os erros e atingir o objetivo da atividade.
- Permitir e estimular contribuições dos alunos nas atividades e conteúdos da disciplina.
- Indicar os benefícios, habilidades e competências que determinado conhecimento vai gerar.
- Torne o aprendizado social, estimule o compartilhamento de informações.
- Utilizar a gamificação, trazendo elementos de competição saudável para o processo de ensino-aprendizagem.
- A implementação de ações educativas que tenham como finalidade o crescimento pessoal do aluno e o domínio da tarefa em ambiente de cooperação.*
- Preparação de atividades de aprendizagem com um nível apropriado de complexidade, agradáveis e desafiantes para os alunos.*
AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
AVA, Motivação e Emoções
Espero que você tenha aproveitado a leitura deste artigo, vou adorar saber o que você pensa sobre isso e conversar mais sobre o assunto. Fique a vontade para deixar um comentário aqui embaixo.
REFERÊNCIAS:
ADMINISTRADORES. 6 componentes da emoção e a inteligência emocional. Disponível em: <https://administradores.com.br/artigos/6-componentes-da-emocao-e-a-inteligencia-emocional>. Acesso em 15 ago. 2021.
BETA EDUCAÇÃO. Como motivar o adulto a aprender algo novo?. Disponível em: <https://betaeducacao.com.br/como-motivar-o-adulto-a-aprender-algo-novo/>. Acesso em 16 ago. 2021
CUNHA, Sandra. Estratégias Pedagógicas: Motivação e Educação. Disponível em: <newroutes.com.br/blog/estrategias-pedagogicas-motivacao-na-educacao/>. Acesso em 16 ago. 2021.
FUNDACRED. Aulas virtuais duante a pandemia da covid-19: bom ou ruim?. Disponível em: <https://www.fundacred.org.br/site/2021/03/22/aulas-virtuais-durante-a-pandemia-da-covid-19-bom-ou-ruim/>. Acesso em 15 ago. 2021.
LONGHI, Magalí. "Mapeamento de aspectos afetivos em um ambiente virtual de aprendizagem." (2011). Disponível em: <http://www.acervo.paulofreire.org/bitstream/handle/7891/2683/FPF_PTPF_17_0035.pdf?sequence=2&isAllowed=y.>. Acesso em 15 ago. 2021.
LOURENÇO, Abílio Afonso; DE PAIVA, Maria Olímpia Almeida. A motivação escolar e o processo de aprendizagem. Ciências & Cognição, v. 15, n. 2, 2010.
NUNES DE ALMEIDA, Roselina. AS CONTRIBUIÇÕES DAS EMOÇÕES NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM. Conferência Internacional Saberes para uma cidadania planetária. UECE, 2016. Disponível em: <http://uece.br/eventos/spcp/anais/trabalhos_completos/247-38145-28032016-203404.pdf>. Acesso em 15 ago. 2021.
SOUZA, Elmara Pereira de. Educação em tempos de pandemia: desafios e possibilidades. Cadernos de Ciências Sociais Aplicadas, v. 17, n. 30, p. 110-118, 2020. Disponível em: <https://periodicos2.uesb.br/index.php/ccsa/article/view/7127/5030>. Acesso em 16 ago. 2021.
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