O USO DAS REDES SOCIAIS COMO FACILITADORAS DO ENSINO REMOTO
Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs), que antes eram já uma realidade da escola, porém como parte do ensino presencial, e, por outra via, mais consolidados no ensino à distância (EaD), em 2020, com o surgimento da Pandemia da COVID-19, passaram a ser uma realidade emergente em todo território nacional.
Com as redes de ensino públicas e privadas suspendendo temporariamente as aulas, o ensino remoto foi promovido, porém pouco se teve de preparo para essa modalidade, tanto por parte dos professores como por parte dos alunos. É certo dizer que, neste período em que estamos, de uma quase obrigatoriedade de se redescobrir, ou de redescobrir novas metodologias através da tecnologia, as atividades online direcionadas aos alunos, apesar de seus desafios, são cruciais para minimizar os prejuízos do período na ausência das aulas presenciais; ou seja, todo o pensamento inovador dentro da gestão que trabalha e desenvolve por melhores métodos educacionais, vive um momento de extrema e constante forma de pensar um “novo” que ofereça qualidade.
Para que o ensino remoto não se transforme em um ambiente de depósito de informações, para as quais o aluno é mero receptor passivo, é necessário que se tenha um olhar crítico, que seja praticado o reaprender a aprender, pois “a verdadeira função do aparato educacional não é a de ensinar, mas sim, a de criar condições de aprendizagem” (CRISTOVÃO; NOBRE, 2011). Assim, promover o espaço digital juntamente com os alunos e a família é um caminho que pode ser traçado, e que deve ser planejado não só pelo conjunto familiar, mas, principalmente, por planos de governo de auxílio às famílias e desenvolvimento dos profissionais que estão nessa linha desafiadora.
O uso de plataformas digitais já conhecidas pelos alunos como ferramenta de aprendizagem foi uma forma de iniciar o ensino remoto sem causar confusão e frustração nos alunos, como por exemplo, o uso do aplicativo Whatsapp para tirar dúvidas e criar um ambiente de interação. Transformando o conforto de utilizar uma rede já conhecida por alunos, professores e pais em uma estratégia facilitadora que permite inserir outras plataformas, outras atividades, muitos professores, a partir do Whatsapp, ensinaram alunos a utilizar a plataforma Google Meet (utilizada para videoconferências, mas que muitos alunos nunca sequer pensaram em usar), ou conseguiram atender o aluno e sanar dúvidas urgentes em atividades.
Outra plataforma que poderia ser utilizada foram as redes sociais, como o Facebook e Instagram, que permitiram a alunos e professores criarem fóruns de discussões, e, também, ver nessas redes oportunidades de transformá-las também em aula, uma vez que em uma época de fake news, ajudar os alunos a filtrar notícias que são lançadas nas redes sociais é uma forma de ensiná-los a pensar criticamente sobre o mundo, o mundo agora não somente físico, mas, também, digital. Tal perspectiva vai ao encontro do letramento midiático. O contexto midiático tem grande relevância para o ensino, uma vez que a mídia tem grande influência hoje no modo de pensar e agir da sociedade. Logo, explorar esse universo com os alunos permite a eles olhar de forma crítica para os discursos que circulam no meio em que vivem.
Ainda, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), o processo de ensino-aprendizagem dos sujeitos como seres sociais é concretizado em diferentes competências: ler, falar, ouvir e escrever. A partir disso, a interação do sujeito aluno com o mundo, onde as relações sociais se dão, é feita pela mediação dos sujeitos professores e demais profissionais envolvidos.
É papel da escola educar os alunos para a imersão em esferas da atividade humana, ou seja, eles precisam ser formados para lerem diferentes gêneros, não há como formar leitores pensando na leitura como “neutra”, sem considerá-la em um contexto histórico e social.
Segundo Reis (2011), “uma ferramenta tecnológica se torna não somente um mediador passivo, pois é também um instrumento para um diálogo ativo entre o indivíduo e seu ambiente”. Logo, o uso de ferramentas tecnológicas que permitem essa interação e construção de conhecimento é um dos maiores ensinamentos proporcionados no ensino remoto atual.
REFERÊNCIAS
CRISTOVÃO, H.M., NOBRE, I.A. Software educativo e objetos de aprendizagem. In: NOBRE, I.A. [et al.] Informática na educação: um caminho de possibilidades e desafios. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo. Serra-ES, 2011.
REIS, E. Aprendizagem e docência digital. In: NOBRE, I.A. [et al.] Informática na educação: um caminho de possibilidades e desafios. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo. Serra-ES, 2011.
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