BIG DATA E SEUS BENEFÍCIOS À AVIAÇÃO COMERCIAL
O desafio
da indústria da aviação regular nas próximas décadas será usar de modo
inteligente os dados brutos coletados de seus sistemas de comunicação e
informação, integrados e conectados, em solo e em voo.
Segundo a Aeromagazine (2013), a principal obra no agora
chamado GRU Airport (Aeroporto Internacional de Guarulhos) poucos poderão ver. Ela acaba de ser inaugurada sem grande
alarde e promete garantir inteligência ao maior aeroporto da América Latina.
Trata-se da central de dados,
responsável pelo processamento de todo o sistema
de informação de Guarulhos. “É o coração do aeroporto, dimensionado não só
para suportar o aumento do tráfego de dados eletrônicos nas próximas décadas
como também funcionar ininterruptamente”, garante Luiz Eduardo Ritzmann, CIO do
GRU Airport. “É um bunker, com paredes capazes de suportar até
tiros de bazuca e redundâncias nos sistemas de refrigeração e fornecimento de
energia, além de alta capacidade para rodar tanto o sistema de gerenciamento de
identificação e acesso dos terminais como toda a arquitetura de integração de softwares do
aeroporto”.
Uma das principais funções dessa fortaleza tecnológica é
justamente o armazenamento de dados. Essa missão será particularmente
importante para que o aeroporto esteja pronto para participar do que muitos
acreditam ser o principal desafio gerencial deste século, o Big Data.
“Teremos,
ainda nesta década, uma dos 20 melhores aeroportos do mundo. Vamos começar a
operar o A380 em outubro e precisaremos em 2017 de uma terceira pista” Luiz
Eduardo Ritzmann, CIO do GRU Airport. Fonte: Aeromagazine
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Ainda em
relação à reportagem, O Big Data é um conceito bastante
difundido entre os especialistas da área de TI. Como o próprio nome sugere, a
expressão se refere ao emaranhado de informações eletrônicas que um sistema
processa, e armazena. Ou seja, é uma “mina de ouro” praticamente inexplorada. Segundo
se espera a partir do aumento da velocidade dos processadores, a interpretação
e o uso racional dessa base bruta de dados dará às organizações a oportunidade
de conhecer e interagir melhor com as pessoas envolvidas em seus processos,
sobretudo diante da consolidação da convergência digital e da conectividade
multiplataforma.
No ambiente aeronáutico, esse trabalho de “transformar dado
em informação” cria uma infinidade de possibilidades, envolvendo companhias
aéreas, passageiros, gestores de aeroportos, controladores de tráfego aéreo,
empresas de catering, autoridades policiais, alfandegárias e
sanitárias, lojas de terminais, entre outros agentes. Na prática, isso
significa “personalizar” as relações.
Aeroporto inteligente
Segundo a
Aeromagazine (2013), o Big Data e os investimentos no GRU
Airport foram tema do Air Transport It Summit 2013, realizado em Bruxelas, na
Bélgica, no fim do último semestre. O evento, promovido pela Sita, empresa
criada por companhias aéreas nos anos 1940 e que hoje provê soluções nas áreas
de TI e comunicações para o transporte aéreo, contou com especialistas de
diferentes empresas e discutiu o futuro da aviação, como se viu na palestra do
professor e engenheiro aeroespacial John-Paul Clarke, diretor do laboratório de
Transporte Aéreo do Georgia Institute of Technology. Ele acredita que os
aeroportos tem no que ele chama de “predictive analytics” uma poderosa
ferramenta para tomar decisões proativas, tornando a operação mais eficiente ao
analisar estatísticas para prever tendências e padrões de comportamento. “Em
aviação, esse processo já garante o sucesso na seleção, recrutamento e
treinamento de pilotos, na manutenção preventiva de aeronaves, na redução de overbooked e
no reconhecimento de passageiros frequentes”, constata o professor. “É preciso
usar essa expertise agora na operação dos aeroportos, que são
os nós do transporte aéreo e geram insatisfação dos usuários com
congestionamentos e atrasos causados por ineficiência e incapacidade de dar
vazão à circulação em rampas, alfândegas, imigração e demais obstáculos”. Para
o professor, o desafio é compartilhado por diferentes agentes, que precisam
fazer as perguntas corretas ao analisar os dados. “Hoje, as análises são
retrospectivas. Os gestores precisam usar os dados para prever onde e quando
congestionamentos e atrasos vão acontecer para poder, então, atuar de forma
preventiva”.
Em sua
apresentação sobre o GRU Airport, Luiz Eduardo Ritzmann, citado anteriormente,
detalhou que Guarulhos pretende se enquadrar no conceito de aeroporto
inteligente. Uma das inovações é justamente a incorporação de um sistema de
gerenciamento da Sita, o MAS. Além de cerca de 1.000 novos displays eletrônicos
espalhados pelos terminais com informações em tempo real sobre portões de
embarque, esteiras de bagagem e outras orientações importantes para os
passageiros, o aeroporto ganhará uma central de controle integrado de fluxo. “A
ideia é monitorarmos tudo dali, para identificar e solucionar rapidamente
quaisquer problemas de circulação. Estamos trabalhando para termos
representantes de todos os envolvidos na operação do aeroporto, incluindo os
responsáveis por imigração, alfândega, controle de tráfego aéreo, embarque e
desembarque, check-in, despacho e retirada de bagagem, segurança,
manutenção e limpeza, abastecimento de combustível e quem mais estiver
envolvido”, explica o executivo. “Onde houver um congestionamento ou
anormalidade vamos atuar para resolver a situação mais rapidamente do que
fazemos hoje. Também vamos ter condições de nos organizar de forma mais ágil
diante de imprevistos, como atrasos na chegada de um voo ou mudanças na
plataforma de embarque ou desembarque, gerindo de forma mais eficiente o
trabalho de equipes de suporte de solo, como, por exemplo, o apoio a
passageiros com necessidades especiais para locomoção”.
Para o
passageiro, a experiência em um aeroporto inteligente significa demorar, em um
dia sem anormalidades, 15 minutos entre a calçada do terminal e a porta do
avião sem precisar ter contato com ninguém, se assim desejar. Tudo se dá
automaticamente. O check-in é feito via smartphone e
a confirmação acontece com a aproximação do aparelho ao sensor de um quiosque
de autoatendimento. A bagagem também pode ser etiquetada e despachada pelo
próprio passageiro em uma rede integrada de esteiras capaz de direcioná-la para
o avião correto. Em seguida, há o chamado e-gate. Nele o usuário
apresenta seu código de embarque pelo celular ou cartão com código de barras,
pode ser reconhecido via biometria, por face, íris ou tato, passa por uma
inspeção por raios X monitorada a distância e tem as informações do chip do
passaporte reconhecidas também automaticamente. Finalmente, está liberado para
usar gratuitamente o wi-fi da área de embarque mediante um
cadastramento e confirmar com o celular o pagamento das compras nos estabelecimentos
comerciais. Nesse ambiente, o aeroporto pode interagir com o passageiro das
mais variadas formas. Em troca da conectividade gratuita, ele sabe onde cada um
está e o que está fazendo. Pode, ainda, informar sobre promoções de lojas que o
usuário costuma comprar ou a respeito do voo. A última etapa é o embarque, que
também poderá ser validado via celular, código de barras ou biometria.
Para o piloto, as inovações de Guarulhos preveem ILS Cat 3 e
sistema VGDS (Visual Docking Guidance System), este último que
permite um estacionamento mais preciso da aeronave, além da comunicação via datalink.
No evento da Sita em Bruxelas, Luiz Eduardo Ritzmann adiantou que o A380
começará a operar no GRU Airport em outubro de 2015, o que de fato aconteceu, só que no mês de novembro com o primeiro A380 de voo regular a pousar no Brasil, em Guarulhos, da empresa Fly Emirates.
Fonte: Uol
Contribuição da Big Data para a segurança dos
voos comerciais
Conforme Psafe (2015), um fato que marcou a história da
aeronáutica civil foi o voo MH370 da companhia Malaysia Airlines que desapareceu
dos céus e dos radares quase como por um passe de mágica. Pouco se sabe sobre
seu destino e muito menos onde estão as caixas pretas, essenciais para entender
as causas da maioria dos acidentes de avião.
Diante desse panorama aparece o Big Data, a gestão e
análises de grandes volumes de dados, que poderia se tornar um instrumento para
ajudar não só a segurança das aeronaves, mas também para atenuar as
deficiências de ferramentas como, precisamente, as caixas pretas. Os dados de
um avião em percurso poderão ser transmitidos em tempo real e assim diminuir a
importância da caixa preta em caso de possíveis incidentes? Sem dúvida alguma,
esse é um desafio que inquieta.
Segundo disse o Ministro das
Comunicações e multimídia da Malásia, Shabery Cheek, após a tragédia, com os
avanços das TIC, deveríamos ter a capacidade de extrair e analisar os dados
dessas máquinas acidentadas sem necessidade de achar as caixas pretas. Acredito
que um fato tão simples como esse pode fazer uma grande diferença.
Foi durante uma palestra da União
Internacional de Telecomunicações (UIT), que o funcionário solicitou a essa
instituição e ao setor privado trabalharem para que os dados dos aviões,
incluindo as caixas pretas, possam transmitir em fluxo contínuo e armazenar em
centros de dados localizados na terra.
Em geral, nada pode garantir uma segurança completa nos voos
comerciais, mas estão sendo desenvolvidas tecnologias que contribuem na redução
dos maus acontecimentos. Nesse sentido, o Big Data pode atuar em duas situações
específicas.
A primeira tem a ver com as deficiências
que existem nas caixas pretas, como apontado acima, aproveitando os mais
modernos serviços na nuvem, incrementando a segurança do voo. “As tecnologias
da comunicação têm evoluído de maneira espetacular nos últimos anos, mas as
caixas pretas são idênticas às de 30 anos atrás”, lembrou o ministro da
Malásia.
O segundo setor ocorre no mesmo
trajeto do avião. O Big Data identifica, analisa e processa dados das máquinas
para acompanhar todo o percurso. Por exemplo, caso ocorram problemas com um dos
motores, nós poderemos saber antes do pouso que peça ele precisa e atuar
rapidamente para evitar complicações.
Os perigos numa viagem de avião são muitos, mas uma
tecnologia avançada com suporte em Big Data, que envie as informações desses
grandes aparelhos a terra sem depender de ferramentas aeronáuticas
tradicionais, poderia evitar muitos acidentes. “É pouco provável que o Big Data
possa substituir as caixas pretas, mas será um novo nível de proteção para os
voos, porque sempre é preciso uma alternativa caso as transmissões não estejam
funcionando corretamente”, comenta Rodrigo Souza, Gerente de Dados da PSafe
Tecnologia.
Com essa novidade, também devem ser consideradas as grandes
quantidades de dados que cada voo geraria, o que ao mesmo tempo levaria a
questão se existe a capacidade suficiente para fazer o acompanhamento de cada
um deles a todo momento e em diferentes partes do mundo. “Um avião pode gerar
500 GB de dados num trajeto só e isso aumentará cada vez mais. Ter a capacidade
de analisar todos esses dados permite que se otimize a manutenção”, explica
Souza.
Entretanto, ele indica que o maior
desafio é a correta implementação dessa ferramenta sem erro nenhum. “Até o
momento tudo é feito off-line, os dados são baixados somente quando o voo
pousa. O ideal seria a transmissão em tempo real”, opina.
Sem dúvida alguma, há muitas
expectativas em relação às vantagens que o Big Data e o Internet das Coisas
poderão trazer ao problema que afeta o seguimento de aeronaves comerciais. Por
enquanto, no caso do voo MH370 de Malaysia Airlines, os satélites e radares
estão analisando e cruzando informação com grandes dados para achar esse avião,
que desapareceu há mais de um ano.
http://aeromagazine.uol.com.br/artigo/big-data-proxima-fronteira_1105.html#ixzz3tApjhZpq
http://virgula.uol.com.br/inacreditavel/curiosidades/e-gigante-mesmo-airbus-a380-800-faz-seu-primeiro-pouso-em-guarulhos-e-impressiona/
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