quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

BIG DATA E SEUS BENEFÍCIOS À AVIAÇÃO COMERCIAL

BIG DATA E SEUS BENEFÍCIOS À AVIAÇÃO COMERCIAL


O desafio da indústria da aviação regular nas próximas décadas será usar de modo inteligente os dados brutos coletados de seus sistemas de comunicação e informação, integrados e conectados, em solo e em voo.
Segundo a Aeromagazine (2013), a principal obra no agora chamado GRU Airport (Aeroporto Internacional de Guarulhos) poucos poderão ver. Ela acaba de ser inaugurada sem grande alarde e promete garantir inteligência ao maior aeroporto da América Latina. Trata-se da central de dados, responsável pelo processamento de todo o sistema de informação de Guarulhos. “É o coração do aeroporto, dimensionado não só para suportar o aumento do tráfego de dados eletrônicos nas próximas décadas como também funcionar ininterruptamente”, garante Luiz Eduardo Ritzmann, CIO do GRU Airport. “É um bunker, com paredes capazes de suportar até tiros de bazuca e redundâncias nos sistemas de refrigeração e fornecimento de energia, além de alta capacidade para rodar tanto o sistema de gerenciamento de identificação e acesso dos terminais como toda a arquitetura de integração de softwares do aeroporto”.
Uma das principais funções dessa fortaleza tecnológica é justamente o armazenamento de dados. Essa missão será particularmente importante para que o aeroporto esteja pronto para participar do que muitos acreditam ser o principal desafio gerencial deste século, o Big Data.

“Teremos, ainda nesta década, uma dos 20 melhores aeroportos do mundo. Vamos começar a operar o A380 em outubro e precisaremos em 2017 de uma terceira pista” Luiz Eduardo Ritzmann, CIO do GRU Airport. Fonte: Aeromagazine

Ainda em relação à reportagem, O Big Data é um conceito bastante difundido entre os especialistas da área de TI. Como o próprio nome sugere, a expressão se refere ao emaranhado de informações eletrônicas que um sistema processa, e armazena. Ou seja, é uma “mina de ouro” praticamente inexplorada. Segundo se espera a partir do aumento da velocidade dos processadores, a interpretação e o uso racional dessa base bruta de dados dará às organizações a oportunidade de conhecer e interagir melhor com as pessoas envolvidas em seus processos, sobretudo diante da consolidação da convergência digital e da conectividade multiplataforma.
No ambiente aeronáutico, esse trabalho de “transformar dado em informação” cria uma infinidade de possibilidades, envolvendo companhias aéreas, passageiros, gestores de aeroportos, controladores de tráfego aéreo, empresas de catering, autoridades policiais, alfandegárias e sanitárias, lojas de terminais, entre outros agentes. Na prática, isso significa “personalizar” as relações.

Aeroporto inteligente

Segundo a Aeromagazine (2013), o Big Data e os investimentos no GRU Airport foram tema do Air Transport It Summit 2013, realizado em Bruxelas, na Bélgica, no fim do último semestre. O evento, promovido pela Sita, empresa criada por companhias aéreas nos anos 1940 e que hoje provê soluções nas áreas de TI e comunicações para o transporte aéreo, contou com especialistas de diferentes empresas e discutiu o futuro da aviação, como se viu na palestra do professor e engenheiro aeroespacial John-Paul Clarke, diretor do laboratório de Transporte Aéreo do Georgia Institute of Technology. Ele acredita que os aeroportos tem no que ele chama de “predictive analytics” uma poderosa ferramenta para tomar decisões proativas, tornando a operação mais eficiente ao analisar estatísticas para prever tendências e padrões de comportamento. “Em aviação, esse processo já garante o sucesso na seleção, recrutamento e treinamento de pilotos, na manutenção preventiva de aeronaves, na redução de overbooked e no reconhecimento de passageiros frequentes”, constata o professor. “É preciso usar essa expertise agora na operação dos aeroportos, que são os nós do transporte aéreo e geram insatisfação dos usuários com congestionamentos e atrasos causados por ineficiência e incapacidade de dar vazão à circulação em rampas, alfândegas, imigração e demais obstáculos”. Para o professor, o desafio é compartilhado por diferentes agentes, que precisam fazer as perguntas corretas ao analisar os dados. “Hoje, as análises são retrospectivas. Os gestores precisam usar os dados para prever onde e quando congestionamentos e atrasos vão acontecer para poder, então, atuar de forma preventiva”.
 Em sua apresentação sobre o GRU Airport, Luiz Eduardo Ritzmann, citado anteriormente, detalhou que Guarulhos pretende se enquadrar no conceito de aeroporto inteligente. Uma das inovações é justamente a incorporação de um sistema de gerenciamento da Sita, o MAS. Além de cerca de 1.000 novos displays eletrônicos espalhados pelos terminais com informações em tempo real sobre portões de embarque, esteiras de bagagem e outras orientações importantes para os passageiros, o aeroporto ganhará uma central de controle integrado de fluxo. “A ideia é monitorarmos tudo dali, para identificar e solucionar rapidamente quaisquer problemas de circulação. Estamos trabalhando para termos representantes de todos os envolvidos na operação do aeroporto, incluindo os responsáveis por imigração, alfândega, controle de tráfego aéreo, embarque e desembarque, check-in, despacho e retirada de bagagem, segurança, manutenção e limpeza, abastecimento de combustível e quem mais estiver envolvido”, explica o executivo. “Onde houver um congestionamento ou anormalidade vamos atuar para resolver a situação mais rapidamente do que fazemos hoje. Também vamos ter condições de nos organizar de forma mais ágil diante de imprevistos, como atrasos na chegada de um voo ou mudanças na plataforma de embarque ou desembarque, gerindo de forma mais eficiente o trabalho de equipes de suporte de solo, como, por exemplo, o apoio a passageiros com necessidades especiais para locomoção”.
 Para o passageiro, a experiência em um aeroporto inteligente significa demorar, em um dia sem anormalidades, 15 minutos entre a calçada do terminal e a porta do avião sem precisar ter contato com ninguém, se assim desejar. Tudo se dá automaticamente. O check-in é feito via smartphone e a confirmação acontece com a aproximação do aparelho ao sensor de um quiosque de autoatendimento. A bagagem também pode ser etiquetada e despachada pelo próprio passageiro em uma rede integrada de esteiras capaz de direcioná-la para o avião correto. Em seguida, há o chamado e-gate. Nele o usuário apresenta seu código de embarque pelo celular ou cartão com código de barras, pode ser reconhecido via biometria, por face, íris ou tato, passa por uma inspeção por raios X monitorada a distância e tem as informações do chip do passaporte reconhecidas também automaticamente. Finalmente, está liberado para usar gratuitamente o wi-fi da área de embarque mediante um cadastramento e confirmar com o celular o pagamento das compras nos estabelecimentos comerciais. Nesse ambiente, o aeroporto pode interagir com o passageiro das mais variadas formas. Em troca da conectividade gratuita, ele sabe onde cada um está e o que está fazendo. Pode, ainda, informar sobre promoções de lojas que o usuário costuma comprar ou a respeito do voo. A última etapa é o embarque, que também poderá ser validado via celular, código de barras ou biometria.
Para o piloto, as inovações de Guarulhos preveem ILS Cat 3 e sistema VGDS (Visual Docking Guidance System), este último que permite um estacionamento mais preciso da aeronave, além da comunicação via datalink. No evento da Sita em Bruxelas, Luiz Eduardo Ritzmann adiantou que o A380 começará a operar no GRU Airport em outubro de 2015, o que de fato aconteceu, só que no mês de novembro com o primeiro A380 de voo regular a pousar no Brasil, em Guarulhos, da empresa Fly Emirates.
Fonte: Uol

Contribuição da Big Data para a segurança dos voos comerciais

Conforme Psafe (2015), um fato que marcou a história da aeronáutica civil foi o voo MH370 da companhia Malaysia Airlines que desapareceu dos céus e dos radares quase como por um passe de mágica. Pouco se sabe sobre seu destino e muito menos onde estão as caixas pretas, essenciais para entender as causas da maioria dos acidentes de avião.
Diante desse panorama aparece o Big Data, a gestão e análises de grandes volumes de dados, que poderia se tornar um instrumento para ajudar não só a segurança das aeronaves, mas também para atenuar as deficiências de ferramentas como, precisamente, as caixas pretas. Os dados de um avião em percurso poderão ser transmitidos em tempo real e assim diminuir a importância da caixa preta em caso de possíveis incidentes? Sem dúvida alguma, esse é um desafio que inquieta.
Segundo disse o Ministro das Comunicações e multimídia da Malásia, Shabery Cheek, após a tragédia, com os avanços das TIC, deveríamos ter a capacidade de extrair e analisar os dados dessas máquinas acidentadas sem necessidade de achar as caixas pretas. Acredito que um fato tão simples como esse pode fazer uma grande diferença.
Foi durante uma palestra da União Internacional de Telecomunicações (UIT), que o funcionário solicitou a essa instituição e ao setor privado trabalharem para que os dados dos aviões, incluindo as caixas pretas, possam transmitir em fluxo contínuo e armazenar em centros de dados localizados na terra.
Em geral, nada pode garantir uma segurança completa nos voos comerciais, mas estão sendo desenvolvidas tecnologias que contribuem na redução dos maus acontecimentos. Nesse sentido, o Big Data pode atuar em duas situações específicas.
A primeira tem a ver com as deficiências que existem nas caixas pretas, como apontado acima, aproveitando os mais modernos serviços na nuvem, incrementando a segurança do voo. “As tecnologias da comunicação têm evoluído de maneira espetacular nos últimos anos, mas as caixas pretas são idênticas às de 30 anos atrás”, lembrou o ministro da Malásia.
O segundo setor ocorre no mesmo trajeto do avião. O Big Data identifica, analisa e processa dados das máquinas para acompanhar todo o percurso. Por exemplo, caso ocorram problemas com um dos motores, nós poderemos saber antes do pouso que peça ele precisa e atuar rapidamente para evitar complicações.
Os perigos numa viagem de avião são muitos, mas uma tecnologia avançada com suporte em Big Data, que envie as informações desses grandes aparelhos a terra sem depender de ferramentas aeronáuticas tradicionais, poderia evitar muitos acidentes. “É pouco provável que o Big Data possa substituir as caixas pretas, mas será um novo nível de proteção para os voos, porque sempre é preciso uma alternativa caso as transmissões não estejam funcionando corretamente”, comenta Rodrigo Souza, Gerente de Dados da PSafe Tecnologia.
Com essa novidade, também devem ser consideradas as grandes quantidades de dados que cada voo geraria, o que ao mesmo tempo levaria a questão se existe a capacidade suficiente para fazer o acompanhamento de cada um deles a todo momento e em diferentes partes do mundo. “Um avião pode gerar 500 GB de dados num trajeto só e isso aumentará cada vez mais. Ter a capacidade de analisar todos esses dados permite que se otimize a manutenção”, explica Souza.
Entretanto, ele indica que o maior desafio é a correta implementação dessa ferramenta sem erro nenhum. “Até o momento tudo é feito off-line, os dados são baixados somente quando o voo pousa. O ideal seria a transmissão em tempo real”, opina.
Sem dúvida alguma, há muitas expectativas em relação às vantagens que o Big Data e o Internet das Coisas poderão trazer ao problema que afeta o seguimento de aeronaves comerciais. Por enquanto, no caso do voo MH370 de Malaysia Airlines, os satélites e radares estão analisando e cruzando informação com grandes dados para achar esse avião, que desapareceu há mais de um ano.

http://aeromagazine.uol.com.br/artigo/big-data-proxima-fronteira_1105.html#ixzz3tApjhZpq

http://www.psafe.com/blog/big-data-no-mundo-da-aeronautica/

http://virgula.uol.com.br/inacreditavel/curiosidades/e-gigante-mesmo-airbus-a380-800-faz-seu-primeiro-pouso-em-guarulhos-e-impressiona/

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