Disciplina: Ambientes Virtuais de Aprendizagem | 2025.1
Autor: Rafael Curtarelli Soccol
Matrícula: 21105640
O TikTok se tornou uma das redes sociais mais populares do mundo, e no Brasil, especialmente entre os jovens, ele já é mais acessado que o próprio YouTube. Mas o que está por trás dessa plataforma que prende a atenção por horas? A resposta está no seu algoritmo. Este artigo investiga como o algoritmo do TikTok está moldando o comportamento dos jovens brasileiros, explorando questões de vício, performatividade, consumo e cultura.
Como funciona o algoritmo do TikTok?
O algoritmo do TikTok é baseado em aprendizado de máquina. Ele analisa quanto tempo você assiste a cada vídeo, com quais interações você se envolve (curtir, comentar, compartilhar), e quais perfis e sons você consome com mais frequência. Com isso, a plataforma constrói um feed personalizado, o famoso “For You”, que parece adivinhar exatamente o que o usuário quer ver.
Esse funcionamento tem um efeito colateral: ele reforça bolhas de conteúdo, limita a diversidade de informações e potencializa a exposição a conteúdos repetitivos e muitas vezes nocivos, como padrões estéticos inalcançáveis ou estímulos exagerados.
A viralização e seus efeitos psicológicos
Ser viral é o novo sucesso. Para muitos jovens, o TikTok se tornou um palco em que validação vem por meio de curtidas. A busca por visualizações transforma a relação com a própria imagem e afeta a autoestima. A dopamina gerada por curtidas constantes cria um ciclo de recompensa viciante. Além disso, há evidências de que o consumo contínuo de vídeos curtos impacta a capacidade de concentração e reduz o tempo de atenção para outras tarefas do dia a dia.
Cultura da repetição: trends, filtros e performatividade
A cada semana, uma nova trend domina a plataforma. Jovens reproduzem coreografias, dublagens ou situações cômicas seguindo padrões idênticos. Isso incentiva uma cultura da performance, onde cada um é um "mini influencer" tentando se destacar dentro de uma fórmula massificada.
Além disso, os filtros de beleza reforçam padrões irreais, afetando diretamente a relação com o próprio corpo e a autoimagem.
O impacto no consumo e hábitos de vida
Marcas já entenderam o poder do TikTok. Influenciadores impulsionam produtos de forma natural, e uma simples trend pode esgotar um item em questão de horas. Isso transforma o comportamento de consumo dos jovens, que confiam cada vez mais em creators do que em especialistas ou instituições.
A influência vai além do consumo material: hábitos alimentares, treinos, rotinas de estudo e até escolhas profissionais estão sendo moldadas por vídeos de poucos segundos.
Precisamos repensar nossa relação com o conteúdo rápido?
O TikTok não é apenas entretenimento. É um espelho de como vivemos, nos relacionamos e consumimos cultura hoje. A reflexão que fica é: estamos realmente no controle do que vemos e escolhemos, ou estamos sendo guiados por um algoritmo invisível?
“Quem controla o feed, controla a atenção. E quem controla a atenção, molda o comportamento.”
Vídeo recomendado: Como o TikTok está mudando o cérebro dos jovens?
Referências:
- DataReportal (2024). Digital Report Brazil. ( https://datareportal.com/reports/digital-2024-brazil )
- The Guardian (2023). How TikTok rewires the brain. ( https://gamequitters.com/tiktok-brain/ )
- BBC Brasil. O que há por trás da obsessão do TikTok. ( https://www.bbc.com/portuguese/geral-55173900 )
Este artigo faz parte da disciplina Ambientes Virtuais de Aprendizagem do curso de Economia da UFSC.
Parabéns pelo artigo, muito bom!
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