Disciplina: Redes Sociais e Virtuais Aluno: Vítor Turci dos Santos Nogueira Matricula: 21100192 A educação contemporânea enfrenta o desafio de se adaptar a um novo perfil de aluno que habita um ambiente digital dinâmico. Moran (2012, p. 7) observa que “a escola é pouco atraente”, o que tem levado muitos estudantes a desistirem do ensino superior devido à falta de estímulos e à desconexão com suas realidades. Para tornar a educação mais envolvente, é imprescindível proporcionar uma experiência instigante, dinâmica e ativa desde o início do processo educativo. No entanto, muitas instituições ainda utilizam métodos tradicionais, que são pouco flexíveis e monótonos, limitando a aprendizagem e o acesso às tecnologias necessárias para pesquisas rápidas e participação em comunidades online (Moran, 2012, pp. 9-10).
As redes sociais, que fazem parte do cotidiano dos jovens, podem ser integradas ao processo educativo, funcionando como uma forma de relacionamento. Lorenzo (2013, p. 20) ressalta que essas plataformas permitem o compartilhamento de ideias e informações, facilitando a comunicação entre alunos e professores e promovendo debates que desenvolvem o senso crítico dos estudantes (Pechi, 2013, p. 1). Além disso, a educação tecnológica é fundamental para a emancipação do ser humano, devendo incluir o maior número possível de alunos em uma sociedade cada vez mais digital (Júnior & Melo, 2021).
A Cisco Internet Business Solutions Group (IBSG) aponta que, em 2010, havia 12,5 bilhões de dispositivos conectados à internet, uma previsão que aumentaria para 50 bilhões até 2020, um crescimento acentuado pela pandemia de COVID-19 (Cisco, 2011). Eduardo Magrani (2018, p. 12) destaca que “a internet das coisas projeta-se sobre a internet contemporaneamente”, envolvendo uma tríade impactante composta por analytics, big data e redes sociais. A democratização do acesso à internet e o uso das redes sociais possibilitam diálogos e conexões verticais e horizontais, criando um ambiente de aprendizado híbrido que combina diversos meios e metodologias (Santos & Porto, 2019; Duarte & Frei, 2008).
Para que as instituições de ensino superior aproveitem essas oportunidades, é necessário integrar recursos digitais como grupos virtuais, fóruns de discussão e videoconferências. Isso deve ser feito respeitando a estrutura educacional tradicional, mas promovendo uma educação mais inovadora e conectada. Redes sociais como Facebook, Twitter e blogs podem ser ferramentas poderosas no ensino, promovendo a interação e o aprendizado contínuo, fundamentais para o desenvolvimento acadêmico dos alunos.
As redes sociais disponíveis na web são diversas, com plataformas populares como Facebook e Twitter conectando milhões de pessoas. Além dessas, surgem redes especializadas, como as educativas, que são direcionadas a professores e alunos, enriquecendo o processo de ensino e aprendizagem no ensino superior (Lorenzo, 2013). Recentemente, essas redes têm se mostrado cada vez mais relevantes, criando oportunidades para discussões e interações focadas em interesses comuns.
O Facebook, lançado em 2004, tornou-se uma ferramenta essencial no ensino superior, permitindo que professores criem perfis e grupos para facilitar a comunicação com alunos. Com recursos como chat, fotos, vídeos, eventos e enquetes, o Facebook promove debates e atividades que enriquecem a experiência educacional (Gonçalves & Patrício, 2010; Bettio et al., 2012). Lorenzo (2013) ressalta que a rede é valiosa para o processo educativo.
Os blogs, ou Weblogs, são diários virtuais que promovem interação e escrita colaborativa. Lendengue e Keina Silva (2010) afirmam que essas ferramentas de aprendizagem tornam a comunicação mais divertida e interativa. Professores têm utilizado blogs para divulgar informações e convidar alunos a participar de aulas, estimulando a troca de experiências (Gomes, 2005).
Lançado em 2006, o Twitter permite a interação por meio de mensagens instantâneas chamadas tweets. Lorenzo (2013) destaca sua utilidade em avaliações, debates e compartilhamento de informações, embora seu uso deva ser bem planejado para evitar a banalização das conversas.
Entre as redes sociais educativas, que focam na interação entre alunos e professores, destacam-se o Ebah e o Passei Direto. O Ebah, criado em 2006 por alunos da Escola Politécnica da USP, busca compartilhar conhecimentos e materiais que ajudem os alunos, enquanto o Passei Direto, fundado em 2012 por alunos da PUC-Rio, reúne estudantes de diversas universidades para compartilhar produções acadêmicas (Lorenzo, 2013; Soares, 2012). Outra plataforma relevante é a Pral, que conecta professores e alunos de várias disciplinas, promovendo um ambiente interativo onde materiais e atividades podem ser compartilhados (Quittes, 2012).
Telles (2011) enfatiza a importância de padronizar definições ao estudar mídias sociais, uma vez que há confusão tanto no meio acadêmico quanto no mercado de trabalho. Mídias digitais referem-se a qualquer meio de comunicação eletrônico baseado em tecnologia digital. Já as mídias sociais são sites que permitem a criação colaborativa de conteúdo e a interação social (Telles, 2011). Redes sociais como Facebook, Instagram e Twitter são ambientes que permitem a construção de perfis e a interação entre pessoas, refletindo relações do mundo real. Essa definição abrange ambientes na web que oferecem perfis para que usuários compartilhem informações e interajam de diversas maneiras, incluindo áudios, mensagens de texto e imagens.
Atualmente, redes sociais como Facebook, Instagram e WhatsApp promovem interações entre pessoas de todas as idades. Recuero (2009) define redes sociais como "gente, interação, troca social", categorizando-as em redes de propósito geral e temáticas (Area, 2008). O crescimento de vídeos educacionais no YouTube, especialmente durante a pandemia de COVID-19, destaca a importância das mídias sociais na educação, embora ainda haja uma falta de pesquisa sobre suas contribuições para a aprendizagem (Silva, Pereira & Arroio, 2017).
Pesquisas têm explorado o uso do WhatsApp como ferramenta pedagógica, promovendo colaboração e interação entre alunos. Lopes e Vas (2016) afirmam que, apesar de suas muitas possibilidades, o WhatsApp ainda é pouco explorado na educação. A necessidade de ampliar os estudos sobre essa ferramenta é evidente, uma vez que ela estimula a criatividade e a prática de multiletramentos, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades essenciais para a educação do século XXI. A difusão do conhecimento nos ciberespaços exige que educadores trabalhem com as informações disponíveis nas redes, promovendo acesso à educação e colaborando na construção do ensino (Lemos, 2004). Diversos estudos têm sido realizados sobre o uso de redes sociais na educação, incluindo WhatsApp e Facebook.
Implicações Positivas e Desafios do Uso das Redes Sociais no Processo de Ensino e Aprendizagem
A utilização de redes sociais na Educação Superior é considerada um recurso valioso, pois possibilita a comunicação entre professores e alunos, mesmo à distância, promovendo uma interação mais eficiente (Lorenzo, 2013). As ferramentas da web 2.0 criam um ambiente de aprendizagem efetivo, enfatizando inovação, colaboração e participação (Gonçalves & Patrício, 2013). Além disso, as redes sociais permitem a mudança na dinâmica das aulas, ampliando o espaço de aprendizado com atividades complementares (Moran, 2012). Segundo Juliani et al. (2012), os alunos têm mais oportunidades de pesquisa além do tempo de aula.
Entretanto, existem obstáculos a serem superados. Moran (2012) enfatiza a necessidade de capacitar os docentes para que dominem as tecnologias, pois a falta de preparo pode prejudicar o ensino. A infraestrutura das instituições muitas vezes é inadequada, limitando o uso das novas tecnologias (Lorenzo, 2013). Outros desafios incluem a falta de tempo para gerenciar atividades online, a dispersão dos alunos em um ambiente virtual e a resistência de educadores à integração das redes sociais como ferramentas pedagógicas (Moran, 2012).
A linguagem inadequada e comentários ofensivos nas redes sociais são preocupações destacadas por Lorenzo (2013). Moran (2007) também ressalta a importância de orientar os alunos na navegação e na seleção de informações relevantes, além de sugerir medidas de segurança para evitar comentários indesejados. Apesar dos desafios, os benefícios das redes sociais na educação podem enriquecer o processo de ensino e aprendizagem.
Além das implicações no ensino, as redes sociais também são analisadas em pesquisas, como uma proposta de letramento digital mediado pelo WhatsApp, realizada em uma escola pública de Salvador-BA. Os alunos do 9º ano participaram da criação do grupo "Letramento Digital" no WhatsApp, onde a interação inicial foi tímida, mas se intensificou com o tempo. Essa interação gerou discussões sobre redes sociais, práticas pedagógicas e fake news, mostrando que, embora um terço dos alunos apenas lessem as mensagens, o grupo proporcionou um aumento na troca de informações.
Outra pesquisa, focada na implementação de metodologias ativas no ensino de estatística, busca promover a autonomia dos alunos por meio da sala de aula invertida, onde a teoria é estudada online e as atividades práticas são realizadas presencialmente. Apesar de a inclusão das tecnologias na educação não ser nova, a prática ainda depende de interesses individuais, exigindo que os professores ofereçam diversas ferramentas que maximizem o aprendizado.
Por fim, a experiência com metodologias ativas no ensino superior é considerada eficaz, pois potencializa a interação e a construção do conhecimento por meio da participação ativa dos alunos em situações de aprendizagem.
Considerações Finais
O uso de redes sociais na educação superior apresenta tanto desafios quanto oportunidades. A integração de ferramentas digitais no ensino pode enriquecer a experiência acadêmica, promover a interação e desenvolver habilidades essenciais para o século XXI. No entanto, é fundamental que as instituições de ensino superem os obstáculos, capacitando educadores e fornecendo infraestrutura adequada.
Com o avanço das tecnologias, a educação deve se adaptar e se reinventar, buscando proporcionar um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e conectado. As redes sociais têm o potencial de transformar o ensino, mas sua eficácia depende de um planejamento cuidadoso e de uma abordagem que considere as especificidades de cada contexto educacional. Assim, a reflexão sobre o papel das redes sociais na educação superior se torna essencial para construir um futuro mais inclusivo e inovador.
Recomendação: https://youtu.be/xY7CLpbKTAI?si=ozwhn-uwrhbVRERj
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AREA, Manuel. Las redes sociales en internet como espacios para la formación del profesorado. Razón y Palabra, n. 63, jul.-ago. 2008. Disponível em: http://www.razonypalabra.org.mx/n63/marea.html. Acesso em: 15 out. 2024.
GOMES, Maria João. Blogs: um recurso e uma estratégia pedagógica. In: MENDES, António; PEREIRA, Isabel; COSTA, Rogério (editores). Actas do VII Simpósio Internacional de Informática educativa. Leiria: Escola Superior de Educação de Leiria, 2005, pp. 311-315. Disponível em: link. Acesso em: 16 out. 2024.
GONÇALVES, Vitor Manuel Barrigão; PATRÍCIO, Maria Raquel Vaz. Utilização Educativa do Facebook no Ensino Superior. I Conference Learning and Teaching in Higher Education. Universidade de Évora, Bragança, Portugal, 2010. Disponível em: link. Acesso em: 17 out. 2024.
LEMOS, André. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2004.
LORENZO, Eder Maia. A utilização das Redes Sociais na Educação: Importância, Recursos, Aplicabilidade e Dificuldades. São Paulo: Clube de Autores, 2011.
MAGRANI, Eduardo. A internet das coisas. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2018.
MORAN, José Manuel. A Educação que Desejamos: Novos desafios e como chegar lá. 5. ed. Campinas, SP: Papirus, 2012. 174 p.
MORAN, José Manuel. Internet no Ensino Universitário: Pesquisa e Comunicação na sala de aula. Botucatu, 1998. Acesso em: 18 out. 2024.
PECHI, Daniele. Como usar as redes sociais a favor da aprendizagem. Nova Escola. São Paulo: Editora Abril, 2013. Acesso em: 17 out. 2024.
RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Ed. Sulina, 2009.
SANTOS, Edméa; PORTO, Cristiani. App-Education: fundamentos, contextos e práticas educativas luso-brasileiras na cibercultura. Salvador: EDUFBA, 2019.
TELLES, André. A revolução das mídias sociais. 2. ed. São Paulo: M.books, 2011. 211 p. Declaração de IA e tecnologias assistidas por IA no processo de escrita: durante a preparação deste trabalho, os autores utilizaram ferramentas de IAG (Exemplos: ChatGPT, Claude, outros) no processo de planejamento, para aperfeiçoamento do texto e melhoria da legibilidade. Após o uso destas ferramentas, os textos foram revisados, editados e o conteúdo está em conformidade com o método científico. O(s) autor(es) assume(m) total responsabilidade pelo conteúdo da publicação.
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