A internet e as redes sociais têm se tornado cada vez mais um ambiente de fácil acesso, basta ter um celular nas mãos para estar conectado a uma infinidade de possibilidades e aplicativos. Uma pesquisa da TCI Domicílios em 2020, mostrou que 83% da população brasileira tem acesso à internet e segundo a We Are Social e Hootsuite, existem em média 4,66 bilhões de pessoas conectadas no mundo. Redes sociais como o Instagram possuem mais de 1 bilhão de usuários mensais e o TikTok chega a 732 milhões de usuários.
Com esse expressivo número de pessoas utilizando as redes diariamente possui muitos retornos positivos mas infelizmente traz também muitos impactos negativos na sociedade. Dentre estes pontos negativos, há um tema bastante abordado dos últimos meses: o cancelamento. Mas o que é cancelamento?
O cancelamento funciona como um “boicote” a alguém que teve alguma atitude reprovada pelos internautas. Qualquer pessoa pode ser “cancelada” na internet, mas é mais comum que pessoas públicas passem por este tipo de situação por expor para um maior número de pessoas a sua vida, esse cancelamento pode gerar impactos a pessoas famosas como perda de seguidores, perda de patrocínios e o pior deles: o linchamento. O linchamento virtual é um dos maiores perigos de toda essa situação, pois a pessoa recebe inúmeros xingamentos e ameaças por meio das redes social, e é julgado muitas vezes antes mesmo de que fatos sejam apurados.
A internet oferece uma certa segurança para que pessoas disseminem o ódio sobre outras por conta do anonimato por trás dos perfis, gerando uma sensação de poder e impunidade o qual faz com que haja espaço para muito preconceito, ameaças a vida, racismo, homofobia, entre outras práticas criminais.
Os danos a saúde mental de pessoas que são vítimas desse linchamento virtual podem ser gravíssimos como ansiedade, crises de panico, depressão e muitas vezes levar até a um suicídio. O cancelamento traz uma sensação de isolamento a pessoa e isso gera diversos danos psicológicos, fazendo a pessoa se sentir angustiada e não pertencente a um grupo ou a sociedade, pode ser desesperador perder o acolhimento o qual todo ser humano está habituado a ter como um ser social.
Um triste exemplo ocorrido recentemente no Brasil, em Agosto de 2021, é de um jovem de 16 anos que cometeu suicídio após ser vítima de comentários homofóbicos no TikTok. Ele era filho de uma cantora de forró, ela se pronunciou nas redes sociais após a morte do filho esclarecendo que a motivação de seu suicídio.
É necessário que se comece uma conscientização da população sobre os riscos e danos destas práticas para que as pessoas tenham informações suficientes para não disseminar o ódio e a injustiça pelas redes. Ainda não há nenhuma lei no Brasil que trate especificamente deste assunto, há apenas o Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014) que pode vir a ser usado nestes casos. Além disso, as próprias redes sociais possuem meios de regulamentação e denuncias destas práticas.
Fontes:
https://revistaforum.com.br/noticias/homofobia-lucas-sucidio/#
https://www.websitehostingrating.com/pt/research/instagram-statistics/
https://escoladainteligencia.com.br/blog/cultura-do-cancelamento/
https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/cultura-do-cancelamento-causa-danos-ao-cancelado-ao-cancelador-afirmam-psicologas-24882814.html
https://editorajc.com.br/o-discurso-de-odio-na-internet/
https://www.nsctotal.com.br/noticias/o-que-gera-a-onda-de-comentarios-de-odio-nas-redes-sociais
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