terça-feira, 15 de julho de 2025

Entre a Notificação e o Silêncio: A Ansiedade Digital e a Urgência de Desconectar

Entre a Notificação e o Silêncio: A Ansiedade Digital e a Urgência de Desconectar

Disciplina: TICs na Educação
Autora: Isadora Caetano
Matrícula: 19200671

 


   Você sente um alívio ao colocar o celular no modo avião? Ou a ansiedade aumenta quando não vê nenhuma notificação? Essas perguntas ecoam uma realidade vivida por milhões de pessoas ao redor do mundo. Em uma era hiperconectada, onde o digital se tornou extensão do corpo, os efeitos psicológicos da constante estimulação por notificações, mensagens e feeds infinitos têm gerado um novo fenômeno social: a ansiedade digital.

O novo “tic-tac”: quando a notificação dita o tempo

   Vivemos em um ciclo onde estar online é sinônimo de estar presente, produtivo e relevante. Segundo a We Are Social (2024), os brasileiros passam, em média, 9h32 conectados à internet por dia — e desses, mais de 3h são dedicados apenas às redes sociais (DataReportal). Com esse volume de exposição, é inevitável que a saúde mental seja afetada. Cada toque, vibração ou som de notificação atua como um "miniestímulo", ativando no cérebro o sistema de recompensa e liberação de dopamina — o mesmo envolvido em vícios como o jogo ou o consumo de açúcar. Assim, as notificações tornam-se gatilhos psicológicos constantes, gerando tanto prazer imediato quanto exaustão emocional.

A ansiedade invisível das telas



   A chamada ansiedade digital se manifesta como inquietação, compulsão por checar mensagens, dificuldade de concentração e sensação de vazio quando longe do celular. O termo "nomofobia" (no-mobile-phone phobia) já é estudado por psicólogos e representa o medo irracional de ficar sem acesso ao smartphone. Estudos apontam que o uso excessivo de telas pode causar danos físicos ao cérebro, como redução de massa cinzenta em regiões ligadas ao controle de impulsos e tomada de decisões (UOL VivaBem).  Além disso, há evidências de alterações na substância branca e no córtex cerebral, prejudicando funções cognitivas e emocionais, especialmente em jovens.

A urgência de se desconectar



   Se estar online se tornou uma obrigação implícita, desconectar virou um ato de resistência. Aplicativos como Forest e One Sec ajudam usuários a limitar o tempo no Instagram ou TikTok com abordagens que estimulam a atenção plena. Além disso, o conceito de “digital detox” (desintoxicação digital) ganha força em escolas, empresas e até retiros de bem-estar. Na educação, o uso consciente da tecnologia é um desafio constante. Professores relatam dificuldade de manter a atenção dos alunos em aulas presenciais, já que muitos não largam o celular nem durante explicações ou avaliações. O debate passa a ser não apenas “usar ou não usar tecnologia”, mas como usá-la de maneira equilibrada e saudável.

Escolas e empresas também sentem

Algumas escolas da Finlândia implementaram políticas de "zonas livres de celular", e os resultados apontaram aumento da interação social e da concentração em sala de aula. No Brasil, empresas como o Nubank e o Grupo Boticário testaram períodos de "silêncio de notificações internas", limitando o envio de mensagens fora do horário comercial. O resultado? Redução do estresse e aumento da produtividade.

O equilíbrio é digital



Não se trata de rejeitar a tecnologia — mas de redefinir o lugar dela em nossas vidas. Estar disponível 24 horas não é sinônimo de eficiência, nem responder tudo imediatamente é um indicador de atenção ou carinho. Criar pequenos limites, como não dormir com o celular ao lado da cama, desativar notificações não urgentes ou reservar momentos diários offline, pode ajudar a reequilibrar a mente.  A era digital trouxe avanços incríveis, mas também desafios que não podem ser ignorados. Entre a notificação e o silêncio, escolher pausar é um gesto de autocuidado — e, talvez, o maior sinal de conexão consigo mesmo.


Referências (ABNT):

FIOCRUZ. Estudo nacional de saúde digital e saúde mental no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2023.

GALILEU. Como o excesso de telas impacta o cérebro humano. Revista Galileu, São Paulo, 2023.

HAIG, Matt. A Biblioteca da Meia-Noite. São Paulo: Bertrand Brasil, 2021.

SILVA, Ana Beatriz Barbosa. O Cérebro Ansioso: Medo, Ansiedade e Síndrome do Pânico. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2019.

WE ARE SOCIAL. Digital 2024 Brazil Report. DataReportal, 2024. Disponível em: https://datareportal.com/reports/digital-2024-brazil. Acesso em: 15 jul. 2025.

Excesso de telas afeta o cérebro e prejudica a cognição. Rádio Senado, 17 jun. 2025.

Estudos indicam redução de massa cerebral por uso excessivo de tela. UOL/VivaBem, 18 jan. 2025. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/deutsche-welle/2025/01/18/estudos-indicam-reducao-de-massa-cerebral-por-uso-excessivo-de-tela.htm. Acesso em: 15 jul. 2025.

PASSOS, Tawanna P.; TOSCHI, Larissa S. O Perigo do Excesso de Exposição às Telas por Crianças e Adolescentes. Galileu.


Declaração de IA e tecnologias assistidas por IA no processo de escrita:

Durante a preparação deste trabalho, a autora utilizou ferramentas de Inteligência Artificial Generativa (IAG), como o ChatGPT, no processo de planejamento, para aperfeiçoamento do texto e melhoria da legibilidade. Após o uso destas ferramentas, os textos foram revisados, editados e o conteúdo está em conformidade com o método científico. A autora assume total responsabilidade pelo conteúdo da publicação.

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