quinta-feira, 5 de junho de 2025

O Impacto da Inteligência Artificial Generativa na Produção Acadêmica: Desafios e Oportunidades no Ensino Digital


O Impacto da Inteligência Artificial Generativa na Produção Acadêmica: Desafios e Oportunidades no Ensino Digital

Autora: Isadora Lima Caetano 



    A educação sempre foi moldada pelas transformações tecnológicas. A chegada da Inteligência Artificial Generativa (IAGen) representa mais uma dessas mudanças significativas, sobretudo no campo da produção acadêmica. Ferramentas como o ChatGPT, Bard e Claude têm despertado debates intensos por sua capacidade de gerar conteúdos escritos com fluidez e rapidez a partir de comandos simples. Essa tecnologia, cada vez mais presente nas rotinas de estudantes e professores, tem provocado reflexões profundas sobre seus impactos no ensino, na aprendizagem e na autoria de textos. Neste artigo, analisamos como essas ferramentas estão sendo integradas ao ambiente educacional, discutindo suas implicações éticas, os riscos de uso indiscriminado e, principalmente, as oportunidades que oferecem para personalização do ensino e acesso ao conhecimento.


Inteligência Artificial Generativa: o que é e como funciona?

    A IAGen refere-se a sistemas computacionais capazes de criar novos conteúdos com base em grandes volumes de dados. Seu diferencial está na habilidade de produzir respostas coerentes, textos originais e resumos com linguagem natural, aproximando-se do estilo humano de escrita. Essas ferramentas não apenas agilizam a produção textual, como também ampliam o acesso a informações e auxiliam na organização do raciocínio acadêmico.

   Por exemplo, com um simples comando, um estudante pode obter uma síntese de um tema complexo ou uma explicação adaptada ao seu nível de compreensão. Isso transforma o papel das plataformas de escrita automatizada: de simples facilitadoras, tornam-se agentes ativos na mediação do conhecimento.


Entre o auxílio e a dependência: desafios da IAGen no contexto acadêmico


   Apesar das vantagens, o uso da IAGen também levanta preocupações legítimas. Uma delas é a perda do protagonismo do estudante na construção do saber. Quando a produção textual é terceirizada à tecnologia, corre-se o risco de enfraquecer habilidades essenciais como argumentação, análise crítica e interpretação. Outro ponto sensível é a questão da autoria. Afinal, um texto gerado por IA pertence ao aluno? É fruto do seu esforço intelectual? A linha entre criatividade humana e automatização torna-se tênue, exigindo novos parâmetros éticos e pedagógicos nas instituições de ensino. Além disso, surgem dilemas relacionados à integridade acadêmica e ao plágio, considerando que parte do conteúdo gerado por IA pode se assemelhar a trechos de outras obras sem devida citação.


IAGen como ferramenta de inclusão e personalização do ensino

    Por outro lado, quando bem orientado, o uso da IAGen pode ser uma grande aliada da educação inclusiva. Estudantes com dificuldades de leitura, escrita ou organização textual podem se beneficiar de assistentes virtuais que reformulam conteúdos, explicam conceitos e oferecem modelos de estruturação textual. A personalização também é um dos grandes trunfos da IAGen. As plataformas permitem adaptações de conteúdo de acordo com o perfil de aprendizagem do estudante, tornando o processo mais eficaz e significativo. Em contextos de educação em rede, isso ganha ainda mais importância, pois permite que o aluno estude no seu tempo, com recursos adaptáveis e acessíveis.


A ética como norte: construindo uma cultura digital responsável

   O uso consciente da IAGen requer uma abordagem ética e pedagógica sólida. É papel das instituições e educadores orientar os estudantes sobre as possibilidades e os limites dessas ferramentas. Mais do que proibir ou restringir, é necessário ensinar a usar com responsabilidade. A ética digital deve ser integrada ao currículo, promovendo discussões sobre autoria, responsabilidade, uso de dados e originalidade. Ao invés de temer a IA, é preciso educar para que sua utilização potencialize o aprendizado, e não o substitua.


Considerações finais

   A Inteligência Artificial Generativa representa uma das maiores transformações no cenário educacional contemporâneo. Seu impacto na produção acadêmica ainda está em construção, exigindo constante reflexão e adaptação. Ao mesmo tempo em que desafia práticas tradicionais, abre novas possibilidades para um ensino mais personalizado, acessível e conectado com as tecnologias do presente.

   Cabe aos educadores, pesquisadores e estudantes construir um uso consciente dessas ferramentas, garantindo que a tecnologia amplie, mas não substitua, a construção do conhecimento humano.




Referências


• LIMA, Rafael F.; MARINHO, Beatriz. Gestão e Mídia do Conhecimento: Educação em rede e os desafios da Inteligência Artificial Generativa na escrita acadêmica. In: Anais do 19º Congresso Nacional de Educação (Educere). Curitiba: PUCPR, 2023.   Disponível em: https://www.even3.com.br/anais/educereeducere2023/573832-A-GESTAO-E-MIDIA-DO-CONHECIMENTO--EDUCACAO-EM-REDE-E-OS-DESAFIOS-DA-INTELIGENCIA-ARTIFICIAL-GENERATIVA-NA-ESCRITA-ACADEMICA/. Acesso em: 20 maio 2025.

• GOOGLE. Bard AI. Disponível em: https://bard.google.com/. Acesso em: 20 maio 2025.

• ANTHROPIC. Claude AI. Disponível em: https://www.anthropic.com/index/claude. Acesso em: 20 maio 2025.

• Chat GPT. Acesso em 20 de maio 2025

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