quarta-feira, 11 de junho de 2025

Inteligência Artificial na Educação: Uma breve amostra de seu potencial

Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Autor: Gabriel Francisco Bek Apolonio dos Santos Matrícula: 20204873


A Inteligência Artificial (IA) vem ganhando cada vez mais espaço em nossas vidas e, consequentemente, expande sua presença para as salas de aula. Essa crescente integração, no entanto, levanta uma questão fundamental: como utilizá-la de forma equilibrada no ambiente educacional? Conforme pontuado por Cardoso et al. (2023), a IA pode ser uma grande aliada na educação, desde que sua aplicação seja cuidadosamente planejada para não substituir o insubstituível papel humano no aprendizado. Sua influência se manifesta em diversas áreas, desde sistemas de localização e entretenimento até bots inteligentes e redes sociais, tornando-se uma presença cada vez mais visível na sociedade contemporânea (CARDOSO et al., 2023). Na educação superior, a IA emerge como uma ferramenta de apoio capaz de otimizar a eficiência e a eficácia do ensino, personalizar o aprendizado, ampliar o acesso ao conhecimento e até mesmo contribuir para a redução de custos (COSTA JÚNIOR et al., 2023).



Um dos principais benefícios, como destacam Costa Júnior et al. (2023), é a personalização do ensino. Sistemas adaptativos baseados em IA podem analisar o desempenho individual dos alunos e ajustar o conteúdo conforme suas necessidades específicas, permitindo que cada estudante aprenda em seu próprio ritmo. A IA tem a capacidade de monitorar o progresso dos estudantes e identificar prontamente os problemas de aprendizagem, capacitando os professores a oferecer suporte e intervenções mais eficazes e direcionadas (COSTA JÚNIOR et al., 2023). Quando o professor deixa de ser o centro do processo e coloca o aluno como protagonista, utilizando recursos da Inteligência Artificial, a aprendizagem pode se tornar mais eficiente e até mesmo otimizar o tempo, que pode ser então aproveitado para atividades essencialmente humanas (CARDOSO et al., 2023). Ferramentas como chatbots educacionais, citados por Silva (2006) como "ambientes de aprendizagem dinâmicos e adaptativos", funcionam como tutores virtuais, disponíveis 24 horas para sanar dúvidas e reforçar conceitos, impulsionando a autonomia do estudante (CARDOSO et al., 2023).

A automação de tarefas repetitivas representa outro avanço significativo promovido pela IA. Durso (2024) ressalta que a correção automatizada de atividades, por exemplo, libera um tempo valioso para que os professores possam dedicar-se a intervenções pedagógicas mais qualificadas e ao planejamento de aulas mais engajadoras. Além disso, a IA pode ser utilizada para ampliar o alcance do ensino e melhorar a eficiência dos processos educacionais, tornando a educação mais acessível e de qualidade (COSTA JÚNIOR et al., 2023). Contudo, Durso (2024) alerta que "a IA não pode substituir a interação humana e a empatia dos docentes, que são essenciais para o sucesso educacional". Essa visão é ecoada por Freire (1979, p. 79), para quem a verdadeira construção do conhecimento reside no diálogo crítico entre educador e educando, onde "os educandos não são chamados a conhecer, mas a memorizar o conteúdo narrado pelo educador", o que limita a reflexão crítica. A inteligência humana, de acordo com Machado (2002), reside na capacidade de transcender dados e informações para construir conhecimentos e, mais importante, elaborar projetos, uma dimensão que a IA, por mais avançada que seja, não pode replicar (CARDOSO et al., 2023).         Entretanto, a implementação da IA na educação superior não está isenta de desafios e limitações. As questões éticas e legais são preponderantes, especialmente no que tange à coleta e uso de dados pessoais dos estudantes (COSTA JÚNIOR et al., 2023). A IA pode resultar em violações de privacidade, já que essas tecnologias são frequentemente projetadas para coletar e processar grandes volumes de dados. A criação de sistemas de vigilância excessiva e o potencial viés algorítmico são preocupações que exigem transparência e a adesão a princípios éticos rigorosos no desenvolvimento e aplicação da IA (COSTA JÚNIOR et al., 2023).         Além disso, a dependência tecnológica é um risco real, como aponta Durso (2024), que enfatiza: "Professores precisam de capacitação para usar essas ferramentas de forma crítica, não apenas como muletas". A dependência excessiva da IA pode levar à incapacidade de executar tarefas sem o auxílio da tecnologia (CARDOSO et al., 2023). A necessidade de capacitação dos professores é, portanto, uma limitação crucial que precisa ser considerada, para que compreendam o funcionamento da IA e como utilizá-la para aprimorar a qualidade do ensino, preparando-se para os desafios da educação digital (COSTA JÚNIOR et al., 2023).         É também fundamental considerar o discurso econômico que muitas vezes permeia a defesa do uso tecnológico na educação. Embora as tecnologias possam potencializar o ensino-aprendizagem quando bem aplicadas (DURSO, 2024), a influência de grandes conglomerados educacionais e EdTechs, empresas voltadas para o setor educacional, pode guiar o desenvolvimento tecnológico mais por um viés de redução de custos do que pela potencialidade pedagógica (DURSO, 2024). Esse movimento se intensificou após a pandemia de Covid-19, onde a tecnologia se tornou ainda mais presente na educação, impulsionada tanto pela busca por retorno de investimento quanto pela possibilidade de redução de custos através da digitalização (DURSO, 2024).       Em síntese, a Inteligência Artificial deve complementar, nunca substituir, o trabalho docente. Como sintetiza Costa Júnior et al. (2023), "o professor do futuro precisará dominar a tecnologia, mas sua essência seguirá sendo humana — promover reflexão, criatividade e formação cidadã". O caminho ideal parece ser a integração inteligente da IA, utilizando-a para potencializar a educação e ampliar o acesso ao conhecimento (COSTA JÚNIOR et al., 2023), mas mantendo o humano no centro do processo. O sucesso dessa integração depende da consideração cuidadosa de seus benefícios e desafios, bem como do desenvolvimento de políticas e práticas que promovam uma utilização responsável e ética da tecnologia (COSTA JÚNIOR et al., 2023). O campo da Educação, portanto, tem a responsabilidade de compreender e avaliar essa nova realidade, garantindo que a IA seja uma ferramenta para aprimorar a experiência educacional de forma significativa e justa (DURSO, 2024).


Sugestão de material complementar:

O Impacto da IA na Educação até 2030 - Não consegui incluir o vídeo direto do Youtube, mas se trata de um vídeo muito interessantes sobre a visão de Michele Kasten (Diretora do Instituto Brasileiro de Desenho Instrucional) sobre como será a educação após 2030.


Referências:

CARDOSO, F. S.; PEREIRA, N. da S.; BRAGGION, R. C.; CHAVES, P.; ANDRIOLI, M. O uso da Inteligência Artificial na Educação e seus benefícios: uma revisão exploratória e bibliográfica. Revista Ciência em Evidência, [S. l.], v. 4, n. FC, p. e023002, 2023. Disponível em: [https://ojs.ifsp.edu.br/index.php/cienciaevidencia/article/view/2332]. Acesso em: 11 jun. 2025.

COSTA JÚNIOR, J. F. et al. A inteligência artificial como ferramenta de apoio no ensino superior. Rebena - Revista Brasileira de Ensino e Aprendizagem, [S. l.], v. 6, p. 246–269, 2023. Disponível em: [https://rebena.emnuvens.com.br/revista/article/view/111]. Acesso em: 11 jun. 2025.

DURSO, S. D. O. Reflexões sobre a aplicação da inteligência artificial na educação e seus impactos para a atuação docente. Educação em Revista, v. 40, p. e47980, 2024. Disponível em: [https://www.scielo.br/j/edur/a/3mh8D6366By9w9THfF8bThQ/?lang=pt#]. Acesso em: 11 jun. 2025.

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Paz e Terra, 1970. p. 72-74.

JONKER, Alexandra; GOMSTYN, Alice; MCGRATH, Amanda. O que é transparência de IA?. IBM, 6 set. 2024. Disponível em: [https://www.ibm.com/br-pt/think/topics/ai-transparency]. Acesso em: 11 jun. 2025.

SILVA, A. P. C. Aplicações de Sistemas Tutores Inteligentes na Educação a Distância: Possibilidades e Limites. In: Anais do Seminário Nacional ABED de Educação a Distância. Brasília: ABED, 2006.



Declaração de IA e tecnologias assistidas por IA no processo de escrita: durante a preparação deste trabalho, o autor utilizou ferramentas de IAG (DeepSeek) no processo de planejamento, para aperfeiçoamento do texto e melhoria da legibilidade. Após o uso destas ferramentas, os textos foram revisados, editados e o conteúdo está em conformidade com o método científico. O autor assume total responsabilidade pelo conteúdo da publicação.


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