O mundo tem de tornado cada vez
mais digitalizado. Transformamos em pequenos cliques atividades que antes
demandavam muito mais tempo. O ato de ir ao mercado, por exemplo: hoje, basta
entrar no site da rede de supermercados da sua preferência, escolher os
produtos que você precisa na tela, realizar o pagamento e agendar um horário
para a entrega da mercadoria na sua casa. Esse processo vem em oposição a
compra física, onde você vai até a loja, escolhe os produtos que quer e, por
fim, os passa no caixa e realiza o pagamento com o atendente. Como é de se
esperar, não só o varejo e o atacado vêm aderindo a era da digitalização, outras
áreas ainda mais interessantes estão flexibilizando seu modelo de entrega de
produto ou serviço para tornarem possível a digitalização. A educação é uma
delas.
Não parece natural tornar o ato
de ensinar e aprender digitalizado, mas quando se coloca a prova, é possível
perceber que existem grandes vantagens ao se ter uma plataforma virtual de
ensino. A grande maioria dos cursos EaD oferecem muito mais flexibilidade do
que os presenciais, tornando mais atrativos para alunos que não possuem tempo o
suficiente para deslocamento. Além disso, cursos a distância também são mais econômicos
pelo fato de não terem que arcar com os gastos de receber os alunos em um
espaço físico, tornando as mensalidades mais baixas que os cursos em modalidade
presencial. Por benefícios como esse que o ensino EaD tem se tornado cada vez
mais popular no Brasil.

Fonte: Censo da Educação Superior
Um dos grandes pontos levantados
quando se fala a respeito de educação a distância, é a interação entre os
alunos entre si e com o professor. No entanto, Segundo Bianconcine de Almeida (2003),
participar desses ambientes virtuais de aprendizagem pode trazer interações
ainda mais ricas uma vez que as plataformas online trazem excelentes
ferramentas de comunicação direta e debate. A mesma autora ainda discorre a
respeito de como acontece o processo de aprendizagem quando se utiliza dessa
modalidade de ensino, uma vez que ele será diferente da sala de aula de
qualquer forma já que não envolve os atores tradicionais dos métodos de ensino.
A aprendizagem deve ocorrer da seguinte forma nesses espaços: com o suporte dos
ambientes digitais de aprendizagem, cada um dos alunos matriculados no curso
buscam as informações que são apresentadas da forma que lhes é pertinente, as
internaliza e, em seguida, retorna o que foi aprendido ao grupo. Assim, todos
os participantes da plataforma de ensino têm, na maior parte das vezes, acesso
a sintetização da informação pelos seus colegas.
Portanto, é pertinente ressaltar
que todos os ambientes digitais de aprendizagem partem do pressuposto que devem
ser ambientes para compartilhamento de informação, os todos os envolvidos no
contexto devem interagir e transformar mais informação em conhecimento a medida
que interagem um com o outro. O foco não deve ser a tecnologia e o fato de não
estarem em uma sala de aula comum, mas sim o assunto que foi proposto pelo
professor – que mesmo não estando em pé em frente a turma transmitindo dado
conteúdo, ainda é um grande agente do processo. A atividade em questão e seus
possíveis desdobramentos que devem ser o ponto principal da dinâmica do
aprendizado à distância.
Hoje existem diversas
universidades brasileiras que oferecem cursos de modalidade a distância, incluindo
universidades federais que oferecem cursos gratuitos. Segundo o censo Ead de
2018, realizado pela ABeD (Associação brasileira de Educação a Distância),
existem cerca de 1,5 milhões de estudantes matriculados em cursos de educação
na modalidade “a distância” no Brasil. Esses números tendem a crescer cada vez
mais, uma vez que quando analisamos os números nos últimos anos vemos que o
número de ingressantes nesses tipos de cursos cresceu 21,4% de 2015 a 2016,
enquanto o número de matriculados em modalidade presencial sofreu retração.
Outro número que cresce de maneira quase abrupta é o de instituição que
oferecem os cursos sem aulas presenciais: em 2009 era de menos de 130 e em 2016
são mais de 200 instituições.
Além dessas tradicionais
instituições de ensino que possuem cursos de graduação e pós-graduação sem aulas
presenciais, também existem plataformas de cursos rápidos de fácil adesão e
valor baixo, com cursos de diversos assunto e durabilidade. Exemples desses são
Udemy e Udacity. Também é válido citar canais educacionais disponíveis em
plataformas como o youtube, grandes universidades com Harvard têm cursos
completos disponíveis na plataforma.
ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de.
Educação a distância na internet: abordagens e contribuições dos ambientes
digitais de aprendizagem. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 29,
n. 2, p.327-340, dez. 2003.
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