domingo, 16 de junho de 2019

Tendências de Ensino – A digitalização dos atos de ensinar e aprender




O mundo tem de tornado cada vez mais digitalizado. Transformamos em pequenos cliques atividades que antes demandavam muito mais tempo. O ato de ir ao mercado, por exemplo: hoje, basta entrar no site da rede de supermercados da sua preferência, escolher os produtos que você precisa na tela, realizar o pagamento e agendar um horário para a entrega da mercadoria na sua casa. Esse processo vem em oposição a compra física, onde você vai até a loja, escolhe os produtos que quer e, por fim, os passa no caixa e realiza o pagamento com o atendente. Como é de se esperar, não só o varejo e o atacado vêm aderindo a era da digitalização, outras áreas ainda mais interessantes estão flexibilizando seu modelo de entrega de produto ou serviço para tornarem possível a digitalização. A educação é uma delas.
Não parece natural tornar o ato de ensinar e aprender digitalizado, mas quando se coloca a prova, é possível perceber que existem grandes vantagens ao se ter uma plataforma virtual de ensino. A grande maioria dos cursos EaD oferecem muito mais flexibilidade do que os presenciais, tornando mais atrativos para alunos que não possuem tempo o suficiente para deslocamento. Além disso, cursos a distância também são mais econômicos pelo fato de não terem que arcar com os gastos de receber os alunos em um espaço físico, tornando as mensalidades mais baixas que os cursos em modalidade presencial. Por benefícios como esse que o ensino EaD tem se tornado cada vez mais popular no Brasil.
DIPLOMA A UM CLIQUE. Um panorama da graduação a distância no Brasil
Fonte: Censo da Educação Superior

Um dos grandes pontos levantados quando se fala a respeito de educação a distância, é a interação entre os alunos entre si e com o professor. No entanto, Segundo Bianconcine de Almeida (2003), participar desses ambientes virtuais de aprendizagem pode trazer interações ainda mais ricas uma vez que as plataformas online trazem excelentes ferramentas de comunicação direta e debate. A mesma autora ainda discorre a respeito de como acontece o processo de aprendizagem quando se utiliza dessa modalidade de ensino, uma vez que ele será diferente da sala de aula de qualquer forma já que não envolve os atores tradicionais dos métodos de ensino. A aprendizagem deve ocorrer da seguinte forma nesses espaços: com o suporte dos ambientes digitais de aprendizagem, cada um dos alunos matriculados no curso buscam as informações que são apresentadas da forma que lhes é pertinente, as internaliza e, em seguida, retorna o que foi aprendido ao grupo. Assim, todos os participantes da plataforma de ensino têm, na maior parte das vezes, acesso a sintetização da informação pelos seus colegas.
Portanto, é pertinente ressaltar que todos os ambientes digitais de aprendizagem partem do pressuposto que devem ser ambientes para compartilhamento de informação, os todos os envolvidos no contexto devem interagir e transformar mais informação em conhecimento a medida que interagem um com o outro. O foco não deve ser a tecnologia e o fato de não estarem em uma sala de aula comum, mas sim o assunto que foi proposto pelo professor – que mesmo não estando em pé em frente a turma transmitindo dado conteúdo, ainda é um grande agente do processo. A atividade em questão e seus possíveis desdobramentos que devem ser o ponto principal da dinâmica do aprendizado à distância.
Hoje existem diversas universidades brasileiras que oferecem cursos de modalidade a distância, incluindo universidades federais que oferecem cursos gratuitos. Segundo o censo Ead de 2018, realizado pela ABeD (Associação brasileira de Educação a Distância), existem cerca de 1,5 milhões de estudantes matriculados em cursos de educação na modalidade “a distância” no Brasil. Esses números tendem a crescer cada vez mais, uma vez que quando analisamos os números nos últimos anos vemos que o número de ingressantes nesses tipos de cursos cresceu 21,4% de 2015 a 2016, enquanto o número de matriculados em modalidade presencial sofreu retração. Outro número que cresce de maneira quase abrupta é o de instituição que oferecem os cursos sem aulas presenciais: em 2009 era de menos de 130 e em 2016 são mais de 200 instituições.
Além dessas tradicionais instituições de ensino que possuem cursos de graduação e pós-graduação sem aulas presenciais, também existem plataformas de cursos rápidos de fácil adesão e valor baixo, com cursos de diversos assunto e durabilidade. Exemples desses são Udemy e Udacity. Também é válido citar canais educacionais disponíveis em plataformas como o youtube, grandes universidades com Harvard têm cursos completos disponíveis na plataforma.

Autor: Erica Colombo
 Fontes:
ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Educação a distância na internet: abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 29, n. 2, p.327-340, dez. 2003.

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