Como tratar da acessibilidade em Ambientes Virtuais de Aprendizagem? Essa é uma questão discutida no artigo de Solange C. da Silva, Rose C. E. Beche e Márcio V. de Souza de 2011.
A lei brasileira obriga os espaços educativos, inclusive as Universidades, a estarem dentro das normas de acessibilidade, dando apoio às pessoas com história de deficiência. Porém, ainda existem muitas barreiras no dia-a-dia do deficiente que frequenta os espaços educativos no Brasil, as principais barreiras são:
- Barreiras arquitetônicas;
- Falta de formação e informação para os professores;
- Preconceito;
- Década de 80: questões referentes a acessibilidade começam a ganhar destaque;
- 1990: acontece a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, onde questões referentes a acessibilidade são discutidas;
- 1996: é criada a lei de diretrizes e bases da educação nacional brasileira, número 9394/96;
- 1999: acontece a Convenção da Guatemala, onde o tema novamente ganha destaque;
- 2001: é criado o Plano Nacional de Educação que trata da acessibilidade na educação.
O World Wide Web (W3C), que é um consórcio internacional onde padrões para Web são desenvolvidos, ele ganha destaque nesse tema por preocupar-se com o desenvolvimento de padrões e recursos de acessibilidade. Para isso, criou as "Recomendações de Acessibilidade para Conteúdo Web" que se trata de um "guia de boas práticas" no desenvolvimento e manutenção de páginas Web, entre elas os AVAs.
Mesmo com a criação de guias de boas práticas e recomendações, ainda existem barreiras que deficientes visuais enfrentam frequentemente na Web e nos AVAs.
Com o estudo, foram identificadas duas principais barreiras que os deficientes visuais encontram nos AVAs: a barreira da comunicação e a barreira de mídia.
A barreira da comunicação pode ser solucionada por ampliadores de tela (no caso de pessoas que tem a visão reduzida) ou por leitores de tela (no caso de pessoas cegas). Porém, para que essas soluções possam ser utilizadas é necessário que estes elementos gráficos sejam associados a descrições textuais que o software leitor de tela possa ler, assim teremos o acesso de toda página web garantido a todos.
Já a barreira de mídia depende do autor do curso/material, e não apenas da ferramenta AVA que é utilizada. Cabe ao autor descrever todas as mídias (fotos, gráficos, etc) para que o software possa ler. No Moodle há um espaço para que o professor insira a descrição das mídias, porém, muitos professores não preenchem este campo, o que compromete o acesso do deficiente visual ao conteúdo ali disponibilizado.
SILVA, BECHE e SOUZA (2011) dão destaque ao Moodle que é um AVA bastante conhecido. Nele, a principal barreira encontrada foi o "Chat", pois é uma ferramenta muito dinâmica e que possibilita um grande número de participantes. A demora na leitura do texto pelo software leitor de tela inviabiliza a participação dinâmica do deficiente visual. Para solucionar esse problema é proposto que o número de participantes seja reduzido em no máximo 10 para um Chat.
Aprofundando os estudos no tema, foram encontradas algumas medidas que estão sendo adotadas em redes sociais para aumentar a acessibilidade do deficiente visual ao conteúdo que ali é disponibilizado.
O Facebook recentemente liberou um "API de acessibilidade" para desenvolvedores. Esses recursos permitem que os desenvolvedores designem elementos de interface do usuário como acessíveis para programas e tecnologias assistivas, como os softwares leitores de tela.
Além disso, um projeto atuante em redes sociais vem ganhando destaque: Pra cego ver. O projeto propõe que toda mídia postada seja acompanhada de uma legenda que a descreva, para que o deficiente visual possa "ver" também aquela mídia.
Por fim, outra iniciativa de inclusão ao deficiente visual que merece destaque são os vídeos com audiodescrição, onde um locutor descreve o que acontece no vídeo. Videos com audiodescrição são uma forma de os deficientes visuais aprenderem também por mídias como essa (vídeos). Você pode conferir um vídeo com audiodescrição aqui.
REFERÊNCIAS:
SILVA, Solange C. da. BECHE, Rose C. E.. SOUZA, Márcio V. de. Acessibilidade na Educação a Distância. ESUD 2011 - VIII Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância. Ouro Preto, MG. Outubro. 2011.
IDGNOW. Facebook libera "API de acessibilidade" para desenvolvedores. Novembro. 2015. Disponível em: <http://idgnow.com.br/internet/2015/11/23/facebook-libera-api-de-acessibilidade-para-desenvolvedores/>. Acesso em: 24 de novembro de 2015.
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