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sábado, 26 de novembro de 2016

Paixão por aplicativos

Com a popularidade da série do Netflix “Black Mirror” que pode ser considerado um futuro próximo, fez surgir em alguns episódios algo que não somente é próximo próximo a realidade, mas algo que pode ser chamado de uma realidade exagerada, em que muito tem a ver em como a vida virou algo dominado pelas redes sociais.


Três episódios, O "The Entire History of You" onde tudo que é foi visto fica travado em um “banco de dados” que você pode acessar a qualquer momento, você pode mostrar para outra pessoas suas “lembranças” e também pode apagar. No episódio explora o ciúme de um homem pela sua esposa, que como fica tudo registrado e ele força a mulher a lhe mostrar, descobre que foi traído que se a filha do casal pode nem mesmo ser dele. 
Isso infelizmente é muito do que acontece em relacionamentos atuais, onde a prova de amor é a senha do Facebook para poder olhar os históricos das conversas do parceiro com outras pessoas. 
Além dos relacionamentos, históricos e postagens nas redes sociais podem ser até mesmo utilizadas como provas judiciais.


O “Nosedive” em que existe um aplicativo onde é possível qualificar as atitudes das pessoas no dia a dia, e isso gera uma pontuação e com essa pontuação é possível conseguir descontos, ou consegue permissão para entrar em determinados lugares. Muito parecido com o Instagram em boa parte do episódio e Inclusive a Netflix á lançou um aplicativo igual ao do episódio "Nosedive" chamado “Rateme”.


E o episódio “Be Right Back” em que uma mulher perde o marido em um acidente e logo após descobre estar grávida, uma amiga apresenta um aplicativo em que ela pode conversar com o marido morto, esse aplicativo é uma compilação de tudo que existe registrado na internet dele, a voz o jeito de falar e até mesmo o que ele falaria sobre determinada situação, a mulher começa desconfiada, questionando se é realmente dele que está no outro lado da “linha”, faz perguntas que só ele responderia, e vai tomando confiança pelo aplicativo, como se realmente fosse ele em outro lugar falando com ela através do aplicativo e começa de certa forma a viver com um aplicativo como se fosse o marido dela. Passando um pouco para frente o episódio ela compra até mesmo um boneco que é igual a ele na aparência física e com o aplicativo ela tinha o corpo do marido e a personalidade também. Depois de um tempo a convivência com o aplicativo começa a incomodar ela, pois ela passa a perceber que não é ele de verdade, que nas ações do dia a dia ele não demonstra raiva e coisa do tipo, por não conter nos bancos de dados por exemplo uma briga deles.
Isso com tudo que é postado em redes sociais, em todas as conversas que existem dos chats e até mesmo em áudios do WhatsApp, por mais que sabemos que hoje muitas mensagens não são liberadas nem mesmo para a justiça e outras são criptografadas, é muito possível fazer esse episódio virar realidade (tirando a parte do boneco).

Esse episódio citado acima lembra muito o filme “Her” que é de 2013, onde um homem se apaixona pela voz do novo sistema operacional, esse filme explora uma “nova” forma de romance, um amor verdadeiro por algo irreal, ou talvez apenas não humano. 
Tanto no episódio de “Black Mirror” quanto no filme “Her” é explorado até mesmo o lado sexual do aplicativo/sistema operacional e pelo aplicativo/sistema operacional.



Além do filme “Her” esse episódio lembra ainda mais algo que acontecia na vida real onde era Robô Ed que era um site onde você conversava com o Ed, um robô que identificava as perguntas e tinha várias respostas programadas para lhe responder. O robô Ed foi lançado em 2004 e foi desenvolvido através de um programa de inteligência artificial, esse site tinha apenas um apelo para preservação de meio ambiente, mas é bem interessante como á em 2004 tinha um site que foi muito popular relacionado a inteligência artificial que hoje está tão perto de ser uma realidade plena.

Mas como o assunto aqui é paixão e estamos no Brasil podemos lembrar também de outro fato da vida real: notícias como essa com o título “Golpistas usam internet para tirar dinheiro de mulheres apaixonadas” já eram comuns desde a época do Orkut. Pessoas que se passavam por outras pessoas (fakes) e provocavam uma paixão em usuários até o ponto de pedir dinheiro e a pessoa depositar sem nem mesmo as conhecer.


Fontes:

http://www.adorocinema.com/filmes/filme-206799/
http://www.granadeiro.adv.br/destaque/2015/08/24/as-redes-sociais-entram-no-processo