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sábado, 26 de novembro de 2016

Redes organizacionais: A emergência de um novo paradigma?



O conhecimento e a informação estão presentes em todas as esferas da sociedade, e quando transformadas em ações práticas, tem poder de modificar as relações sociais e econômicas do mundo em que vivemos. Neste contexto, temos as redes sociais. A configuração em rede é intrínseca à natureza humana, não é possível vivermos isolados das redes sociais as quais compõem a sociedade, que nada mais é do que uma grande rede. Mas e as corporações? Como se comportam dentro delas, as redes sociais?

O meio corporativo, assim como qualquer outro, é recheado de relações sociais que funcionam em rede. Seja a relação com parceiros, fornecedores, clientes ou entre seus próprios colaboradores, a empresa só funciona dentro de uma lógica de redes sociais. Não há empresa sem uma rede que a sustente!

As redes sociais que constituem e em que estão constituídas as empresas, podem ser classificadas em dois níveis: Interorganizacional e Intraorganizacional. A rede Interorganizacional diz respeito às relações estabelecidas entre a empresa e outros atores, como parceiros, fornecedores, franqueados, etc. A rede Intraorganizacional diz respeito às relações estabelecidas internamente, pelos atores sociais da empresa/corporação, seus funcionários, colaboradores.

No decorrer do século anterior, observamos uma mudança na característica das redes organizacionais nas empresas, uma mudança de padrão e de valores na estrutura administrativa/produtiva da organização. No início do século XX, tínhamos basicamente um modo de produção essencialmente fordista, com estrutura hierárquica bem definida, organizada de modo vertical, tarefas bem definidas e atríbuidas, excesso de burocracia e controle. As empresas grandes estavam basicamente estruturadas em forma de oligopólio e não haviam desafios na produção que demandassem uma mudança estrutural. Enquanto isso, as pequenas empresas trabalhavam de modo isolado e de certa forma, independente. Esta foi a estrutura organizacional padrão utilizada até o fim da era de ouro do capitalismo.

A partir dos anos 70, podemos observar uma crescente tendência de mudança nos sistemas organizacionais. À medida em que vinham a tona diversas mudanças no mundo, de cunho econômico, tecnológico e institucional, se tornou crescente a pressão por um novo modelo capaz de acompanhar as novas exigências.

Na década de 70 houveram uma série de crises econômicas que acabaram por afetar a vida de muitos países. Tivemos uma crise no sistema monetário internacional e em seguida houveram as crises do petróleo de 1973 e 1979, levando à recessão econômica e inflação. Além disso, esta epoca é marcada por uma enorme aceleração no desenvolvimento tecnológico, sobretudo em países como Estados Unidos e Japão, que se segue até os dias atuais e que exigiram uma mudança no modus operandi das organizações.

A crescente mudança neste cenário, deu origem a um consumidor mais exigente, com necessidades diversificadas e que preza por produtos e serviços de maior qualidade e por mais opções de consumo. O modelo clássico fordista não era capaz de suprir esse mercado mais dinâmico e exigente que se formara.

No Japão nasce um novo modelo estrutural de organização, batizado de Toyotismo e posteriormente citado também como Lean Manufacturing. Este modelo, ao contrário do modelo fordista, possibilita a produção flexível, que o novo mercado necessitava. Esse modelo de produção foi capaz de suprir as novas necessidades da produção, levando a um aumento na eficiência e na produtividade. Enquanto isso, observa-se uma maior adoção do sistema orgânico.

T. Burns e G.M. Stalker elaboraram, como representantes da Teoria da Contingência, uma pesquisa no Reino Unido para identificar como funcionavam a relação entre o ambiente e as práticas administrativas das empresas. Eles então classificaram as organizações em dois tipos extremos: os Sistemas Mecanicistas e os Sistemas Orgânicos.




As organizações mecanísticas, operam de forma altamente hierárquica e vertical (divisão do trabalho), com tarefas bem definidas e atribuídas, decisões centralizadas, sistema rígido de controle, ênfase nas normas e regras e um sistema simples de comunicação, normalmente baseado em um fluxo de ordens de cima para baixo e com pouco ou nenhum retorno de baixo para cima. É um sistema mecânico, fechado, voltado para si e alheio ao ambiente externo, isolado.

As organizações orgânicas apresentam uma estrutura flexível, com responsabilidades que podem ser redefinidas ou modificadas, organizada de forma horizontal com decisões descentralizadas, maior confiabilidade nas comunicações informais e ênfase nos princípios de bom relacionamento interpessoal. Caracteriza-se por ser um sistema aberto, altamente mutável, voltado para a interação com o ambiente externo.

Desde então, é uma tendência natural a adesão de um sistema orgânico pelas empresas e organizações, visto que vivemos hoje em um mundo altamente mutável, principalmente no que diz respeito às inovações tecnológicas e ao consumo.

É cada vez mais necessário que as empresas se cerquem de bons parceiros e fornecedores, que façam uso cada vez maior da interação com outros agentes sociais, sejam parceiros ou clientes, para que obtenham bom desempenho de sua função no mundo moderno. As pequenas empresas não podem mais sobreviver de forma isolada e dependente como era possível naquela epoca de um ambiente estável e controlado.

O estudo dos autores considera dois extremos, porém, as redes organizacionais corporativas geralmente se encontram entre esses extremos. Não há sistema organizacional perfeito, é necessário que as empresas busquem de qual forma podem melhor organizar sua rede para que possam obter os melhores resultados, dados o meio em que estão inseridos.


REFERÊNCIAS

PECI, Aketa. Emergência e proliferação de redes organizacionais: marcando mudanças no mundo de negócios. 1999. Disponível em https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/1920649/mod_resource/content/1/redesadmenegocios.pdf

OLIVEIRA, Mauro. A revolução tecnológica no contexto da globalização. 2011. Disponível em http://fapafcientifico.blogspot.com.br/2011/07/artigo-cientifico-revolucao-tecnologica.html
http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialcolaborativas/pagina_2.asp

C. SOUSA, Almir. Redes Interorganizacionais – Implicações para a gestão das organizações participantes. 2009. Disponível em http://www.convibra.com.br/2009/artigos/217_0.pdf

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=O04TMm_ylug
Acessado em 22/11/2016.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

As mídias sociais e os efeitos negativos nas habilidades e comunicação

                       Por séculos, o ser humano tem se comunicado com o outro cara a cara, em diferentes dialetos e língua. Conforme vamos crescendo, aprendemos a desenvolver certas capacidades que nos permitem nos relacionar e comunicar um com o outro.

                       Nos últimos anos, as mídias sociais têm sido as principais ferramentas de fazer com que este paradigma fosse quebrado. E-mail, mensageiros instantâneos e redes sociais, hoje, fazem parte do repertório básico de qualquer pessoa inserida na sociedade. Para muitos, conversar, olhar nos olhos da outra pessoa, enquanto no mesmo espaço físico, passou a ser raridade comparado com o tempo gasto se comunicando por detrás de uma tela de computador ou teclando em um celular.

                       Obviamente comunicação cara-a-cara ainda existe, mas as mídias sociais crescem a um nível preocupante. Como pode ser isto negativo para a sociedade, muitos se perguntam.

                       Analisemos o caso do Twitter. Twitter é uma rede social extremamente popular, com mais de 1 bilhão de usuários, que encontrou grande aceitação por parte do público brasileiro.

                       A dinâmica da rede social é ser uma espécie de microblog, criando um espaço de interação entre seus usuários onde o limite de caracteres por post é de 140 caracteres, assim, agilizando enormemente a comunicação e rapidez com a qual se deve transmitir a ideia ou informação.

                       Claro que este método pode vir a ser útil em certos casos, como o do jornalismo, por exemplo. O Twitter é, hoje, o meio mais rápido de conseguir as informações midiáticas no mundo, mesmo que em muitas ocorrências estas informações sejam duvidosas, para dizer o mínimo. Mas vamos continuar no espectro da sociabilidade humana.

                       A restrição dos caracteres muda completamente a dinâmica das conversas convencionais, visto que você é forçado a ser extremamente resumido e simples, ao oposto de uma conversa normal, na “vida real”.

                       Esta restrição obriga os usuários a escreverem de maneira não adequada. Este problema afeta a camada mais jovem dos usuários, que podem passar a se comunicar em todos os ambientes como na rede social, sem medir as condições da situação.


                       Por exemplo, digamos que no futuro esta pessoa tenha que se pronunciar perante alguma audiência de respeito sobre algo crucial relacionado a ele. Será que esta pessoa conseguirá desenvolver bem suas ideias para dar um fluxo compreensível à sua fala?

                       Este ponto nos conecta a outro problema, diminuição de contato cara-a-cara. Um estudo em 2010 direcionado a adolescentes, demonstrou que 54% dos adolescentes conversa com seus amigos através de mensagens por telefone, e apenas 33% falam com seus amigos cara-a-cara.

                       Contato cara-a-cara é fundamental para uma sociedade funcionar, e nem tudo pode ser feito por detrás de uma tela ou teclado.

                       Interações físicas e sociais são necessárias para viver.

                       Com o aumento de casos de usuários viciados em redes sociais, pode se dizer que lentamente está se perdendo o costume das interações cara-a-cara.

                       A ideia não é passar um posicionamento radical contrário às redes sociais. O avanço tecnológico ao qual estamos submetidos, se tratando de meios de comunicação, possibilitou estreitar os laços das relações humanas em um nível nunca antes visto na humanidade, fazendo com que estejamos em uma posição extremamente mais confortável que as gerações passadas.

                       A questão é até que ponto o uso destas ferramentas passa a ser prejudicial, visto que também com a ajuda do incremento tecnológico, a ocorrência de relações plásticas e forçadas aumentou muito.





                       Fonte da pesquisa: http://www.pewinternet.org/2010/04/20/teens-and-mobile-phones/?utm_expid=53098246-2.Lly4CFSVQG2lphsg-KopIg.0