Mostrando postagens com marcador Inovação empresarial. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Inovação empresarial. Mostrar todas as postagens

sábado, 9 de junho de 2018

A Revolução Industrial 4.0

"As 3 primeiras revoluções industriais trouxeram a produção em massa, as linhas de montagem, a eletricidade e a tecnologia da informação, elevando a renda dos trabalhadores e fazendo da competição tecnológica o cerne do desenvolvimento econômico. A quarta revolução industrial, que terá um impacto mais profundo e exponencial, se caracteriza, por um conjunto de tecnologias que permitem a fusão do mundo físico, digital e biológico." 

É o que diz o site elaborado pela FGV Projetos, sob uma iniciativa da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), do Ministério da  Indústria, Comércio Exterior e Serviços e  do Governo Federal.


Segundo um artigo publicado no site da empresa de automação Citisystems, a indústria 4.0 surgiu a partir de um projeto do governo alemão voltado à tecnologia. O termo foi utilizado pela primeira vez em uma Feira de Hannover em 2011, mas foi em 2013, na mesma feira, que um trabalho final sobre o desenvolvimento da indústria 4.0 foi apresentado.

A base da indústria 4.0 está no fato de que, conectando máquinas, sistemas e ativos, as empresas poderão criar redes inteligentes ao longo de toda a cadeia de valor as quais podem controlar os módulos de produção de forma autônoma.

Assim sintetiza o SEBRAE: “Nessa visão de futuro, ocorre uma completa descentralização do controle dos processos produtivos e uma proliferação de dispositivos inteligentes interconectados, ao longo de toda a cadeia de produção e logística.”


As principais tecnologias que permitem esta integração são a Manufatura Aditiva, a Inteligência Artificial (IA), a Internet as Coisas (IoT), a Biologia Sintética e os Sistemas Ciber Físicos (CPS).

Além de tudo isso, uma ferramenta importante que anda em evidência nos últimos tempos, devido as polêmicas envolvendo as redes sociais ligadas ao Facebook e a acusação da Microsoft pelo Ministério Público de São Paulo, relacionadas às políticas de privacidade, ou seja, os dados aos quais as empresas teriam acesso, o chamado Big Data, e como elas os usam.

O termo Big Data assume, no entanto, no contexto da indústria 4.0, um sentido muito mais amplo. É uma estrutura de dados muito extensa e complexa que utiliza novas abordagens para a captura, análise e gerenciamento de informações. Além dos dados gerados por usuários e clientes, os quais estão cada vez mais abundantes e acessíveis, eles também são gerados através de todo o processo de produção, sendo possível analisar deficiências e mapear problemas mais rapidamente e com a utilização de menos recursos. 
De acordo com a Cristiano, autor do artigo da Citisystems, esta tecnologia consiste em 6Cs para lidar com informações importantes. São eles:

- Conexão: à rede industrial, sensores e CLPs
- Cloud: nuvem/dados por demanda
- Cyber: modelo e memória
- Conteúdo e Comunidade: compartilhamento de informações
- Customização: personalização e valores

Neste contexto, um dos grandes desafios das empresas é implementar estes conceitos de forma eficiente e segura. Com o armazenamento de dados sensíveis na nuvem a segurança e a robustez dos sistemas terão que ser prioridade. Como o sistema consiste em uma rede integrada, a conexão deve ter eficiência tal que evite interrupções que possam causar transtornos na produção gerando prejuízos, e segurança tal que proteja o know-how da empresa.

Segundo o SEBRAE, para acelerar esse processo foi criado em 2014 no EUA o Consórcio de Internet Industrial (IIC), com cerca de 250 associados, de 30 países, para fomentar a colaboração desta comunidade e criar projetos piloto (testbeds) que coloquem em prática as novas ideias.

Neste sentido, no Brasil, a Pollux, empresa de automação brasileira, a Fiesc/Ciesc e a Embraco fundaram, em agosto de 2016, a Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII). Esta associação visa divulgar e fortalecer a Internet Industrial no Brasil e criar um fórum permanente de discussões sobre o tema, além de intercâmbio tecnológico e de negócios com parceiros internacionais, promoção do desenvolvimento econômico e geração de emprego.


De acordo com a Confederação Nacional da Indústria um dos desafios do Brasil para se inserir dentro desta nova realidade está no fato da participação da indústria no PIB estar caindo consideravelmente nos últimos anos. Segundo o gráfico, em 2016 equivalia a 11,9% do PIB, hoje representa menos de 10%.


Outro grande desafio é o fato de o Brasil estar caindo no ranking  que mede o índice global dos países mais inovadores. O Índice Global de Inovação busca avaliar critérios de performance de diferentes países no quesito inovação, medindo critérios como crescimento da produtividade, investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D), educação, exportações de produtos de alta tecnologia, dentre outros tópicos.


Segundo levantamento da ABDI, a estimativa anual de redução de custos industriais no Brasil, a partir da migração da indústria para o conceito 4.0, será de, no mínimo, R$ 73 bilhões/ano. Essa economia envolve ganhos de eficiência, redução nos custos de manutenção de máquinas e consumo de energia.

REFERÊNCIAS:

ABDI et al. Indústria 4.0. Disponível em: <http://www.industria40.gov.br>. Acesso em: 08 jun. 2018.

CRISTIANO BERTULUCCI SILVEIRA. Citisystems (Org.). O Que é Indústria 4.0 e Como Ela Vai Impactar o Mundo. Disponível em: <https://www.citisystems.com.br/industria-4-0/>. Acesso em: 08 jun. 2018.

JOSÉ RIZZO. Sebrae (Org.). Saiba o que é a Indústria 4.0 e descubra as oportunidades que ela gera: Uma nova era industrial já molda o futuro de muitos empreendedores. Leia o artigo de J. Rizzo Hahn e saiba como aproveitar essa tendência.. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/saiba-o-que-e-a-industria-40-e-descubra-as-oportunidades-que-ela-gera,11e01bc9c86f8510VgnVCM1000004c00210aRCRD>. Acesso em: 09 jun. 2018.

domingo, 21 de maio de 2017

Influenciadores digitais: uma tendência crescente no mundo dos negócios

Influenciadores digitais: uma tendência crescente no mundo dos negócios
Caroline Gramkow
13201186
Redes Sociais e Virtuais
A Internet surgiu no Brasil por volta dos anos 1990 com o objetivo de estabelecer contatos e promover o compartilhamento de dados com instituições de outros países. Posteriormente, o acesso foi liberado a instituições educacionais e órgãos de pesquisa do governo e era possível encontrar fóruns, bases de dados e realizar pequenas transferências de arquivos.
Somente no ano de 1995 é que foi disponibilizada a comercialização de assinaturas de planos de Internet ao público em geral, a partir daí era possível encontrar alguns sites de notícias, entretenimento, pesquisas e compras.
As pessoas sempre tiveram a necessidade de se conectar uns com os outros, de compartilhar informações e de manter laços. Nesse sentido, a Internet desempenhou um papel crucial no estreitamento das relações sociais ao permitir que uma pessoa pudesse conversar com outra que estivesse a quilômetros de distância, por exemplo.

O email e as salas de bate-papo (chats) lançados nos anos 1990, como o Mirc (1995) e o ICQ (1996), eram os meios mais populares de comunicação entre as pessoas, fato que pode ser visto como o início da alteração de um padrão de comunicação. Ou seja, não era mais necessário estar no mesmo lugar e na mesma hora para manter contato.

A partir dos anos 2000 foram criadas várias redes sociais como o Myspace (2003), Orkut (2004), Facebook (2004), Twitter (2006), Google+ (2011), além de diversas outras. O conceito de rede social pode ser definido como um espaço virtual que conecta pessoas de diferentes lugares, sejam cidades ou países e onde é possível trocar informações pessoais ou de interesses comuns, discutir assuntos, formar opiniões, estudar, passar o tempo ou se divertir. 

Recentemente um tipo específico de figura vem modificando a forma como as pessoas recebem informações de seus interesses. Eles são conhecidos como influenciadores digitais, isto é, são pessoas que desenvolvem conteúdos para a web e possuem um volume de público muito alto que os acompanham e tentam seguir seu estilo de vida. Portanto, se antigamente só era viável ler revistas ou ver programas de TV para se manter atualizado, hoje em dia é muito mais comum acompanhar também uma página do Facebook, Instagram ou canal do Youtube.  



Existem diversos tipos de influenciadores digitais, como celebridades, ativistas e jornalistas e que produzem conteúdos dos mais variados assuntos. Em 2016, dada a relevância que os influenciadores tem recebido, a revista Negócios da Comunicação premiou os influenciadores digitais mais populares do Brasil, conforme escolhas técnicas e do público. De acordo com a proposta do prêmio: "A intenção é valorizarmos o empreendedorismo e a habilidade destes que perceberam nas novas tecnologias uma oportunidade não só para se comunicar de forma inovadora, mas de fazer bons negócios." Alguns vencedores do prêmio foram os blogs A Arquiteta, Fatos Desconhecidos, Depois dos 15, Geração de Valor, Desimpedidos, entre outros.

A questão central entre os influenciadores digitais e as novas formas de empreendedorismo é que os influenciadores possuem a capacidade de determinar decisões de compra e alterar os padrões de consumo entre as pessoas. Então, as empresas os utilizam para divulgar sua marca ou um produto direcionado a um grupo de específico de consumidores, já que as pessoas geralmente buscam opiniões confiáveis para auxiliá-las no processo de decisão de compra.

Isso é conhecido pelo termo técnico marketing de influência e recentemente tem sido considerado uma grande tendência no mundo dos negócios. A ferramenta Google Trends permite ver a popularização do termo influenciador digital nos últimos cinco anos, atentando para o fato de que desde 2015 o termo tem despertado mais curiosidade nas pessoas.

Figura 1: Pesquisa do termo influenciador digital no Google Trends. Elaborado pela autora

Em janeiro de 2017 a revista americana Entrepreuner publicou um artigo citando 5 razões para acreditar na explosão desse assunto, argumentando que o marketing de influência funciona muito bem e permite que a empresa se conecte com os consumidores de uma forma mais natural:

  • A publicidade tradicional está se tornando ineficiente. 
Na web, os consumidores estão se tornando imune às publicidades, visto que as pessoas usam cada vez mais aplicativos e programas para bloquear anúncios. 

  • As marcas estão gastando mais com marketing de influência.
Com a recente popularização do tema, as empresas veem que o marketing de influência realmente funciona e estão se adaptando às novas necessidades estabelecidas pelos consumidores. 

  • É natural
Como observado anteriormente, as pessoas buscam opiniões que consideram confiáveis antes de comprar um produto ou contratar um serviço, portanto, se houver um rosto familiar apresentando o conteúdo, a probabilidade de aceitação se torna maior. 

  • O retorno pode ser incrível
Existem estudos comprovando que a taxa de retorno ao gastar com marketing de influência é grande. 

  • A oferta se situa onde a demanda está mais concentrada
Como os influenciadores digitais tem um público relativamente específico conforme o conteúdo que desenvolvem, as ações de marketing são direcionadas às pessoas de uma maneira muito mais eficaz e prática. 

Todavia, de nada adianta elaborar uma boa estratégia de marketing se não for possível utilizar ferramentas práticas para analisar os resultados. Nesse sentido, é comum o uso de dados provenientes do Big Data ou Google Analytics, que nada mais é senão um conjunto de plataformas complexas de análise de dados. 

Por meio dessas ferramentas o influenciador digital pode verificar estatísticas de acesso, tendências de comunicação, os assuntos mais populares e, portanto, criar conteúdos direcionados ao foco desejado. Além disso, é uma forma democrática de análise de resultados, pois qualquer um pode utilizá-la e não depende da compra de serviços de grandes empresas.



REFERÊNCIAS

FERNANDES, André Bartholomeu. O que – ou quem – é um influenciador? 2016. Disponível em: <https://jornaldoempreendedor.com.br/the-growth-hacker/marketing-digital/o-que-ou-quem-e-um-influenciador/>. Acesso em: 30 mar. 2017.

GUEDES, Fabrícia. A evolução das redes sociais. 2013. Disponível em: <http://www.insite.pro.br/saladeaula/fabricia.pdf>. Acesso em: 29 mar. 2017.

LONG, Jonathan. 5 Reasons Why You Need to Take Advantage of Influencer Marketing. 2017. Disponível em: <https://www.entrepreneur.com/article/287740>. Acesso em: 20 abr. 2017.

MICELI, André; SALVADOR, Daniel. Planejamento de marketing digital. 2. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2017. 257 p. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=5awADgAAQBAJ&pg=PA79&dq=influenciador+digital&hl=pt-BR&sa=X&redir_esc=y#v=onepage&q=influenciador digital&f=false>. Acesso em: 04 abr. 2017.

MORAIS, Rodrigo. Influenciadores digitais: por que contratá-los e quais as referências do mercado. 2016. Disponível em: <http://empreendedorx.com.br/midias-sociais-2/influenciadores-digitais-por-que-contrata-los-e-quais-referencias-mercado>. Acesso em: 01 abr. 2017 

sábado, 26 de novembro de 2016

Redes organizacionais: A emergência de um novo paradigma?



O conhecimento e a informação estão presentes em todas as esferas da sociedade, e quando transformadas em ações práticas, tem poder de modificar as relações sociais e econômicas do mundo em que vivemos. Neste contexto, temos as redes sociais. A configuração em rede é intrínseca à natureza humana, não é possível vivermos isolados das redes sociais as quais compõem a sociedade, que nada mais é do que uma grande rede. Mas e as corporações? Como se comportam dentro delas, as redes sociais?

O meio corporativo, assim como qualquer outro, é recheado de relações sociais que funcionam em rede. Seja a relação com parceiros, fornecedores, clientes ou entre seus próprios colaboradores, a empresa só funciona dentro de uma lógica de redes sociais. Não há empresa sem uma rede que a sustente!

As redes sociais que constituem e em que estão constituídas as empresas, podem ser classificadas em dois níveis: Interorganizacional e Intraorganizacional. A rede Interorganizacional diz respeito às relações estabelecidas entre a empresa e outros atores, como parceiros, fornecedores, franqueados, etc. A rede Intraorganizacional diz respeito às relações estabelecidas internamente, pelos atores sociais da empresa/corporação, seus funcionários, colaboradores.

No decorrer do século anterior, observamos uma mudança na característica das redes organizacionais nas empresas, uma mudança de padrão e de valores na estrutura administrativa/produtiva da organização. No início do século XX, tínhamos basicamente um modo de produção essencialmente fordista, com estrutura hierárquica bem definida, organizada de modo vertical, tarefas bem definidas e atríbuidas, excesso de burocracia e controle. As empresas grandes estavam basicamente estruturadas em forma de oligopólio e não haviam desafios na produção que demandassem uma mudança estrutural. Enquanto isso, as pequenas empresas trabalhavam de modo isolado e de certa forma, independente. Esta foi a estrutura organizacional padrão utilizada até o fim da era de ouro do capitalismo.

A partir dos anos 70, podemos observar uma crescente tendência de mudança nos sistemas organizacionais. À medida em que vinham a tona diversas mudanças no mundo, de cunho econômico, tecnológico e institucional, se tornou crescente a pressão por um novo modelo capaz de acompanhar as novas exigências.

Na década de 70 houveram uma série de crises econômicas que acabaram por afetar a vida de muitos países. Tivemos uma crise no sistema monetário internacional e em seguida houveram as crises do petróleo de 1973 e 1979, levando à recessão econômica e inflação. Além disso, esta epoca é marcada por uma enorme aceleração no desenvolvimento tecnológico, sobretudo em países como Estados Unidos e Japão, que se segue até os dias atuais e que exigiram uma mudança no modus operandi das organizações.

A crescente mudança neste cenário, deu origem a um consumidor mais exigente, com necessidades diversificadas e que preza por produtos e serviços de maior qualidade e por mais opções de consumo. O modelo clássico fordista não era capaz de suprir esse mercado mais dinâmico e exigente que se formara.

No Japão nasce um novo modelo estrutural de organização, batizado de Toyotismo e posteriormente citado também como Lean Manufacturing. Este modelo, ao contrário do modelo fordista, possibilita a produção flexível, que o novo mercado necessitava. Esse modelo de produção foi capaz de suprir as novas necessidades da produção, levando a um aumento na eficiência e na produtividade. Enquanto isso, observa-se uma maior adoção do sistema orgânico.

T. Burns e G.M. Stalker elaboraram, como representantes da Teoria da Contingência, uma pesquisa no Reino Unido para identificar como funcionavam a relação entre o ambiente e as práticas administrativas das empresas. Eles então classificaram as organizações em dois tipos extremos: os Sistemas Mecanicistas e os Sistemas Orgânicos.




As organizações mecanísticas, operam de forma altamente hierárquica e vertical (divisão do trabalho), com tarefas bem definidas e atribuídas, decisões centralizadas, sistema rígido de controle, ênfase nas normas e regras e um sistema simples de comunicação, normalmente baseado em um fluxo de ordens de cima para baixo e com pouco ou nenhum retorno de baixo para cima. É um sistema mecânico, fechado, voltado para si e alheio ao ambiente externo, isolado.

As organizações orgânicas apresentam uma estrutura flexível, com responsabilidades que podem ser redefinidas ou modificadas, organizada de forma horizontal com decisões descentralizadas, maior confiabilidade nas comunicações informais e ênfase nos princípios de bom relacionamento interpessoal. Caracteriza-se por ser um sistema aberto, altamente mutável, voltado para a interação com o ambiente externo.

Desde então, é uma tendência natural a adesão de um sistema orgânico pelas empresas e organizações, visto que vivemos hoje em um mundo altamente mutável, principalmente no que diz respeito às inovações tecnológicas e ao consumo.

É cada vez mais necessário que as empresas se cerquem de bons parceiros e fornecedores, que façam uso cada vez maior da interação com outros agentes sociais, sejam parceiros ou clientes, para que obtenham bom desempenho de sua função no mundo moderno. As pequenas empresas não podem mais sobreviver de forma isolada e dependente como era possível naquela epoca de um ambiente estável e controlado.

O estudo dos autores considera dois extremos, porém, as redes organizacionais corporativas geralmente se encontram entre esses extremos. Não há sistema organizacional perfeito, é necessário que as empresas busquem de qual forma podem melhor organizar sua rede para que possam obter os melhores resultados, dados o meio em que estão inseridos.


REFERÊNCIAS

PECI, Aketa. Emergência e proliferação de redes organizacionais: marcando mudanças no mundo de negócios. 1999. Disponível em https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/1920649/mod_resource/content/1/redesadmenegocios.pdf

OLIVEIRA, Mauro. A revolução tecnológica no contexto da globalização. 2011. Disponível em http://fapafcientifico.blogspot.com.br/2011/07/artigo-cientifico-revolucao-tecnologica.html
http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialcolaborativas/pagina_2.asp

C. SOUSA, Almir. Redes Interorganizacionais – Implicações para a gestão das organizações participantes. 2009. Disponível em http://www.convibra.com.br/2009/artigos/217_0.pdf

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=O04TMm_ylug
Acessado em 22/11/2016.

sábado, 19 de novembro de 2016

A revolução do EaD: O e-Learning criando gestores de si mesmo

Atualmente, a importância do conhecimento e a velocidade da informação, mudam o mundo dia após dia. Na educação isso também se faz presente. O meio empresarial é um dos ramos da educação que mais cresce, como forma de desenvolver estrategicamente, aprimorar o trabalho da equipe e se atualizar das mudanças de cada setor. Com isso, a Educação Corporativa vem se tornando um mercado amplo e que atende as expectativas estratégicas, econômicas e sustentáveis com atualizações praticamente instantâneas. Esse trabalho tenta elucidar os excelentes resultados da Educação à Distância como ferramenta de gestão e desenvolvimento do quadro de funcionários e propulsora de uma sociedade que anseia pelo conhecimento.
O ensino multi plataforma vem revolucionando pessoas e empresas

A mutação diária do mundo, seja com a velocidade de uma notícia, nova lei ou estudos de inovação, acelera o avanço da tecnologia. Esse avanço está sempre intimamente ligado com a economia, o estilo de vida das sociedades, interações sociais e como um indivíduo se sente perante a sociedade. Com essa rápida mutação, vários conceitos ganham novos significados, basta perguntar a uma pessoa de 50 anos e uma pessoa de 20 anos a primeira coisa que lhe vem à cabeça quando escuta a palavra "compartilhar". Os mais jovens serão mais propensos a associar essa palavra com Redes Sociais como Facebook e Twitter. Com isso, vários conceitos estão mudando. Dentre eles, o conceito de presença, distância, fazer, aprender, ensinar, educar.

O aprendizado presencial está saindo das salas de aulas tradicionais para ganhar vida no EaD. Aquele conceito de professor como um mestre intocável vem dando lugar a tutores, gestores, monitores e estimuladores, que tornam real e mais palpável o ensino à distância. Esse tipo de ensino contribui pra uma inteligência coletiva que transforma a vida tanto de quem ensina quanto de quem aprende. 
Atualmente, um dos locais aonde a educação mais vem ganhando espaço é nas empresas. O e-Learning vem fazendo com que a Educação Corporativa se torne cada vez mais forte e importante. Afinal, a concorrência, o custo de treinamentos de equipes inteiras e a atualização constante faz com que corporações invistam cada vez mais em plataformas EaD e cursos online para capacitar o maior número de funcionários e com um mesmo padrão e agilidade. 
Normalmente são aulas com poucos momentos ao vivo e com cursos em alto nível de didática, com um prazo de conclusão normalmente alto e com correção feita pelo próprio programa. Com isso, uma análise ao e-Learning e a educação corporativa se tornam importantes para que possamos entender melhor sobre como será o mercado de trabalho tanto para quem está saindo da universidade quanto para aquele que busca um emprego num balcão de fast-food.


O SURGIMENTO DO EAD E DO E-LEARNING

EaD é o termo abreviado de Educação à Distância. Pode parecer um conceito novo e atual devido à expansão de universidades desse nicho. Mas quem nunca ouviu falar do Instituto Universal Brasileiro e seus cursos por correspondência? No Brasil, os cursos por correspondência chegaram por volta dos anos de 1900, com o Jornal do Brasil e seu curso de datilografia. Mas no mundo, é muito mais antigo. Têm-se notícias de curso por correspondência na Gazeta de Boston em 1728. Muito tempo depois, surgiu o ensino por rádio, em 1935 e em 1956 o Chicago College começou a instruir via TV. Nasceram nestes cenários, novas formas de aprendizagem, que se mostraram cada vez mais efetivas para o discernimento dos alunos.
A aplicação é o que difere o EaD do e-Learning. O EaD é feito tanto com computadores e meios tecnológicos quanto materiais impressos e laboratórios. Já o e-Learning é transmitido apenas por meios eletrônicos.

Os cursos por correspondências eram
populares no século passado
Mesmo após séculos de evolução, podemos considerar EaD qualquer tipo de material escrito, via telefone ou transmitido por televisão mas que seja produzido com baixo nível de tecnologia. Mas o avanço tecnológico vem moldando este termo e acrescentando atividades interativas e multiplataformas como celulares, computadores, etc. Segundo João Mattar, EaD é uma modalidade de educação, construída por docentes ou instituições em que professores e alunos não estão no mesmo ambiente e várias tecnologias de comunicação são utilizadas. Já o e-Learning ficou conhecido no ambiente corporativo por permitir com que o conteúdo alcance pessoas em qualquer local do mundo, através da internet.

DESENVOLVIMENTO OS NEGÓCIOS ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO


No século XXI vemos uma sociedade que demanda profissionais especializados em áreas técnicas que muitas vezes não são formados em universidades. Isso fez surgir à necessidade de plataformas que disseminassem conhecimentos técnicos dentro das empresas. Essas plataformas e-Learning tem a missão de capacitar os funcionários para alcançar o resultado desejado em pouco tempo.
No cenário corporativo global, as empresas e os profissionais têm que estabelecer quatro pontos para evolução do conhecimento: Institucional, Humano, Cultural e, é claro: Conhecimento.
No quesito institucional, entra a parte burocrática e legal, com o aprendizado das leis que regem o trabalho a ser realizado. 
No âmbito Humano há uma preocupação com a geração de valor para a sociedade. Fazer algo além de gerar dinheiro! Gerar algo que melhore a vida dos funcionários e da sociedade como um todo.  
Na dimensão cultural busca-se retratar a cultura da organização e da sociedade a qual ela está inserida. 
Já na parte do conhecimento, há a sua criação, retenção e a aplicação. 
O conhecimento é algo muito antigo. Desde as primeiras sociedades nômades, o aprendizado era essencial. Nessas sociedades agrícolas da terra vinha à fonte de riqueza e o valor do homem era medido pela força. Já na Era Industrial a base da economia eram as máquinas a vapor, o transporte e a energia e o Estado era o principal agente de intervenção econômica. 
Hoje, a sociedade do conhecimento busca estabelecer a tecnologia e a informação como bases. E junto a isso, há a sociedade que busca o uso de energias renováveis para poupar a natureza do consumismo exacerbado da humanidade. A informação é um dos pilares competitivos atualmente, onde tudo que é produzido, sejam bens ou serviços, acaba sendo medido pela quantidade de informação que há nele, gerando uma percepção de valor. O avanço tecnológico vem mudando tanto a rotina das sociedades que até a forma de pensar vem se alterando.

No livro “A quinta disciplina”, Peter Senge mostra que as organizações que desenvolvem a capacidade de mudança, se adaptam e mudam, evoluem de uma maneira muito superior às organizações que não o fazem. Dar continuidade no aprendizado dá muita vantagem competitiva à empresa, pois leva a uma inquietação e vontade de ser criativo e inovador. Ele aponta cinco disciplinas indispensáveis para uma empresa se destacar por meio do conhecimento:
Modelos mentais: Cada funcionário deve pensar fora da caixa e buscar alternativas aos problemas cotidianos. Descartar velhos modos e rotinas padronizadas, para fugir da sensação de que não precisa evoluir.
 Domínio pessoal: A busca por uma evolução pessoal, conhecimento técnico e a expansão da zona de conforto deve ser um exercício diário, sem temer críticas pela pró-atividade.
Sistemas de pensamento: Cada um deve pensar não só na sua parte do projeto, mas entendê-lo como um todo e criar assim, uma visão ampla que poderá prever problemas ou até mesmo aprimorar a sua parte no trabalho.
Visão Compartilhada: As pessoas necessitam ter uma visão simples e que possa ser compartilhada sobre o projeto que pretendem criar.
Aprendizagem em equipe: Valorizar o trabalho conjunto, absorvendo o melhor de cada membro do time, discutindo e buscando aprimorar o projeto. Pois são nessas horas que ideias brilhantes surgem e experiências são adquiridas.

Hoje, tudo depende do conhecimento! Seja pensar, raciocinar, decidir e agir. O conhecimento transforma a informação em algo palpável, tangível fazendo com que a instituição comece a agir de forma mais eficiente, buscando agregar mais valor ao produto final, seja ele qual for.
O valor do conhecimento é cada vez maior. Mentes brilhantes são cobiçadas por grandes empresas que buscam nessas pessoas suas joias raras da lucratividade. Mas o conhecimento precisa ser bem administrado para que o conhecimento seja canalizado ao ponto de superar a concorrência. Por isso, cada vez mais as empresas investem em Gestão do Conhecimento, para gerar valor a partir do capital intelectual da instituição.
O grande desafio atual da Gestão do Conhecimento é, segundo Chiavenato, criar uma infraestrutura administrativa, pois isso envolve todo um aparato de estações de trabalho, banco de dados, redes que muitas empresas preferem não investir por não sentir que o retorno é realmente palpável. Mas muitas empresas se juntam e criam centros de aprendizagem para dividir os custos estruturais e aproveitar o resultado construído. Empresas como Sebrae, Eletrobrás, Motorola, Wizard, etc. Tem suas Universidades Corporativas. 
Outro desafio que a Gestão do Conhecimento enfrenta é o de formar uma cultura de conhecimento, pois mesmo as empresas requisitando funcionários cada vez mais dinâmicos, encontrar e administrar perfis que desenvolvam projetos inovadores e que façam isso com economia de recursos, é um desafio diário. E só irá melhorar quando houver uma cultura de desenvolver e melhorar o conhecimento de forma constante. Pois o conhecimento só é eficiente se compartilhado. Todas as informações sendo compartilhadas ajudam a criar redes de expertise, aumentando o Know-how organizacional. 
A competência vem sendo mapeada e nem sempre a pessoa tecnicamente capaz é a mais indicada para ocupar determinado cargo. Hoje, tem-se como princípios básicos da competência o saber fazer, o poder fazer e a atitude de querer executar. Parece simples, mas isso gera um papel estratégico ao setor de RH, que se reinventa com cada nova entrevista e, se colher corretamente esses dados, gera um banco de dados que servirá para organizar estratégias de treinamento e desenvolvimento dos colaboradores se antecipando a problemas que o banco de dados já previu.
Trabalhar a gestão do conhecimento e de pessoas faz com que a empresa estimule uma vontade de melhorar a carreira em cada funcionário, querendo sempre estar pronto para agarrar uma nova oportunidade dentro da instituição. Isso fornece a empresa pessoas motivadas e um alto nível de informação e conhecimento sendo colocados em prática diariamente. Por isso o desafio da liderança na atualidade é saber desenvolver e aplicar as competências de cada um dos seus subordinados.

O EAD CORPORATIVO

O Google se tornou referência mundial em escritórios
que incentivam a criatividade
Apesar de não ser possível mensurar o quanto vale, o conhecimento tem sido cada dia mais valorizado dentro das corporações. Defender seu capital intelectual pode ser o diferencial para se destacar perante a concorrência. Por isso está sendo cada vez mais comuns empresas adaptando-se as mudanças, com Home Office, ambientes mais descontraídos e um trabalho de olho no projeto e não no poder. Isso permite que o funcionário gerencie sua própria carreira e essa liberdade aguce sua criatividade.
As universidades hoje produzem cada vez mais o conhecimento técnico. Entretanto, qualidades para gerenciar a própria carreira através da automotivação e vontade de atualização não são qualidades que vêm junto com o diploma. Exige muito tempo de estudo e aprimoramento, além de persistência. Pensando nessa dificuldade de encontrar pessoal com este perfil, as empresas estão investindo nas Universidades Corporativas e desenvolver exatamente o que é preciso com cursos objetivos, rápidos e com uma didática que permite uma alta assimilação pelos mais distintos perfis profissionais. 
Por questões como custo, dificuldade de colocar os funcionários em uma sala de aula e horários específicos, a maioria das empresas opta pelo e-Learning e sua maleabilidade. Tem-se assim, um estudo mais proveitoso, pois o funcionário faz principalmente por querer aprender, sem os bloqueios que “ficar na firma até tarde” poderia trazer ao aprendizado.
A Educação a Distância dentro das corporações traz benefícios como o baixíssimo custo, se comparado ao presencial, um aprendizado ao tempo do aluno, focado nele. A EaD faz com que o conteúdo seja espalhado com rapidez e atualizações ( legislativas, por exemplo) sejam repassadas a um maior número de funcionários em um tempo muito pequeno. Isso muda toda a realidade dos setores administrativos, gerenciais e técnicos pois o comportamento, críticas e novas tendências são claramente colocadas no e-Learning, fazendo com que o colaborador entenda exatamente o que a empresa deseja transmitir, aumentando a eficiência.

Empresas buscam no EaD a agilidade e competência nos treinamentos
As inovações tecnológicas por si só não significam inovação. Ensinar e aprender depende de muitos fatores. Mas o Brasil é um país onde só 16% da população economicamente ativa tem ensino superior completo. Isso mostra como temos uma deficiência gigantesca se comparados com países no mesmo patamar econômico que o nosso. A EaD e o e-learning não vem para salvar o fato que 45% da população não tem ensino médio completo. Mas trazer o acesso ao conhecimento ao ambiente em que a pessoa já passa o dia todo pode ser uma ferramenta excelente para incitar a curiosidade e a vontade de crescer em cada brasileiro. Isso gera currículos mais flexíveis, alunos interagindo entre si de forma mais eficaz, além de um aprimoramento na didática, permitindo que jogos, realidade aumentada, ebooks e outros materiais sirvam para atender cada público alvo. Afinal, você não vai dar um curso com a mesma complexidade para altos executivos e auxiliares de produção. As exigências dos cargos são distintas, a rotatividade dos cargos é diferente e a absorção do conteúdo se dá de forma distinta. Poderemos ver o Brasil figurar entre as economias mais eficientes num futuro próximo e o EaD caminhará lado a lado com o país nessa evolução. Hoje, para efeitos de comparação, o Brasil tem uma eficiência de 24% em relação aos EUA, país base da pesquisa.
A rapidez da mudança tecnológica no país e a exigência de profissionais bem preparados por parte das empresas servem de combustível para acreditarmos que o EaD será cada vez mais uma excelente ferramenta de construção de cidadania através da educação, seja ela corporativa ou acadêmica. Mas o importante é que seja acessível, democrática e eficaz.


Bibliografia
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. Terceira edição Totalmente Revista e Atualizada. Rio de Janeiro: Elsevier Campus, 2004.

http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-na-midia/indice/30892/mais-de-45-dos-brasileiros-nao-tem-ensino-medio-completo-mostra-relatorio-da-onu/  Acesso: 08/11/2016.

http://oglobo.globo.com/economia/produtividade-ainda-menor-eficiencia-do-trabalho-no-brasil-cai-3-em-2015-19283379  acesso: 08/11/2016.

http://www.edools.com/universidade-corporativa/  acesso: 07/11/2016