Mostrando postagens com marcador Comunicação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Comunicação. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Saúde mental e tecnologia: os próximos desafios a serem enfrentados

Eduardo Marcineiro Meneghel

18100885

Redes Sociais e Virtuais


A tecnologia da informação e comunicação tem sido cada vez mais utilizada na área da saúde mental, oferecendo novas possibilidades de intervenção e cuidado. No entanto, essa relação também traz desafios que precisam ser enfrentados para garantir que o uso da tecnologia seja seguro e eficaz. Neste artigo, vamos abordar os próximos desafios na saúde mental a serem enfrentados a partir do uso da tecnologia da informação e comunicação, e como poderíamos estar ultrapassando esses desafios.

Intervenções em saúde mental mediadas por tecnologias de informação e comunicação

As intervenções em saúde mental mediadas por tecnologias de informação e comunicação, como a telemental health, têm sido cada vez mais utilizadas para ampliar a oferta de ações nos serviços, inclusive no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS). Essas intervenções podem ser úteis para pessoas que têm dificuldade em acessar serviços de saúde mental tradicionais, como aquelas que vivem em áreas remotas ou que têm limitações de mobilidade. Além disso, a telemental health pode ser uma opção para pessoas que preferem a privacidade e o anonimato que a terapia online pode oferecer.

No entanto, é importante lembrar que a telemental health não é adequada para todos os casos e que a terapia presencial ainda é a opção mais indicada em muitos casos. É necessário que haja uma abordagem equilibrada e consciente em relação ao uso da tecnologia na saúde mental.

Impacto das redes sociais na saúde mental

As redes sociais têm um impacto significativo na saúde mental das pessoas. Embora possam ser uma fonte de conexão e apoio social, elas também podem contribuir para a comparação social, a baixa autoestima e a ansiedade. Além disso, o cyberbullying e a exposição a conteúdos prejudiciais podem afetar negativamente a saúde mental.

É importante que as pessoas usem as redes sociais de forma consciente e saudável, limitando o tempo gasto nelas e evitando conteúdos que possam ser prejudiciais. As redes sociais também devem implementar medidas para proteger a saúde mental de seus usuários, como a remoção de conteúdos prejudiciais e a promoção de conteúdos positivos.


Fonte: Como as Redes Sociais AFETAM nossa SAÚDE MENTAL (neurocientistas alertam)

Desafios a serem enfrentados

Para ultrapassar os desafios na saúde mental a partir do uso da tecnologia da informação e comunicação, é importante que haja uma abordagem equilibrada e consciente em relação ao uso dessas ferramentas. Algumas possíveis soluções incluem:

Educação e conscientização

É importante que as pessoas sejam educadas sobre os benefícios e riscos da tecnologia da informação e comunicação na saúde mental. Isso pode ajudar a promover o uso consciente e saudável dessas ferramentas.

Regulamentação

As autoridades de saúde devem regulamentar o uso da tecnologia da informação e comunicação na saúde mental para garantir que as intervenções sejam seguras e eficazes.

Investimento em pesquisa

É importante que haja mais pesquisas sobre o uso da tecnologia da informação e comunicação na saúde mental para entender melhor seus benefícios e riscos.

Acesso a serviços de saúde mental

É importante que as pessoas tenham acesso a serviços de saúde mental de qualidade, tanto presenciais quanto online. Isso pode ajudar a garantir que as pessoas recebam o tratamento adequado para suas necessidades.

Uso consciente das redes sociais

As pessoas devem usar as redes sociais de forma consciente e saudável, limitando o tempo gasto nelas e evitando conteúdos que possam ser prejudiciais. Além disso, é importante que as redes sociais implementem medidas para proteger a saúde mental de seus usuários, como a remoção de conteúdos prejudiciais e a promoção de conteúdos positivos. 

Conclusão

A tecnologia da informação e comunicação tem um grande potencial para melhorar a saúde mental das pessoas, mas também traz desafios que precisam ser enfrentados. É importante que haja uma abordagem equilibrada e consciente em relação ao uso dessas ferramentas, promovendo o uso saudável e seguro da tecnologia na saúde mental.


Referências

BRASIL, M. Profissionais de TI e saúde mental: como as empresas podem apoiar essa relação? Disponível em: <https://blog.manpowergroup.com.br/profissionais-de-ti-e-saude-mental>. Acesso em: 21 out. 2023

Blog de Saúde Mental. Redes Sociais - Quais os Impactos na Saúde Mental? Disponível em: <https://www.vittude.com/blog/impactos-redes-sociais-saude-mental/>. Acesso em: 19 out. 2023

CUNHA, A. B.; RESENDE, I. L.; DA SILVA, J. G. A RELAÇÃO ENTRE O USO DAS REDES SOCIAIS E A SAÚDE MENTAL DOS ADOLESCENTES. Centro Universitário UNA, 2022.

EUROFARMA. Redes sociais x Saúde mental - Eurofarma. Disponível em: <https://eurofarma.com.br/artigos/relacao-entre-redes-sociais-saude-mental>. Acesso em: 20 out. 2023.

VIEIRA, D. A. et al. INTERVENÇÕES EM SAÚDE MENTAL MEDIADAS POR TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO CONTEXTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UMA REVISÃO DE LITERATURA. v. 3, n. 19, p. 227–247, 1 dez. 2021.


quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Digitalização da Comunicação

Aluno: Johannes Scharmann Niederauer

Matrícula: 16205998

Disciplina: Redes Sociais e Virtuais


Digitalização da Comunicação

A comunicação mudou em um processo rápido, nós saímos de enviar as mensagens por meio de intermédio físico para o envio instantâneo com nossos dedos. Mas não apenas o envio de mensagens mudou, o processo de envio produtos digitalizados alternou muito a cadeia de suprimento de diversas empresas, com os produtos físicos era necessário antes otimizar a cadeia de suprimentos e prestar sempre atenção principalmente aos pontos mais distantes da cadeia, para conseguir assim fazer o envio da maneira mais rápida possível. Com a digitalização da cadeia de suprimentos a distância do indivíduo já não faz diferença se está perto ou distante, podendo chegar onde tenha um usuário com celular e acesso a internet. Um exemplo seria os meios de comunicação que antes tinham maior parte de sua logística restringida a impressão física, mas com a internet e os portais de notícias as empresas de mídias passaram a conseguir compartilhar informação sem os limites de sua logística, podendo chegar instantaneamente a qualquer individuo conectado a rede de internet.



Durante a pandemia da covid-19 aconteceram mudanças em como as empresas fazem negócios em diversos setores do mercado. Essas mudanças relacionadas principalmente a digitalização foram aceleradas em alguns anos, superando em muito as expectativas que se tinha antes da crise sanitária, por conta dos consumidores mudando principalmente para canais online durante a pandemia as empresas tiveram que criar respostas adequadas para o cenário, incluindo a criação e inclusão de diversos novos produtos digitais. Outro fator que teve uma aceleração marcante durante esse curto intervalo de tempo é o trabalho remoto, o qual apresenta uma persistência em se manter nas empresas mesmo após a liberação dos isolamentos da pandemia, uma mudança que transformou complemente a maneira de comunicação entre a empresa e o trabalhador.

Marketing Digital

O aumento no consumo digital que aconteceu devido a pandemia colocou outro fator em destaque para as empresas, a melhora de seus canais digitais e a procura por profissionais de comunicação digital, esses profissionais receberam destaque principalmente por se especializarem na criação de marketing no conteúdo digital, como as propagandas que vemos em redes sociais, as postagens em redes sociais das empresas, e-mails destinados aos clientes, concluindo então seria o profissional responsável pelos canais de comunicação da empresa, algo indispensável para a maioria das empresa hoje em dia.



Investimento no Setor Tecnológico

O aumento expressivo da demanda por profissionais na área de TI está levando a diversas empresas a criar programas de capacitação profissional na área, um exemplo é a criação de área massiva de treinamento no inicio de 2022 pela Amazon Web Services (AWS), a qual tem o apoio de diversas empresas, incluindo a Meta, dona do Facebook, Whatsapp e Instagram, essas duas empresas que lideram o mercado tecnológico se juntaram para realizar o treinamento de até 50 mil brasileiros até o próximo ano em metaverso, tecnologia de nuvem e marketing digital, áreas que ganharam destaque importante durante durante a covid-19. Uma empresa brasileira que também está investindo na capacitação tecnológica é o Grupo Boticário, o qual em conjunto com a AWS também lançou um programa de treinamento que pretende beneficiar cerca de 300 mil pessoas até o ano de 2024.




A comunicação digital é um processo que veem ganhando cada vez mais espaço na vida das pessoas, e empresas que ainda estão apenas presas ao modelo físico e afastadas dos meios digitais estão perdendo espaço de mercado para as que estão se adaptando mais rápido a esse novo meio, ou até mesmo que já nasceram para empresas que já nasceram no meio digital. 

O isolamento social criado com objetivo de diminuir a proliferação do vírus da covid-19 resultou em aumento significativo da adesão dos consumidores e empresas a tecnologia, até mesmo trabalhar em casa tornou-se comum durante esse período, as mudanças geradas durante esse período já era esperado para acontecer mas não com tanta velocidade que apresentou. Por conta desse aumento expressivo a falta de profissionais na área é evidente e as empresas têm investido em massivos cursos e treinamentos para tentar suprir sua necessidade, talvez o ponto mais marcante durante essa crise sanitária foi a velocidade com que o se humano se adapta quando necessário, provável que sem o isolamento social muitas pessoas jamais teriam cogitado a ideia de utilizar a tecnologia para trabalhar em casa ou fazer compras, pelo menos não pelos próximos anos.

Referência

AWS. Transformação digital das empresas demanda mudanças culturais e investimento em capacitação profissionalValor Econômico. [S.I.] 2022.  Disponível em: <https://valor.globo.com/conteudo-de-marca/aws/noticia/2022/08/04/transformacao-digital-das-empresas-demanda-mudancas-culturais-e-investimento-em-capacitacao-profissional.ghtml>. Acesso em: 04 de agosto de 2022.

DOYLE, Leslie. What is Digital Communication & Why Are Skilled Professionals in Such High Demand?. Northeastern University. [S.I.] 2019. Disponível em: <https://www.northeastern.edu/bachelors-completion/news/what-is-digital-communication/>. Acesso em: 04 de agosto de 2022.

LABERGE, L.; O'TOOLE, C.; SCHNEIDER, J.; SMAJE, K. How COVID-19 has pushed companies over the technology tipping point—and transformed business forever. McKinsey. [S.I.] 2020. Disponível em: <https://www.mckinsey.com/business-functions/strategy-and-corporate-finance/our-insights/how-covid-19-has-pushed-companies-over-the-technology-tipping-point-and-transformed-business-forever>. Acesso em: 04 de agosto de 2022.

MATT, Jennifer. The Transition from Physical to Digital Communication. WhatTheyThink. [S.I.] 2015. Disponível em: <https://whattheythink.com/articles/76035-transition-physical-digital-communication/>. Acesso em: 04 de agosto de 2022.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

O boom dos Podcasts


Qual podcast você está ouvindo hoje? Você sabia que o Brasil é o segundo produtor e consumidor de podcasts no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos? 

O ano de 2019 foi considerado “o ano do podcast no Brasil”, o gênero desde então só aumenta. Durante a pandemia de Covid-19 a produção deste gênero de áudio disparou no território nacional  e em 2020 o Brasil ficou entre os três primeiros países na liderança da produção deste gênero. Estes dados são da pesquisa da empresa americana Voxnest que é referência em dados para a indústria de podcasts. 


A plataforma de streaming Deezer realizou uma pesquisa com usuários brasileiros e concluiu que 25% dos ouvintes brasileiros consomem mais de uma hora de podcast por dia. Outra pesquisa do IBOPE em maio de 2019 apontou que 40% dos brasileiros entres as classes A, B e C já ouviram podcasts. No entanto, a mesma pesquisa identificou que outros 32% não sabiam o que era um podcast. 


Mas afinal, você sabe o que é um Podcast?

A palavra Podcast tem origem americana nas palavras "Ipod" um aparelho da Apple que transmite áudio em Mp3 e a palavra Broadcast (transmissão). Ou seja, um podcast é uma transmissão de áudio, como um programa de rádio, porém sem horário e canal certo. O programa pode ser ouvido em sites, aplicativos e plataformas. E o melhor é que o ouvinte pode acompanhar seus programas em diferentes horários e ao realizar diversas atividades como por exemplo ao caminhar. A PodPesquisa – ABPOD / CBN - 2018 revelou que é muito comum ouvir durante o deslocamento casa-trabalho-casa, fazendo atividades domésticas, durante a prática de exercícios ou até mesmo no trabalho.

Como surgiu os Podcasts ?

É claro que este gênero não surgiu assim de repente. A primeira ideia de conteúdos digitais em áudio surgiu nos anos 80 nos Estado Unidos. No Brasil nos anos 90 através de feiras de tecnologia tem-se o registro de algo parecido com o gênero, onde já era possível pausar o  conteúdo quando o ouvinte desejasse. Com o desenvolvimento dos computadores e da internet, os arquivos em áudio digital foram se tornando de mais fácil acesso e se popularizando em conjunto com a rede mundial de computadores. A partir da disseminação dos arquivos em MP3 no início dos anos 2000, outras tecnologias para áudio foram lançadas no mercado. A Apple lançou o primeiro Ipod, que reproduzia áudios e Applian Technologies o primeiro gravador de áudio para PCs. Dois aparelhos que ajudaram na popularização da gravação e transmissão de e áudios nesse formato.



O boom das comunicações virtuais ampliou o formato de consumo de diversos conteúdos na web. Foram surgindo cada vez mais sites, blogs, videoblogs, redes sociais virtuais, entre outras ferramentas que estreitaram as cyber relações. Somente em 2004 na Inglaterra surgiu o termo “podcast” que conhecemos hoje, a ideia veio de um jornalista que inseriu o termo em um artigo do famoso jornal inglês “the guardian". Em 2005 a Apple já disponibilizou o acesso a podcast na sua plataforma (o iTunes). No mesmo ano a Yahoo criou um diretório onde os usuários poderiam se inscrever e baixar os episódios. O Brasil seguiu a onda mundial e em 2006 o programa de rádio Café Brasil ganhou também o formato de podcast e é um dos mais acessados até hoje. 

Quem são os ouvintes dos podcasts?

Segundo pesquisas do Ibope (2019) 52% dos ouvintes são homens e 48% mulheres, e a idade média é de 34 anos. A região sudoeste do país é onde predominam os ouvintes de podcasts. Abaixo  pode-se ter uma visão por idade e região dos consumidores deste género de áudio.   

O boom das comunicações virtuais ampliou o formato de consumo de diversos conteúdos na web. Foram surgindo cada vez mais sites, blogs, videoblogs, redes sociais virtuais, entre outras ferramentas que estreitaram as cyber relações. Somente em 2004 na Inglaterra surgiu o termo “podcast” que conhecemos hoje, a ideia veio de um jornalista que inseriu o termo em um artigo do famoso jornal inglês “the guardian". Em 2005 a Apple já disponibilizou o acesso a podcast na sua plataforma (o iTunes). No mesmo ano a Yahoo criou um diretório onde os usuários poderiam se inscrever e baixar os episódios. O Brasil seguiu a onda mundial e em 2006 o programa de rádio Café Brasil ganhou também o formato de podcast e é um dos mais acessados até hoje. 

Consumidores do Podcast por idade

Fonte: Pesquisa Ibope Podcast – 2019

Consumidores do Podcast por região

Fonte: Pesquisa Ibope Podcast – 2019

Os ouvintes também em sua maioria possuem uma alta escolaridade, 57% concluíram o Ensino Superior, sendo que 21% possuem Pós Graduação e outros 29% estão cursando o Ensino Superior.

O Youtube apesar de não ser uma plataforma específica de áudio é onde a maioria dos ouvintes procuram ouvir seus podcasts. Três quartos dos ouvintes regulares do gênero utilizam smartphones como meio para escutar os programas. O YouTube e Spotfy lideram os acessos a podcasts entre brasileiros.


Podcast e educação na pandemia

Este gênero durante a pandemia do coronavírus ganhou mais força e tem servido de ferramenta para a educação, que com as medidas de distanciamento tiveram as aulas remanejadas para o ensino a distância. Dados do Spotify revelam que o consumo de podcasts dobrou no segundo trimestre de 2020 entre os ouvintes da plataforma. O aumento por conteúdos neste gênero é um estimulo à produção de áudio, e o mercado tem se mostrado com muitas novidades para a alegria dos ouvintes.

Muitos conteúdos na área da educação ganharam versões em podcasts recentemente. Pesquisas indicam que muitos livros também ganharam versões em áudio, são os audiobooks. Estes meios evidenciam que mesmo fora de sala de aula a produção e disseminação do conhecimento deve continuar e para isso os podcasts tem auxiliado na produção e transmissão de conteúdos de diversas áreas do conhecimento.

sábado, 7 de novembro de 2020

Evangelização Católica nas Redes e Mídias Sociais

Universidade Federal de Santa Catarina

Autor: João Pedro Ramos, estudante de matrícula 16101239.

Artigo elaborado para a disciplina de Ambientes Virtuais de Aprendizado - Nov. de 2020.


Nos tempos da Igreja Primitiva os discípulos de Jesus Cristo caminharam longas distâncias à pé e à cavalo, munidos de pouca ou nenhuma comida, para anunciar às pessoas dos lugares mais longínquos a palavra de Cristo. Assim fizeram São Pedro, São Paulo e São Tiago, por exemplo. Ao longo da história da Igreja não foi muito diferente. Os santos doutores, feito São Tomás de Aquino, além destas, tinham outros tipos de restrições. Foram períodos de parcos recursos, mas é consenso de que desde a morte de Jesus até o fim da Idade Média, o cristianismo não fez senão crescer em influência e número de adeptos, apesar de suas rupturas, tais como o protestantismo.

Hoje em dia, contudo, apesar de a Igreja Católica ter perdido um número grande de fiéis para os credos protestantes, para outras religiões e para o ateísmo, pelo menos um aspecto lhe parece ser vantajoso: a comunicação em rede. Vantajoso, é bom que se diga, em praticidade, e não por despontar perante a propagação de outros credos. O rádio e a televisão já foram meios que representavam avanço quando se pensava em comunicar notícias, instruções, normativas, mas estes não tinham em si um depósito de dados que poderiam ser acessados a qualquer hora. O computador e a internet, neste sentido, foram verdadeiramente disruptivos. Hoje se pode acessar, sem recorrer a uma biblioteca especializada (geralmente diocesana), toda uma vastidão de bulas papais, encíclicas, livros escritos pelos santos, livros apologéticos e espirituais, livros de história da Igreja, dentre outros. Para além do “depósito” mencionado, através principalmente do Facebook e do Whatsapp, as dioceses e paróquias hoje em dia possuem uma forma rápida e fácil de comunicar avisos e registrar acontecimentos.

Hoje os padres e os seminaristas usam amplamente os recursos tecnológicos e as redes sociais

Contudo, em meio ao turbilhão de notícias, apologética e avisos religiosos, clericais e diocesanos, misturados com manchetes seculares, muita coisa se perde. Um caso que veio à tona recentemente foi um documentário sobre o Papa Francisco, chamado Francesco, em que o diretor russo usou de um trecho de uma entrevista concedida pelo Pontífice no México em 2019. Tal fragmento causou polêmica, pois na dita entrevista o Papa teria defendido a existência de uma “lei de convivência civil” para os homossexuais, algo que vai de encontro à posição da Igreja Católica até aquele momento, expressas doutrinariamente. Os grandes veículos de imprensa, então, divulgaram à exaustão a suposta mudança da posição do Papa e da Igreja. Mas a própria declaração do Pontífice é vaga. Não foi explicado se essa lei estaria ou não em concordância com as atuais leis de união civil homossexual. De toda forma, muitos veículos católicos de prontidão já divulgaram, sem a mesma repercussão do que os grandes veículos, as declarações anteriores do Papa, e inclusive falas da mesma entrevista dada à TV mexicana, que contradizem a interpretação de aceitação por parte do Papa de uma lei de união civil aos moldes da Argentina, por exemplo.

Para além da polêmica citada, recentemente também houve um acontecimento no seio da Igreja em completa coincidência com o tema das redes sociais: a beatificação do italiano Carlo Acutis. Este garoto, falecido em 2006 aos 15 anos de idade, usava a internet para evangelizar. Ele, a título de exemplo, elaborava vídeos nos quais explicava através de desenhos e montagens pontos chave da fé católica, tais como a transubstanciação. Carlo Acutis, que teve uma vida marcada pelo amor à Sagrada Eucaristia, pode ter sido Santo, e por isso o agora Beato estás em vias de ser declarado oficialmente Santo pela Igreja Católica. Segundo a tradição da Igreja, o Santo seria a pessoa que entraria diretamente no céu, porque praticou penitências em vida e teve uma vida marcada pela conversão e/ou pela vida piedosa, caso diferente do restante dos fiéis que falecem em Estado de Graça, mas que não tiveram uma vida inteiramente convertida e/ou piedosa – a estes o purgatório é um passo para chegarem ao céu.

 

Vídeo dublado do Beato Carlo Acutis explicando a transubstanciação.

Alguns exemplos de páginas no Facebook divulgadoras de conteúdo católico estão a página do Padre Paulo Ricardo, do Vatican News e Paraclitus, todas com mais de um milhão de seguidores. Mas para além das redes sociais, a internet hoje é lugar fértil para o oferecimento de cursos de latim, cursos sobre história da Igreja, sobre teologia católica e blogs com fundamentação católica.

Referências:

Evangelizar nas Redes Sociais é Tarefa Nossa.

<https://comshalom.org/evangelizar-nas-redes-sociais-e-tarefa-nossa/> Acessado em 01 de novembro de 2020.

Imagem de padre com computador

<https://www.themiamihurricane.com/wp-content/uploads/2017/08/DSC_2259.jpg>

Papa recorda Carlo Acutis

<https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2020-10/papa-francisco-carlo-acutis.html> Acessado em 01 de novembro de 2020.

Paraclitus

<https://www.facebook.com/Paraklitus> Acessado em 01 de novembro de 2020.

O que devemos fazer para alcançar a santidade

<https://padrepauloricardo.org/episodios/o-que-devemos-fazer-para-alcancar-a-santidade> Acessado em 01 de novembro de 2020.

Transubstanciação por Carlo Acutis

<https://www.youtube.com/watch?v=X7e2s2CsPIc&ab_channel=ApostoladoPetrino>

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

O que é Educação Midiática e qual seu papel na formação de cidadãos? - Maria Eduarda Silveira Ferrari



O que é Educação Midiática e qual seu papel na formação de cidadãos?

Atualmente, os modelos de educação precisam se readaptar constantemente às rápidas transformações do meio. Conhecimentos e habilidades que há muito tempo são ensinos, precisam ser adaptados e trazidos para mais perto da realidade vivida no dia-a-dia.
 Nossas crianças e adolescentes hoje em dia lidam com um volume de informações e conteúdo imensamente superior ao que seus pais e avós quando tinham a mesma idade. O acesso a internet facilitado, os meios de comunicação em massa e a democratização da veiculação de notícias, expõem os jovens a novas informações de maneira muito mais veloz. Por um lado, isso traz conveniência para estudo e busca de conhecimento, mas até que ponto essa facilidade de buscar e oferecer conteúdo na rede é benéfica? De que maneira pode-se discernir e filtrar fatos de rumores? Como conscientizar o futuro do país frente a tal cenário?
A Educação midiática surge como uma vertente para incentivar responsabilidade e cidadania na atuação entre os meios digitais, já estando presente em países como Inglaterra, Austrália e Canadá em meados dos anos 1970. No geral, os estudos e aplicações da Educação Midiática seguem três vertentes, que são guiadas pelos Protocolos Moral, Cultural e Mediático. O primeiro, o Protocolo Moral, é bastante pautado em garantir respeito à infância e juventude, tendo em vista responsabilidade social, e é bastante utilizado para pautar classificação indicativa para entretenimento. Já o Protocolo Cultural, é voltado para incorporação de mídias e comunicação no geral a vivência dos jovens, visto que compõem parte importante da cultura da época em que vivemos, logo não podemos privá-los de entender e acessar. Por último, o Protocolo Mediático, mais recente entre as correntes teóricas, abrange mais do que só mídias socais no que se refere a comunicação, justamente prezando pelo melhor desenvolvimento das capacidades comunicativas nos jovens.
 Se comunicar em rede requer entendimento para analisar as informações que estão sendo veiculadas, entender como criar conteúdo online de maneira inteligente e coerente, além de promoção de criticidade como um todo nos cidadão atuantes nas mídias sociais. Por isso no Brasil, em 2017, o BNCC (Base Nacional Comum Curricular), teve Jornalismo Midiático integrado aos conteúdos da disciplina obrigatória no ensino fundamental de Língua Portuguesa. O próprio Programa de Educação Midiática, pauta em 3 pilares os objetivos da Educação Midiática: Ler Criticamente, interpretar e avaliar as informações que são bombardeadas em todos os canais de comunicação, Escrever com Responsabilidade, as pessoas passaram a assumir um protagonismo muito maior em veicular conteúdo e tendo em vista a crescente veiculação de fake news, é preciso saber se expressar com consciência, e por último Participar Ativamente, que confere sentido ao endossamento realizado online, por curtidas, comentários, compartilhamentos ou qualquer outra ferramenta que confira poder de gerar visibilidade a ideias.


Dentro do Educamídia, essas 3 habilidades elencadas como base do Programa, são para o caminho para educar a população, mas principalmente crianças e adolescentes frente a enxurrada diária de informação a que somos submetidos. João Alegria, membro do Conselho Consultivo do Educamídia, expõe em entrevista que:
“Com certeza, pessoas que construam uma capacidade de se relacionar com tudo isso [informações, imagens, notícias], com mais consciência, com mais tranquilidade, com mais capacidade de análise, serão melhores cidadãos do que estamos vendo agora.”





Ou seja, um dos caminhos para fomentar maior senso de cidadania nos brasileiros seria por meio da Educação Mídiática, visto que hoje a maior propagação de notícias, sejam elas verdadeiras ou não, ocorre pelas mídias digitais. Nosso conhecimento geral é, em grande parte, uma junção das informações que absorvemos nos meios que convivemos e atuamos, dessa forma pautamos muitos pensamentos e atos em cima desses conteúdos que nos são oferecidos.

Assim, entende-se que essa aproximação da Educação dos meios de Comunicação como um todo, é um passo cada vez mais claro e necessário para melhor formar os cidadãos brasileiros para uso responsável dos meios digitais. Na era digital em vivemos atualmente, cada vez mais estaremos conectados pelas mídias comunicativas, recebendo informações, compartilhando percepções, pautando ações em cima desses meios digitais. Por isso, a incorporação da educação midiática, de alguma forma, já no ensino de crianças e adolescentes, se mostra essencial se quisermos ter nos próximos anos cidadãos mais conscientes e capazes.

Referências:

CAFARDO, Renata. Programa de Educação Midiática é lançado em São Paulo. Disponível em: <https://educacao.estadao.com.br/blogs/blog-renata-cafardo/programa-de-educacao-midiatica-e-lancado-em-sao-paulo/>. Acesso em: 29 de outubro de 2019.
SOARES, Ismar de Oliveira. Educomunicação e Educação Midiática: vertentes históricas  de aproximação entre Comunicação e Educação. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/72037/87468>. Acesso em 28 de outubro de 2019

sábado, 26 de novembro de 2016

Redes organizacionais: A emergência de um novo paradigma?



O conhecimento e a informação estão presentes em todas as esferas da sociedade, e quando transformadas em ações práticas, tem poder de modificar as relações sociais e econômicas do mundo em que vivemos. Neste contexto, temos as redes sociais. A configuração em rede é intrínseca à natureza humana, não é possível vivermos isolados das redes sociais as quais compõem a sociedade, que nada mais é do que uma grande rede. Mas e as corporações? Como se comportam dentro delas, as redes sociais?

O meio corporativo, assim como qualquer outro, é recheado de relações sociais que funcionam em rede. Seja a relação com parceiros, fornecedores, clientes ou entre seus próprios colaboradores, a empresa só funciona dentro de uma lógica de redes sociais. Não há empresa sem uma rede que a sustente!

As redes sociais que constituem e em que estão constituídas as empresas, podem ser classificadas em dois níveis: Interorganizacional e Intraorganizacional. A rede Interorganizacional diz respeito às relações estabelecidas entre a empresa e outros atores, como parceiros, fornecedores, franqueados, etc. A rede Intraorganizacional diz respeito às relações estabelecidas internamente, pelos atores sociais da empresa/corporação, seus funcionários, colaboradores.

No decorrer do século anterior, observamos uma mudança na característica das redes organizacionais nas empresas, uma mudança de padrão e de valores na estrutura administrativa/produtiva da organização. No início do século XX, tínhamos basicamente um modo de produção essencialmente fordista, com estrutura hierárquica bem definida, organizada de modo vertical, tarefas bem definidas e atríbuidas, excesso de burocracia e controle. As empresas grandes estavam basicamente estruturadas em forma de oligopólio e não haviam desafios na produção que demandassem uma mudança estrutural. Enquanto isso, as pequenas empresas trabalhavam de modo isolado e de certa forma, independente. Esta foi a estrutura organizacional padrão utilizada até o fim da era de ouro do capitalismo.

A partir dos anos 70, podemos observar uma crescente tendência de mudança nos sistemas organizacionais. À medida em que vinham a tona diversas mudanças no mundo, de cunho econômico, tecnológico e institucional, se tornou crescente a pressão por um novo modelo capaz de acompanhar as novas exigências.

Na década de 70 houveram uma série de crises econômicas que acabaram por afetar a vida de muitos países. Tivemos uma crise no sistema monetário internacional e em seguida houveram as crises do petróleo de 1973 e 1979, levando à recessão econômica e inflação. Além disso, esta epoca é marcada por uma enorme aceleração no desenvolvimento tecnológico, sobretudo em países como Estados Unidos e Japão, que se segue até os dias atuais e que exigiram uma mudança no modus operandi das organizações.

A crescente mudança neste cenário, deu origem a um consumidor mais exigente, com necessidades diversificadas e que preza por produtos e serviços de maior qualidade e por mais opções de consumo. O modelo clássico fordista não era capaz de suprir esse mercado mais dinâmico e exigente que se formara.

No Japão nasce um novo modelo estrutural de organização, batizado de Toyotismo e posteriormente citado também como Lean Manufacturing. Este modelo, ao contrário do modelo fordista, possibilita a produção flexível, que o novo mercado necessitava. Esse modelo de produção foi capaz de suprir as novas necessidades da produção, levando a um aumento na eficiência e na produtividade. Enquanto isso, observa-se uma maior adoção do sistema orgânico.

T. Burns e G.M. Stalker elaboraram, como representantes da Teoria da Contingência, uma pesquisa no Reino Unido para identificar como funcionavam a relação entre o ambiente e as práticas administrativas das empresas. Eles então classificaram as organizações em dois tipos extremos: os Sistemas Mecanicistas e os Sistemas Orgânicos.




As organizações mecanísticas, operam de forma altamente hierárquica e vertical (divisão do trabalho), com tarefas bem definidas e atribuídas, decisões centralizadas, sistema rígido de controle, ênfase nas normas e regras e um sistema simples de comunicação, normalmente baseado em um fluxo de ordens de cima para baixo e com pouco ou nenhum retorno de baixo para cima. É um sistema mecânico, fechado, voltado para si e alheio ao ambiente externo, isolado.

As organizações orgânicas apresentam uma estrutura flexível, com responsabilidades que podem ser redefinidas ou modificadas, organizada de forma horizontal com decisões descentralizadas, maior confiabilidade nas comunicações informais e ênfase nos princípios de bom relacionamento interpessoal. Caracteriza-se por ser um sistema aberto, altamente mutável, voltado para a interação com o ambiente externo.

Desde então, é uma tendência natural a adesão de um sistema orgânico pelas empresas e organizações, visto que vivemos hoje em um mundo altamente mutável, principalmente no que diz respeito às inovações tecnológicas e ao consumo.

É cada vez mais necessário que as empresas se cerquem de bons parceiros e fornecedores, que façam uso cada vez maior da interação com outros agentes sociais, sejam parceiros ou clientes, para que obtenham bom desempenho de sua função no mundo moderno. As pequenas empresas não podem mais sobreviver de forma isolada e dependente como era possível naquela epoca de um ambiente estável e controlado.

O estudo dos autores considera dois extremos, porém, as redes organizacionais corporativas geralmente se encontram entre esses extremos. Não há sistema organizacional perfeito, é necessário que as empresas busquem de qual forma podem melhor organizar sua rede para que possam obter os melhores resultados, dados o meio em que estão inseridos.


REFERÊNCIAS

PECI, Aketa. Emergência e proliferação de redes organizacionais: marcando mudanças no mundo de negócios. 1999. Disponível em https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/1920649/mod_resource/content/1/redesadmenegocios.pdf

OLIVEIRA, Mauro. A revolução tecnológica no contexto da globalização. 2011. Disponível em http://fapafcientifico.blogspot.com.br/2011/07/artigo-cientifico-revolucao-tecnologica.html
http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialcolaborativas/pagina_2.asp

C. SOUSA, Almir. Redes Interorganizacionais – Implicações para a gestão das organizações participantes. 2009. Disponível em http://www.convibra.com.br/2009/artigos/217_0.pdf

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=O04TMm_ylug
Acessado em 22/11/2016.